FOTOS IMAGENS-‘Muito triste’, diz moradora de rua onde jovens foram mortos em festa
‘Muito triste’, diz moradora de rua onde jovens foram mortos em festa
Família estava em casa quando os tiros começaram; carro foi atingido.
Vítimas são adolescentes de 16 e 17 anos, que confraternizavam na rua.
Na manhã seguinte ao tiroteio que deixou dois adolescentes mortos e oito feridos no bairro Rubem Berta, em Porto Alegre, moradores tentam entender a motivação do crime. Era madrugada deste domingo (16) quando disparos foram ouvidos na Rua Madre Paulina, onde jovens confraternizavam em uma festa nas calçadas. Um casal, que prefere não se identificar, está com o carro cheio de marcas de balas.
Pessoal)
O veículo da família estava estacionado na frente de casa, perto do local da reunião dos jovens. O casal e os filhos, três crianças, já dormiam quando foram surpreendidos por um barulho que, de início, pensavam ser de fogos de artifício.
“Quando ouvi que era muito, me joguei no chão e fomos lá pegar as crianças, que dormem no quarto de trás”, relatou a mãe aoG1.
Após o fim dos disparos, ela disse que viu um carro passar correndo pela rua. A casa dela não foi atingida, mas a do vizinho, sim. Ela conta que o morador fechava o portão após visitas irem embora, quando os tiros começaram. Ninguém se feriu.
No carro, eles contaram seis marcas de tiros. Agora, ela diz que fica o medo de sair de casa.
“É muito triste, a gente acaba se tornando refém”, lamenta.
As vítimas que morreram ao serem atingidas por tiros foram Juliano Santos, de 17 anos, e Graziela Rasquim de Pereira, de 16.
Gente do bem, define a moradora sobre jovem morto
A moradora entrevistada pelo G1 conhecia o adolescente de 17 anos que morreu baleado. Juliano trabalhava em um mercadinho da região, onde ela e os familiares costumavam encontrá-lo no bairro. “Faz quase 10 anos que a gente mora aqui, desde pequeno ele trabalhava”, comenta.
Conforme a moradora, os jovens que estavam reunidos na festa na rua eram “do bem”. “Era só gurizada do bem, a gente conhece”, afirma.
Ela também conta que a Rua Madre Paulina costuma ser tranquila. Ela lembra de um crime que ocorreu ali em janeiro deste ano, que acabou marcando o local pela violência. À época, um menino de 12 anos foi baleado e morreu na tarde de uma sexta-feira. Segundo a Brigada Militar, um Gol branco passou atirando e atingiu a criança. Um homem ficou ferido.
Polícia investiga o caso
Conforme o delegado que atendeu a ocorrência, Leandro Bodoia, um grupo de jovens estava reunido no que eles chamam de “festa social” na Rua Madre Paulina quando homens encapuzados começaram a atirar.
no local do crime (Foto: Reprodução/RBS TV)
“Segundo o pessoal que estava lá na rua, e os feridos, eles ouviram barulhos de explosões e pensaram que eram bombas, fogos de artifício. Depois perceberam que era disparo de arma de fogo e viram pessoas disparando”, contou o delegado ao G1. “Eram todos jovens, adolescentes perto dos 18 anos”, completou, sobre os frequentadores.
Ainda de acordo com o delegado, nenhum dos atingidos pelos disparos, tanto os mortos quanto os feridos, têm passagens pela polícia. Pelos depoimentos que colheu no local, a polícia ainda não tem pistas sobre suspeitos, nem uma hipótese levantada para a motivação do crime.
“[Os jovens] Disseram que eram inúmeros [homens encapuzados]. E pela quantidade de estojo, de cartucho [de bala] que encontramos no local, eram muitos mesmo”, acrescentou Bodoia. “Tinha pelo menos quatro calibres diferentes”, finalizou.
O bairro Rubem Berta têm pontos de tráfico de drogas, conforme a polícia, mas não no local da festa em que ocorreu o tiroteio, segundo o delegado.
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