Blog do Levany Júnior

FOTOS IMAGENS-Juiz reconhece ‘brincadeira’ e manda soltar comerciante que matou mulher

 

Juiz reconhece ‘brincadeira’ e manda soltar comerciante que matou mulher

Vídeo mostra o disparo que tirou a vida da mulher em Praia Grande (SP).
Delegado admite que crime deve ser desqualificado para homicídio doloso.

Alexandre LopesDo G1 Santos

Uma decisão assinada por um juiz da 1ª Vara Criminal de Praia Grande, no litoral de São Paulo, concedeu a liberdade ao comerciante Alexandre Severino de Noronha, de 35 anos. Noronha matou a própria mulher, no mês passado, enquanto manuseava uma arma dentro de um depósito em uma padaria da cidade. Imagens obtidas pelo G1 mostram o momento do disparo.

Mulher foi morta pelo marido em Praia Grande
(Foto: Arquivo Pessoal)

O documento esclarece que os fatos teriam ocorrido porque “o autuado estava brincando com a arma de fogo no local de trabalho” e que “os elementos colhidos até agora indicam a forte probabilidade de conduta culposa, já que o casal vivia em plena harmonia, de acordo com depoimentos colhidos”.

O crime aconteceu na padaria Santa Terezinha, localizada na Avenida Presidente Kennedy, uma das mais movimentadas da cidade. Noronha, de 35 anos, e Francisca Marinheiro da Silva, de 37 anos, eram gerentes no local. Eles estavam no meio do expediente quando o disparo aconteceu, segundo ele, no momento em que mostrava para a mulher a arma que havia comprado.

O caso foi registrado como homicídio doloso, quando há a intenção de matar, pelo delegado Alexandre Comin. Na época, Comin disse que, mesmo tratando-se de uma brincadeira, Noronha assumiu um risco. “Os autos voltaram agora para as minhas mãos e vamos ouvir mais testemunhas. Tudo indica, porém, que o crime será desqualificado para culposo”, diz.

Comin explica ainda que a Justiça decidiu libertar Noronha pelos bons antecedentes do comerciante. Ele possui residência e emprego fixo e é réu primário. “Após ouvir novas pessoas e, principalmente, os familiares, vamos concluir o inquérito”, afirma. Na época do crime, Noronha afirmou que tudo não passou de uma fatalidade e que comprou a arma para se proteger.

Testemunhas ouvidas pelo G1 confirmaram que Noronha se desesperou após o disparo e que tentou salvar a mulher de todos os jeitos. Ele, inclusive, acompanhou a vítima até o hospital mas, ao receber a notícia do falecimento, também precisou receber atendimento médico e, em seguida, acabou sendo preso por ter confessado o crime.

De acordo com a juiz responsável pela decisão de soltar Alexandre, ele não representa um risco para as investigações. “Inexistem elementos razoáveis que indiquem que sua intervenção pode atrapalhar as investigações. Também é inexistente o perigo de fuga, por isso foi expedido o alvará de soltura”, finaliza.

Alexandre e Francisca eram gerentes de uma padaria em Praia Grande, SP (Foto: Arquivo Pessoal)
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