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Gabrielli presta mais um depoimento como testemunha na Lava Jato

Ex-presidente da Petrobras foi arrolado por Odebrecht, Palocci e Duque.
Processo apura suposta propina da Odebrecht ao ex-ministro.

Samuel NunesDo G1 PR

O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli fala em depoimento à CPI da Câmara dos Deputados que investiga a estatal. Ele disse que era ‘impossível’ detectar atos de corrupção dentro da empresa (Foto: Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados)

O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli presta mais um depoimento em uma das ações penais da Operação Lava Jato. Nesta terça-feira (14), ele vai falar ao juiz Sérgio Moro na condição de testemunha. Ele foi arrolado no processo pelas defesas do ex-ministro Antônio Palocci, do ex-presidente do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht e pela defesa do ex-diretor da Petrobras, Renato Duque.

Esse processo apura um suposto pagamento de propina por parte do Grupo Odebrecht a Palocci, para que ele usasse a influência que tinha dentro do governo federal para viabilizar contratos entre a empresa e a Petrobras. As investigações deram origem à deflagração da 35ª fase da Operação Lava Jato, que culminou na prisão preventiva do ex-ministro, que nega as acusações.

Gabrielli já prestou diversos depoimentos na Operação Lava Jato, sempre na condição de testemunha. Ele não é réu em nenhum processo da Lava Jato. Dessa vez, o depoimento será tomado por meio de videoconferência. O ex-presidente da Petrobras estará em Salvador, na Bahia.

Emilio Odebrecht presta depoimento
O pai de Marcelo Odebrecht, Emilio Odebrecht, foi ouvido pelo juiz Sérgio Moro na segunda-feira (13), na condição de testemunha do filho, Marcelo. Ele disse que jamais tratou de pagamentos ilícitos com Antonio Palocci, mas “não tem dúvidas” de que ele pode ter sido um dos operadores do PT e recebido recursos em favor do partido.

O ex-funcionário da Odebrecht Márcio Faria de Albuquerque foi outra pessoa ligada à empresa que também falou no processo. Ele disse diversas vezes, em depoimento à Justiça nesta segunda-feira (13), que Antônio Palocci era o “italiano” que aparecia planilhas de pagamento de propinas da Odebrecht. O ex-ministro nega. A mesma afirmação também foi feita pelo ex-diretor da empreiteira Fernando Sampaio Barbosa, em depoimento prestado em 6 de março.

Emilio e Márcio fazem parte do rol de delatores do Grupo Odebrecht. Além deles, Moro ouviu mais 14 testemunhas na segunda-feira, incluindo o vice-governador do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles (PP), que negou saber de qualquer ato ilícito envolvendo Antônio Palocci.

Mais audiências marcadas
Esse processo deve seguir na fase de depoimentos de testemunhas até o dia 29 de março. Os réus arrolaram figuras como os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Marta Suplicy (PMDB-SP), Armando Monteiro (PTB-PE), e Jorge Viana (PT-AC), deputados federais e até a ex-presidente Dilma Rousseff.

No dia 31 de março, Moro começa a ouvir os depoimentos dos réus. Essa fase deve terminar no dia 19 de abril, com os depoimentos de Palocci e do assessor dele, Branislav Kontic.

Após o fim dos depoimentos, Moro deve abrir prazo para que sejam feitas novas diligências, se as defesas ou o Ministério Público Federal (MPF) solicitarem. Encerradas as possíveis diligências, as partes começam a apresentar as alegações finais, preparando o processo para a sentença, que poderá condenar ou absolver os réus. Não há prazo para que a sentença seja definida.

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