FOTOS IMAGENS-Morte de empresário em frente a colégio na Barra foi execução, diz DH
Morte de empresário em frente a colégio na Barra foi execução, diz DH
Mulher da vítima também foi atingida, por 3 tiros, e está hospitalizada.
Miguel Ângelo Jacob foi condenado em 2015 por falsificar remédios.
O empresário Miguel Ângelo Santos Jacob, de 57 anos, morto a tiros dentro de seu carro em um condomínio na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, no início da tarde desta quarta-feira (6), foi vítima de uma execução. A informação foi confirmada pela Divisão de Homicídios após as primeiras investigações e depoimentos de quatro testemunhas.
No ano passado, Miguel Ângelo foi condenado a 11 anos e 8 meses de prisão por um esquema de falsificação de remédios contra o câncer. Na sentença, o juiz concedeu a ele e outros três réus envolvidos o direto de recorrer em liberdade.
“Temos uma noção do perfil dele e do histórico dele de crimes. A DH já tem linhas de investigação, mas precisamos manter sigilo sobre isso. Tudo que é possível de ser feito no local foi feito, foi uma ousadia do assassino matar uma pessoa perto de um colégio, perto do meio-dia. A dinâmica do crime indica que tudo foi premeditado. O assassino já chegou atirando e o vidro estava semiaberto. A DH já sabe que trata-se de uma execução, o autor já conhecia o carro do Miguel Ângelo,” disse o delegado Fábio Cardoso.
Joana D’arc Batista, de 40 anos, estava no carro junto com Miguel Ângelo e também foi baleada. Ela levou três tiros na perna está internada com quadro de saúde estável. O primeiro depoimento foi colhido ainda no Hospital Lourenço Jorge, para onde foi levada, mas a Divisão de Homicídios aguarda a alta médica para ouvi-la novamente.
14 tiros
O casal tinha deixado um dos filhos na escola quando criminosos abordaram o veículo e fizeram vários disparos. Pelo menos 14 cápsulas foram encontradas pela polícia na cena do crime.
O assassinato foi na Rua Rino Levi, em frente ao Colégio Santo Agostinho, um dos mais tradicionais da cidade, e à Escola Municipal Albert Einstein, dentro do condomínio Novo Leblon.
O filho mais novo do casal, de 5 anos, também estava no carro e não se feriu. Ele foi levado para casa de parentes, junto com o mais velho, de 8 anos, que havia sido deixado no colégio.
Segundo as investigações, Miguel era dono de uma empresa que falsificava e distribuía o remédio Glivec, para tratar leucemia. Cada caixa chegava a custar R$ 10 mil, mas como não possuía o princípio ativo do original, colocava pacientes em risco. A quadrilha foi descoberta em 2007, em investigação da Polícia Federal.
“Ele era muito reservado. Recebi um telefonema do meu irmão, avisando que ele havia sido morto. Fiquei apavorado. Agora estou vendo o que pode acontecer, o corpo deve ser liberado amanhã [quinta] no IML e o caso dele é mais delicado. Não posso nem descartar a possibilidade de assalto. Há um tempo a gente soube pela mídia sobre esse lance dos medicamentos, mas também não tínhamos liberdade de perguntar. Eu sabia porque leio jornal e vejo televisão”, disse um primo da vítima, que preferiu não se identificar.
O cunhado de Miguel, identificado apenas como David, prestou depoimento.
realização de perícia (Foto: Lívia Torres/G1)
O carro, um Chrysler 300c, ano 2007, registrado no nome de Joana, foi levado à Divisão de Homicídios da Barra para realização de perícia, acompanhada de três advogados da família acompanharam.
Os policiais já estão com as imagens das câmeras de segurança, mas muitas delas estavam quebradas. Os investigadores pretendem pegar as imagens gravadas por circuitos de vigilância de casas dos moradores do entorno.
O autor dos disparos foi um homem com uma mochila, de acordo com testemunhas. Os tiros aconteceram em um horário de grande movimento, de entrada e saída dos estudantes, causando muita correria. O criminoso teria chegado e escapado andando, mas uma moto estacionada em outro lugar pode ter sido usada na fuga.
Um professor do Colégio Santo Agostinho, que preferiu não se identificar, afirma que os tiros ocorreram por volta das 12h. Na hora dos disparos, as crianças voltaram correndo para dentro do prédio e foram liberadas aos poucos, na presença dos pais.
“Eu estava dando aula no momento, foram muitos tiros, parecia uma metralhadora. As crianças ficaram muito assustadas,” contou o professor.
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