11/08/2016 10h19 – Atualizado em 11/08/2016 10h19
Mulher de operário soterrado em obra diz que faltou segurança, em Goiânia
Bombeiro diz que vítimas foram encontradas sem equipamentos de segurança.
Trabalhadores estavam escavando o terreno quando houve o acidente.
A mulher de um dos operários que morreu soterrado enquanto trabalhava em uma obra reclamou da segurança no local. Carlito Francisco dos Santos, de 39 anos, e outro funcionário, Wender César de Oliveira, da mesma idade, estavam escavando o terreno quando um barranco cedeu e uma grande quantidade de terra caiu sobre eles. As duas vítimas foram encontradas sem equipamentos de segurança.
“Eu não queria que ele morresse desse jeito, soterrado. Tinha que ter mais segurança nesses serviços”, disse a esposa de Carlito, Zélia de Oliveira, chorando. O filho da vítima também trabalhava no local no momento do acidente. Abalado, ele não quis dar nenhuma declaração.
O Corpo de Bombeiros disse que os operários foram encontrados sem os itens obrigatórios de proteção. “Da mesma forma que encontramos o primeiro, encontramos o segundo: sem capacete, sem nenhum tipo de equipamento de segurança”, disse o tenente coronel Alculano Calixto.
O G1 tenta contato com os arquitetos e engenheiros envolvidos na obra.
O acidente aconteceu no início da tarde de quarta-feira (10). Os bombeiros informaram que os dois homens estavam escavando o terreno quando foram soterrados por uma grande quantidade de terra. “Havia um buraco de aproximadamente 7 metros de profundidade. A terra cedeu e caiu uma coluna de cerca de 4 metros sobre eles”, disse ao G1 o tenente coronel Alculano Calixto.
Bombeiros se revezaram por oito horas para conseguir retirar os corpos. Como o local ainda tinha risco de novos desmoronamentos, a equipes tiveram que trabalhar de maneira cuidadosa. “A todo instante, o pessoal ficou atento, verificando, analisando sinais no terreno. No período noturno ainda temos que redobrar consideravelmente [a atenção]”, disse o tenente coronel.
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás e a Defesa Civil realizam uma vistoria no local para saber se a obra será interditada.