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‘Lutou pela igualdade’, diz namorada de rapper morta a tiros em Manaus
Brenda Lemos, conhecida como MC Branquella, foi morta no sábado (30).
Ao G1, amigos, familiares e namorada relembraram trajetória da cantora.
Os becos do bairro Morro da Liberdade, na Zona Sul de Manaus, amanheceram em silêncio neste domingo (1º). A área foi cenário do primeiro clipe de MC Branquella, morta no sábado (30). A “loirinha”, como também era conhecida Brenda Lemos, ganhou destaque na capital por defender a representatividade feminina nas ruas. Ao G1, familiares e amigos lamentaram o crime. “Ela lutou pela igualdade”, disse a namorada da vítima.
A rapper de 21 anos, que não economizou em cantar o amor pela “quebrada”, foi assassinada a tiros na noite de sábado, na Rua Nova, situado no bairro São Lázaro. Os tiros atingiram a cabeça, os braços e as pernas da MC, que morreu no local. Os disparos foram realizados de dentro de um carro não identificado.
Segundo a mãe de Brenda, Elizete Pontes Lemos, de 57 anos, a filha tinha saído de casa a pé. Cerca de 20 minutos depois, ela recebeu a notícia da morte por amigos. “Ela tinha ido ao shopping e voltou para casa umas 17h. Depois ela disse ‘mãe, vou ali’, e saiu de casa. Ela estava feliz”, disse Elizete.
O velório foi realizado nesta manhã, na casa onde a rapper morava com a família, no beco São Miguel. O local foi pano de fundo para cenas do videoclipe “Mina no Mic”, o primeiro de Brenda, lançado ainda no início de abril.
Segundo a namorada de Branquella, Kethellen Bezerra Aires, de 19 anos, Brenda fez questão de filmar as cenas no local.
“Ela tinha muito orgulho desse lugar. Nos shows ela sempre gritava ‘salve morro da Liberdade, minha quebrada’. Ela estava muito ansiosa pelo lançamento do clipe. Quando saiu ela chorou tanto de felicidade. Todo lugar que aparece nas cenas são os lugares por onde ela passou na vida”, afirma a namorada.
A namorada e os amigos da MC relembram os trejeitos de Branquella nos palcos. Pelos becos do Morro, Brenda era vista com fones de ouvido e gesticulando ao som de rap. “Ela sempre correu atrás, participava de batalhas, não faltava nenhum evento. Ela saiu no jornal uma vez e ficava andando pra cima e pra baixo com a fotinha dela, levando pra todo mundo ver”, relembrou Kethellen, com quem a MC esteve junta sete meses.
(Foto: Gabriel Machado/G1 AM)
Ao longo dos três anos na música, amigos dizem que MC Branquella encarou de frente o machismo presente no cenário do hip hop. Mesmo com a predominância masculina, ela se tornou uma das rappers de maior destaque em Manaus por rimar em prol das causas feministas e da periferia.
“Se eu fosse definir em palavras a correria dela, seria ‘igualdade’ e ‘respeito’. São as coisas pelas quais ela sempre lutou. Ela era esforçada e apaixonada pelo que fazia. Era uma sonhadora”, disse o cantor e amigo Eric Sage, de 19 anos.
O crime está sendo investigado pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS). A suspeita da Polícia Civil é que o crime tenha relação com o tráfico de drogas. O corpo deve ser enterrado no fim desta tarde, no Cemitério do Tarumã, Zona Oeste.
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