Meu filho foi morto porque o ladrão não tinha nada para roubar”. É assim que Denize Paz, mãe de Allan Abadia Bispo, resume o assassinato do garoto de 14 anos na manhã desta quarta-feira (17), no bairro Catiapoã, em São Vicente. No início da tarde, a Polícia Civil divulgou um retrato falado do suspeito de cometer o crime.
A caminho da escola Carolina Dantas, onde estuda, Allan e um amigo foram abordados por dois suspeitos, por volta das 7h. O colega conseguiu fugir e correu para pedir ajuda, enquanto Allan levantou os dois braços e disse que não tinha nada para entregar, antes de ser esfaqueado na região torácica.
Catiapoã (Foto: Arquivo Pessoal)
Ir para a escola sem muitos pertences era recomendação dos seus pais. “A gente já tinha conversado com ele para não andar com documentos, carteira e celular. Os ladrões pediram o que ele tinha, ele avisou que não tinha nada e deram a facada nele. Meu filho foi morto porque os ladrões não tinham nada para roubar”, diz a mãe.
“Ele levantou as duas mãos e disse que não tinha nada. Como pode? É muito triste. Ele era um ótimo menino. Não dá para acreditar”, completa o pai. De acordo com a polícia, Allan chegou a tentar fugir dos criminosos e, por isso, acabou sendo esfaqueado.
O estudante, que estava no 9º ano do Ensino Fundamental, chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e foi levado para o Hospital Municipal de São Vicente, já sem vida. O corpo médico tentou reanimá-lo por 50 minutos, mas sem sucesso.
(Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Allan era escoteiro e monitorava uma equipe no Grupo Escoteiro do Mar Almirante Barroso (GEMAB). A mãe afirma que o garoto era frequentemente elogiado por sua educação. “Ele era muito forte e bonito, querido por muita gente. Não é só nós dois (os pais) que o perdemos. Ele se fez muito importante para muitas pessoas. Ele é muito calmo e educado. Pessoas me abordavam na rua para falar da educação dele. Era um menino maravilhoso”, lamenta.
O Grupo Escoteiro do Mar Almirante Barroso entrou em contato com o G1 e disse lamentar muito a perda ‘desse grande escoteiro’, que sempre se dedicou para cumprir a sua promessa escoteira. Já o diretor da escola Carolina Dantas, Maurici Ferreira, pediu por maior presença da polícia no centro de São Vicente. Segundo ele, há uma viatura da ronda escolar para atender a 40 colégios.
Por volta das 12h30, a Polícia Civil divulgou o retrato falado de um homem que pode ter sido o autor do crime. Segundo as informações da polícia, o suspeito seria negro, aparenta ter 30 anos e 1,70 metros. Denúnicas anônimas podem ser feitas pelo número 181 ou pelo telefone 3467-6855, do 1º DP de São Vicente.