Mãe não pensava que balão pudesse explodir e queimar filho: ‘Bomba’
Pais dizem que gás tinha cheiro de enxofre e que balão não flutuava direito.
Vídeo mostra quando o fogo se espalha pela sala da casa, em Itumbiara.
A mãe do menino João Martins, que se queimou após um balão de gás explodir, disse que não imaginava que o objeto, comprado de um ambulante, pudesse pegar fogo e ferir o filho. Uma câmera de segurança da casa registrou o momento em que o garoto se fere após o estouro, emItumbiara, no sul de Goiás (veja vídeo). “Nunca pensei que um balão que a gente compra para uma criança virasse uma bomba assim, dentro de casa”, disse Mariana Vasconcelos de Paula.
O vídeo mostra quando João pisa e aperta o balão e até deita em cima dele. Quando acontece a explosão, é possível ver a grande quantidade de fogo que toma conta da sala onde estava a criança. O menino, que tem quatro anos, teve uma perna e um pé queimados, mas já se recupera.
O pai do garoto, Nando José Martins, disse que ainda pensou em não comprar o balão para o filho. “A gente já tinha ouvido falar em histórias de estouro de balão. Ai eu falei para ela [esposa] para não comprarmos, não”, disse. Porém, os pais acabaram comprando dois balões.
Ao chegar em casa, o casal percebeu que algo estava diferente. Quando um dos balões furou, tinha um cheiro muito forte de enxofre. Já o segundo, apesar de estar cheio, não flutuava direito.
A principal hipótese para o balão ter explodido e pegado fogo é que ele foi enchido com um gás impróprio para essa finalidade. O mais recomendado é o hélio, porque não pega fogo ou explode. Porém, pelo alto preço, algumas pessoas usam outros gases com butano e hidrogênio, o que pode causar vários acidentes.
Agora, a polícia procura o homem que vendeu o balão para descobrir o que foi usado para inflar o balão. Ele pode responder por lesão corporal. “No meu entendimento, se ele sabe que não é um gás adequado, não é o gás hélio, e utiliza outro tipo, ele assume o risco de eventualmente ferir alguém, ou agredir a integridade física de alguém”, explicou a delegada Ivve de Melo Rocha.
Diante do acidente, a mãe não sabe se compraria novamente um balão desse tipo para o filho. “É muito difícil você comprar um brinquedo para o seu filho, trazer para casa e o brinquedo virar uma arma”, disse Mariana.
Cuidados
Especialistas dizem que é necessário muito cuidado e atenção ao comprar esse tipo de produto. Um dos primeiros itens a ser analisado segundo o tenente do Corpo de Bombeiros, Rogério Sílva de Matos, é a cor do cilindro de gás. “A cor do cilindro é alaranjada, que o é que tem o gás hélio. Todo cilindro de forma regular é obrigatório ter uma etiqueta falando qual gás que tem dentro”, explicou o especialista em produtos perigosos.
O bombeiro reforça ainda que se o cilindro não estiver a vista, é melhor não comprar. “Se tiver somente o balão, não tem condição de ver a procedência do gás que tem lá dentro, melhor não levar, porque pode estar levando gato por lebre”, completou.
O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) informou, em nota, que regulamenta a fabricação e o comércio de balões, mas não o uso do gás.
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