27/01/2015 12h23 – Atualizado em 27/01/2015 17h07
No AC, mãe acorrenta filho viciado
em drogas e implora para interná-lo
‘Dói demais ter que acorrentá-lo’, diz dona de casa do município de Feijó.
Segundo a mãe, jovem é viciado desde os 14 anos e tem problemas mentais.
A dona de casa Maria Luiza Pluma de Brito, de 46 anos, acorrentou o filho de 18 anos para impedir que ele saia de casa para usar drogas no município de Feijó, a 366 quilômetros da capital acreana. Antônio Dieferson, segundo a mãe, é viciado em drogas desde os 14 anos, e ela busca ajuda para conseguir interná-lo.
Maria Luiza conta que o jovem começou usando maconha e hoje é viciado em crack, cocaína e merla [droga derivada da cocaína]. Segundo a mãe, além da dependência química, o filho sofre com problemas mentais. “Hoje ele usa tudo, pedra, cocaína, maconha e agora está viciado em merla”, lamenta.
Para impedir que Antônio saia de casa para roubar e usar drogas, a mãe acorrenta o jovem sempre que precisar se ausentar de casa.
“Acorrentei para ver se ele para em casa, estou sem forças e já me sinto doente, não sei mais o que fazer. Ele usa droga todos os dias, já chegou ao ponto de pegar as coisas dentro de casa e, quando não encontra, acaba sendo violento com todos nós”, afirma Maria Luiza.
Tratamento
A mãe de Antônio Dieferson diz que procura há três anos ajuda para que o filho receba tratamento médico e seja internado em uma clínica de reabilitação. Segundo Maria Luiza, ela já buscou apoio no Conselho Tutelar, Promotoria, Defensoria Pública e Juizado de Menores – e até o momento não conseguiu ajuda.
“Faço um apelo a quem possa me ajudar, eu não sei mais o que posso fazer pelo meu filho. Dói demais ter que acorrentá-lo, ele chora pedindo que eu o solte, mas eu sei que se soltar ele vai correndo para as drogas”, afirma.
Em entrevista ao Bom Dia Amazônia, nesta terça-feira (27), a assistente social do Núcleo de Atendimento Psicossocial em Dependência Química (Natera) do Ministério Público do Acre Cleissivânia Valiatti explicou que o órgão não trabalha com a internação compulsória.
Segundo ela, o núcleo age no sentido de tentar convencer o dependente químico a iniciar o tratamento na Rede de Atendimento Psicossocial (Raps), onde é acompanhado por uma equipe de profissionais capacitados.
“O Ministério Público tenta fazer aquela parte motivacional, vamos até a residência, criamos um vínculo com o dependente químico. É um trabalho demorado, de formiguinha, mas eles acabam aderindo ao tratamento”, disse.
Segundo ela, qualquer um que necessite pode procurar o Natera, que funciona todos os dias úteis de 8h às 17h, na travessa Roraima, no Canal da Maternidade.