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Mãe de GCM morto lamenta chacina de jovens: ‘Violência só gera violência’
Iara diz que não queria vingança por morte do filho; guarda está preso.
Polícia suspeita que mais guardas agiram; velório ocorre neste sábado.
A mãe do guarda municipal de Santo André morto em setembro em um assalto lamenta que o assassinato de outros 5 jovens em uma chacina em Mogi das Cruzes tenha sido retaliação pela morte de seu filho. Esta é a principal linha de investigação da Polícia Civil após a prisão de um guarda da cidade, que confessou ter feito um perfil falso de uma mulher no Facebook para atrair os rapazes suspeitos do crime.
A morte do GCM Rodrigo Lopes Sabino, em 24 de setembro, ocorreu em frente a uma casa no Jardim Ana Maria, em Santo André. Menos de um mês depois, em 21 de outubro, os 5 jovens desapareceram. A principal hipótese é que a chacina em Mogi das Cruzes tenha sido uma vingança pela morte do GCM. Um colega dele está preso.
Iara diz que está ainda mais abalada com os desdobramentos do ocorrido. “A falta dele já é uma tristeza muito grande, uma lacuna que nunca vai ser preenchida. E, assim, eu acho que isso não leva a nada. Porque violência só gera violência, né?”, diz ela.
Os corpos de 4 dos jovens mortos serão velados nesta tarde no cemitério Vila Alpina, onde serão enterrados.
Rodrigo tinha 30 anos e era casado. Iara diz que o filho conhecia o guarda que está preso desde quinta-feira.
“O meu filho comentou que ele tinha dado o curso (de tiro). O treinamento num curso da guarda, mas assim, coisa assim, comentário e passou. Não conheci ele pessoalmente não”, disse Iara.
“Vingança, eu não queria de maneira nenhuma, não traz meu filho de volta”, diz a mãe do guarda, Iara Sabino.
O guarda preso é Rodrigo Gonçalves Oliveira, que confessou ter criado um perfil falso em uma rede social e que usou este perfil para atrair os jovens para uma festa em Ribeirão Pires que nunca aconteceu. Era uma emboscada. O guarda disse que entre os jovens estavam responsáveis pela morte do colega e que ia prendê-los.
Os rapazes foram encontrados mortos em uma estrada na zona rural de Mogi das Cruzes, 16 dias após o desaparecimento. Rodrigo diz que não matou os jovens, mas que tem medo de revelar os nomes. O DHPP acredita que ao menos mais dois outros guardas tenham participado da ação. Na próxima semana, mais 10 guardas municipais prestarão depoimento.
Os policiais foram na sexta-feira a duas chácaras na região onde os corpos foram encontrados em Mogi das Cruzes e apreenderam um carrinho de mão, um facão, roupas com manchas de sangue e um reboque de carro. A investigação quer saber se há relação dos objetos com o crime.
Vingança
De acordo com o DHPP, a chacina dos cinco rapazes ocorreu para vingar a morte do guarda civil Rodrigo Lopes Sabino, de 30 anos. Ele foi assassinado a tiros em Santo André no dia 24 de setembro. Seu carro acabou levado e queimado em seguida perto da região onde as vítimas moravam em São Paulo.
O caso de Rodrigo foi tratado inicialmente como latrocínio (roubo seguido de morte). Dois criminosos teriam participado do crime e fugido.
Dois dos cinco rapazes desaparecidos estavam sendo investigados pela Polícia Civil por suspeita de envolvimento na morte de Rodrigo: Cesar e Caíque. Apesar disso, o guarda que foi preso e mais outros dois agentes de Santo André decidiram fazer uma investigação paralela e ilegal por conta própria.
O guarda preso era amigo de Rodrigo e instrutor de tiros na Guarda Civil Municipal de Santo André. A Justiça em Mogi das Cruzes decretou a prisão temporária do guarda por 30 dias.
GCM Santo André
A Guarda Civil Municipal de Santo André informou que acompanha o caso.
Veja abaixo a íntegra da nota:
“O Departamento da Guarda Civil Municipal de Santo André informa que está acompanhando o caso, bem como acionou a Corregedoria Geral da corporação para apuração e apoio ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
Todos os pedidos inerentes à investigação estão sendo atendidos e os esclarecimentos dos fatos estão a cargo do DHPP, portanto, a corporação manterá os critérios éticos e sigilosos a fim de não atrapalhar o andamento dos trabalhos.
A GCM andreense, instituição com 31 anos de serviços prestados à população, continua diuturnamente trabalhando e se esforçando pela qualidade de vida daqueles que nesta cidade vivem, trabalham ou transitam. Enfatizamos que a corporação da Guarda Civil Municipal repudia qualquer tipo de atitude que atente contra a liberdade, integridade e a vida.”
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