FOTOS IMAGENS-‘Minha mãe ficou presa na grade’, conta filha de uma das vítimas de acidente com carro alegórico na Sapucaí
Familiares de uma das 20 pessoas que ficaram feridas no acidente com o carro alegórico da Paraíso do Tuiuti na abertura dos desfiles do Grupo Especial na Sapucaí reclamaram na manhã desta segunda-feira (27) da falta de suporte por parte da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa). Três das vítimas precisaram ser submetidas a cirurgias e permaneciam internadas nesta manhã. Uma delas respirava com a ajuda de aparelhos.
“Minha mãe ficou presa na grade e eles preocupados com o desfile acontecer. Pelo amor de Deus, é surreal”, reclamou Rafaela Anastásia, filha de Elizabeth Jofre.
“Desde a noite de ontem, minha mãe não recebeu qualquer tipo de suporte por Parte da Liesa, nem da Paraíso do Tuiuti. Só tivemos assistência mesmo dos funcionários do Souza Aguiar”, afirmou Rafaela.
Segundo ela, a mãe fraturou um fêmur e também a bacia. Elizabeth permanece internada em estado grave no Hospital Souza Aguiar.
Elizabeth trabalhava como repórter de pista da Ativa FM. Ela estava na área próxima à concentração quando foi atingida pelo carro alegórico.
“Minha mãe já faz esse tipo de cobertura há muito tempo. Nunca houve nenhum acidente. Por ela estar próxima ao mundo há tantos anos, esperávamos um pouco mais de consideração por parte da Liesa ou da escola”, lamentou Henrique Joffe, também filho de Elizabeth.
Na madrugada, horas depois do acidente, tanto a Liesa quanto a escola lamentaram o acidente e afirmaram que foi oferecida assistência às vítimas.
A escola Paraíso do Tuiuti afirmou, em nota, que “prontifica-se a prestar esclarecimentos assim que todas as causas do acidente forem apuradas.” “Esclarecemos que ofereceremos toda a assistência necessária às vítimas deste irreparável episódio”, diz a nota.
Também em nota, a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), também lamentou o acidente. “A Liga se solidariza com as vítimas e seus familiares e informa que todas foram prontamente socorridas”, diz a nota.
Vítima em estado grave
A SMS não divulgou a identidade das três vítimas que permaneciam internadas. Conforme o G1 apurou, uma delas é Maria de Lurdes, que seria integrante da escola Paraíso do Tuiuti e sofreu uma fratura exposta na perna traumatismo craniano e traumatismo de face.
Uma parente de Maria de Lurdes, que pediu para não ser identificada, contou que o estado de saúde dela é grave.
Em boletim divulgado pela SMS às 10h40, o órgão confirmou que o estado de saúde dela grave. Maria respirava com a ajuda de aparelhos
As outras duas vítimas que precisaram passar por cirurgia também são mulheres que sofreram fratura nas pernas. Segundo a SMS, o estado de saúde de ambas era estável. Uma estava no setor de recuperação pós-cirúrgica do Souza Aguiar, em observação. A outra passava por novos exames no Miguel Couto.
‘Tenho que agradecer a Deus’
Uma das feridas no acidente, a jornalista Bárbara Campello disse em entrevista à rádio CBN que sofreu luxações e escoriações no braço. “Eu tenho que agradecer a Deus. Teve casos piores. Uma amiga teve fratura exposta na perna, a outra teve as duas pernas prensadas contra a grade. Eu fui derrubada e fui parar quase debaixo do carro alegórico”, contou à rádio.
O jornalista Paulinho Carioca, marido de Elisabeth, que ficou ferida no acidente, contou sobre o momento do acidente. “Tinha acabado de subir, fui entregar uma capa de chuva para ela. De repente houve uma gritaria. A impressão que tive é que foi engatada uma ré, o carro voltou com muita rapidez. Aquela gritaria. Quando o carro voltou e saiu do lugar, eu a vi caída.”
De acordo com ele, a ambulância que levou a mulher até o hospital Souza Aguiar levou quase meia hora no trajeto entre a Marques de Sapucaí e o hospital. “Eu levei 25 minutos para chegar aqui do Sambódromo. Tem que ter uma via totalmente expressa e definida para o socorro de pessoas. Tinha 70 mil pessoas no Sambódromo. Poderia ser mais grave”, afirmou.
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