Foliões denunciam truculência da Guarda Municipal em bloco no Rio
Festa acontecia na Praça Mauá quando os guardas dispersaram os foliões.
Pelo menos três pessoas foram detidas durante a confusão.
Um bloco de carnaval terminou em confusão no fim da madrugada deste sábado (13) na Praça Mauá, Zona Portuária do Rio. Guardas municipais dispersaram os foliões do espaço sob uso de força física. Três pessoas foram detidas e os foliões acusam os guardas de agir com truculência.
Um dos detidos, o jornalista Bernardo Tabak, foi ferido na confusão e teve seu celular quebrado por um guarda ao ser detido. “Eu não sei como começou a confusão. A Guarda Municipal chegou tacando bomba de gás e spray de pimenta. Saquei meu celular para filmar e dois guardas já chegaram me batendo. Quebraram meu celular inteiro”, contou Tabak ao G1, por telefone, enquanto ainda estava detido na 5ª DP (Mem de Sá).
A advogada Iara Duque, de 24 anos, disse que os guardas teriam agredido os foliões porque se sentiram desacatados. “Quando a Guarda Municipal chegou houve um manifesto corporal contra a chegada deles. Eu estou falando de dança. Os foliões dançaram para os guardas, que vieram para cima deles com cassetete, spray de pimenta e muita violência”, disse.
Um vídeo enviado ao G1 registra o que Iara chamou de “manifesto corporal” e, em seguida, o início da confusão (assista acima). As imagens foram gravadas pelo cozinheiro Victor do Espírito Santo Bisneto, de 25 anos, que se disse espantado com a truculência dos guardas.
“Foi uma covardia inexplicável. Eu estive nas manifestações de 2013 e posso afirmar que, ao contrário daqueles protestos, não houve nenhuma ação violenta por parte dos civis”, afirmou Victor. Ele ressaltou ainda ter observado que viu mulheres no chão sendo agredidas pelos guardas.
O guia turístico Rodrigo Neves disse que também foi agredido enquanto registrava a agressão dos guardas a uma mulher. “Me agrediram por nada. Apenas fui filmar a covardia que faziam com uma mulher e do nada veio um deles me derrubou no chão e ainda no chão me agrediu, me perseguindo depois. E eu não fiz nada além de segurar um celular e parar junto a eles”, contou.
Em uma página no Facebook, outras pessoas que estavam na Praça Mauá também destacaram a ação violenta dos guardas. “Sobrevivi à ação tirânica da GM”, disse uma mulher, que afirmou terem os guardas agredido violentamente inclusive mulheres que estavam no local.
O Tecnobloco não fazia parte da relação oficial da Riotur e saiu da Praça Tiradentes em cortejo, na madrugada, até a Praça Mauá.
A Polícia Militar disse que não foi chamada para atender a ocorrência. Já a Polícia Civil informou que até as 11h os agentes da Guarda Municipal e integrantes do bloco carnavalesco estavam sendo ouvidos pelo delegado Alexandre Guedes.
Procurada pelo G1, a Guarda Municipal disse que estava apurando o ocorrido e que se pronunciará, por meio de nota, quando obtiver detalhes sobre a confusão.
Repressão no pré-carnaval
Na abertura não oficial do pré-carnaval do Rio, no dia 3 de janeiro, a Guarda Municipal tambématacou foliões com bombas de efeito moral. Os foliões foram reprimidos quando se aproximaram na Câmara Municipal. Duas pessoas foram detidas. Na ocasião, a Guarda alegou que foi atacada “ao fazer retenções de ambulantes não autorizados que comercializavam produtos irregulares no local”.
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