Empresário recebe R$ 300 mil em compras fraudadas na web, diz polícia
Ele chegou a ser detido, mas pagou fiança de R$ 8 mil e foi liberado, em GO.
Delegada diz que outros pedidos de R$ 700 mil foram feitos para trabalho dele.
O empresário Rafael Bustos Dourado Junior, de 33 anos, foi preso em Goiânia, suspeito de receptação após receber produtos avaliados em R$ 300 mil oriundos de uma fraude. Segundo a Polícia Civil, os itens – a maioria, aparelhos eletrônicos -, foram adquiridos no site da loja Magazine Luíza e pagos através de contas de tercerios hackeadas. Ele nega os crimes e a empresa disse que está colabornando com as investigações.
Ele foi detido em flagrante na quarta-feira (6) após receber quatro iPhones, no valor de R$ 14 mil, em sua loja de venda de veículos, no Setor Jardim Presidente. O suspeito passou por audiência de custódia, pagou fiança de R$ 8 mil e foi liberado na noite do dia seguinte.
Conforme a delegada Mayana Rezende, da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), esses pedidos foram feitos e entregues nos últimos três anos. ao receber o material, ele se passou por outra pessoa. “O pedido foi feito no nome e com Cadastro de Pessoa Física (CPF) de outra pessoa e ele assinou como se fosse essa outra pessoa. Existem pessoas que relatam que ele sempre recebe essas encomendas na loja”, explicou.
Ainda segundo a delegada, a polícia suspeita ele tenha encomendado mais de R$ 700 mil em encomendas para serem entregues no endereço. Porém, algumas pessoas que seriam lesadas descobriram o fato e alertaram os bancos. “Parte dos pagamentos dos boletos foram notados pelas vítimas, que reclamaram junto aos bancos e conseguiram o cancelamento”, esclareceu.
Casa de luxo
Na casa do suspeito, em um condomínio de luxo de Goiânia, foram encontradas quatro notebooks de uso pessoal dele, uma arma, para a qual a licença de posse em seu nome estava vencida, além de uma máquina de lavar louça e um aparelho microondas, ambos ainda dentro das embalagens de entrega fechadas. “A nossa suspeita é de que ele vendia essas mercadorias, mas continuamos investigando”, afirmou Mayana.
A polícia diz que já foi possível identificar duas vítimas no Mato Grosso e no Rio Grande do Sul. “Nesses golpes, a maior parte da vítima é de outros estados. Também estamos apurando se o suspeito também era quem hackeava as contas das vítimas ou se outras pessoas também estão envolvidas”, completou.
O suspeito foi indiciado pelos crimes de receptação, falsidade ideológica e posse ilegal de arma de fogo. Conforme a polícia, ele já tinha três passagens por furto qualificado pela Polícia Federal desde 2004.
Em nota, a assessoria de imprensa do Magazine Luíza informou que alertou a polícia sobre reclamações de clientes que eram cobrados por produtos que não compraram. No comunicado, a empresa disse ainda que “lamenta o ocorrido e informa que está colaborando com a polícia na investigação do caso”.
A advogada Luciana Passos, que representa o empresário, informou a G1, por telefone, que o seu cliente fez a compra pela internet, recebeu a mercadoria, mas não sabia que era produto ilícito. Ainda segundo ela, Rafael afirma que assinou o recebimento com seu nome e seu Registro Geral (RG). Sobre a arma, ela afirmou que a renovação do registro está em andamento.
