Manifestante ateia fogo em colete da CUT em avenida onde Lula mora
Grupos contrários e a favor do governo estão em frente à casa de Lula.
Polícia tenta evitar conflitos; clima é tenso no local.
Um manifestante que é contrário ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocou fogo em um colete vermelho da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no início da madrugada desta quinta-feira (17) na Avenida Prestes Maia, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, onde fica o prédio do ex-presidente.
A polícia tenta separar os grupos pró e a favor de Lula. O clima é tenso no local. O ex-presidente não está em casa. Os grupos estão no local desde o final da tarde. A avenida foi interditada nos dois sentidos.
Lula foi nomeado pela presidente Dilma Rousseff ministro da Casa Civil. Com isso, ele ganha foro privilegiado e as denúncias investigadas pela Operação Lava Jato saem das mãos do juiz federal Sérgio Moro e passam para o Supremo Tribunal Federal. A mudança procovou protestos pelo país.
Os manifestantes contrários ao governo federal são maioria no local e ocupam uma das pontas da avenida. Os policiais e guardas civis se posicionaram em frente ao prédio de Lula para separar os dois grupos. Em momentos mais tensos, a PM chegou a apontar arma para manifestantes pró-Lula.
Um manifestante pró-Lula foi agredido ao sair do ato em frente ao prédio. Ele foi atacado por manifestantes contrários ao petista (assista ao vídeo acima).
O prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), estava no lado pró-Lula. Ele xingava manifestantes contrários ao ex-presidente (veja no vídeo acima). O ex-deputado Vanderlei Siraque (PT) foi agredido com um soco no rosto por uma manifestante contrária a Lula. Seu carro foi chutado (veja abaixo).
Segundo a polícia, houve um princípio de confusão que foi rapidamente contido.
O juiz Sérgio Moro retirou nesta quarta-feira (16) o sigilo de interceptações telefônicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As conversas gravadas pela Polícia Federal incluem diálogo desta quarta com a presidente Dilma Rousseff, que o nomeou como ministro chefe da Casa Civil.
Lula esteve pela manhã em Brasília e no meio da tarde voltou para São Paulo. Ele participou de uma reunião no Instituto Lula, na Zona Sul da capital.
O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, disse na noite desta quarta-feira que a divulgação do áudio da conversa entre a presidente Dilma Rousseff com Lula é uma ‘arbitrariedade’ e estimula uma ‘convulsão social”.
Um grampo envolvendo a presidência da república é um fato muito grave. Esse ato está estimulando uma convulsão social. Isso não é papel do Poder Judiciário”, disse Zanin na porta do Instituto Lula, onde o ex-presidente, nomeado nesta quarta ministro da Casa Civil, ficou reunido até por volta de 20h15. “A arbitratriedade independe do conteúdo do grampo.”
“Não tenho avaliação do conteúdo da conversa. É um momento inoportuno, já houve a perda da competência do caso. Não havia necessidade de fazer a divulgação desse áudio. Acaba por gerar uma convulsão social”, disse Zanin.