FOTOS IMAGENS-Mãe confessa que usou vassoura e cinto para agredir filho por 5 horas
A mãe de Adriano Henrique Jardim Ramos, menino de 5 anos que morreu após ser espancado em casa em Cristais Paulista (SP), confessou que, em um período de cinco horas, usou cabo de vassoura, cinto e chinelos para bater no filho, de acordo com informações da Polícia Civil.
Suspeita das agressões, Jane Aparecida Jardim, de 27 anos, mudou parte da versão inicial durante a reconstituição do crime, realizada nesta quarta-feira (4). Ela chegou a dizer que não tinha afeto pelo menino, de acordo com o delegado responsável pelo caso, Djalma Donizete Batista.
Segundo ele, a mulher confirmou que o menino defecou na própria roupa durante as agressões – antes, ela havia dito que esse foi o motivo do espancamento.
“Ela confirmou com riqueza de detalhes os atos que praticou, inclusive que as marcas que a criança tinha no tórax e no rosto foram em decorrência de mordidas”, disse o delegado.
O menino foi internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Franca em 26 de fevereiro. Ele teve morte cerebral na noite do dia seguinte, mas a informação só foi confirmada no domingo (1º).
Reconstituição
Segundo o delegado, Jane contou que as agressões começaram na sala e terminaram no quarto. “Isso teria começado por volta das 8h e cessado por volta das 13h. Ela confessou que usou a vassoura, que inclusive quebrou em dois pedaços, no abdômen e no joelho da criança. Em determinado ponto das agressões, ele defecou”, explicou o delegado.
Batista afirmou não ter dúvidas em relação aos acontecimentos e que o inquérito deve ser concluído até sexta-feira (6).
O perito Edmilson Martins, que coordenou a reconstituição, disse que não houve contradições entre o depoimento de Jane e os indícios encontrados na cena do crime. “A importância da reconstituição é confirmar fisicamente no ambiente o que ela disse em depoimento”, disse.
‘Não tinha amor pelo filho’
Questionada sobre as razões que a levaram a agredir o filho, Jane apenas disse que está arrependida. Contudo, em novo depoimento à Polícia Civil e ao Ministério Público, ela afirmou que não tinha ligação sentimental com a criança.
“Percebemos que ela emite emoções a partir do momento em que fala dela própria. Em relação à criança, ela não esboça nenhuma reação. Segundo ela mesma, Jane não tinha sentimento por essa criança, porque não chegou a conviver com ela. Ela não tinha amor pelo filho”, afirmou o delegado.
Adriano morava com o pai e um irmão mais velho em Campinas, também em São Paulo, e há seis meses estava vivendo com a mãe.
O caso
Jane Aparecida Jardim foi presa em 26 de fevereiro suspeita de espancar o filho Adriano Henrique Jardim Ramos. Em depoimento, a mulher confessou que agrediu o menino com um cinto e que depois pegou o garoto pelo pescoço e braços e o jogou na cama, quando a criança bateu a cabeça na lateral do móvel.
O menino foi levado para o pronto-socorro de Cristais Paulista e transferido para a Santa Casa de Franca.
Segundo a assessoria de imprensa do hospital, Adriano foi atendido com traumatismo craniano e internado na UTI em estado grave. Após a internação, o hospital comunicou a delegacia de Franca, para investigar o caso. Ele não resistiu aos ferimentos e teve morte cerebral na noite da última sexta-feira.
A família de Adriano decidiu pela doação dos órgãos do menino. O corpo foi liberado na noite de domingo e seguiu para Campinas , onde vive o pai biológico da criança. O velório e o enterro aconteceram na manhã de segunda-feira (2) no município.
Jane foi presa em flagrante no dia da agressão e levada para a Cadeia Pública Feminina de Franca e depois transferida para a Penitenciária Feminina de Tremembé (SP).
Com a morte do menino, o indiciamento da mãe foi alterado de tentativa de homicídio qualificado para homicídio doloso qualificado – quanto há intenção de matar e por motivo fútil.
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