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SÃO PAULO – O diretor-presidente e o presidente do Conselho de Administração da Construtora Camargo Corrêa, Dalton dos Santos Avancini e João Ricardo Auler, se apresentaram na manhã deste sábado à Polícia Federal, em São Paulo. Eles serão levados pra Curitiba, no Paraná, base da Operação Lava-Jato.
Os dois tiveram prisão temporária decretada por cinco dias, “para assegurar a colheita de provas, afastando o risco de ocultação, destruição e falsificação durante as buscas e apreensões” realizadas nesta sexta-feira”, segundo despacho da Justiça. No entanto, não foram encontrados por agentes da PF na sexta.
Outro motivo do pedido de prisão é a obtenção de depoimento dos dirigentes separadamente, para dificultar “uma concertação fraudulenta entre os investigados quanto aos fatos”.
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Segundo o advogado dos dois, Celso Vilardi, o diretor-presidente da construtora, Dalton Avancini, estava em compromisso fora de São Paulo com a família, nesta sexta-feira. O presidente do Conselho de Administração, João Auler, estava em um sítio. Por isso, eles não teriam sido localizados pela polícia.
Com o desembarque da dupla em Curitiba, serão 22 os presos da nova etapa da operação Lava-Jato. A prisão da cúpula da Camargo Corrêa, uma das maiores empreiteiras do país, foi decretada na última semana.
Além dos dois executivos, o vice-presidente da empresa, Eduardo Leite, teve prisão preventiva, com duração de 30 dias, solicitada na mesma operação. Ele não foi encontrado pela manhã de sexta, em casa, mas entregou-se no fim da tarde à Polícia Federal, em São Paulo.
Os três são acusados de agir em esquema de corrupção para pagamento de propinas na Petrobras em troca de contratos.
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O criminalista Celso Vilardi, que defende Avancini e Auler, disse considerar a prisão de seus clientes “desnecessária”, e por isso entrará com pedido de liberdade para seus clientes.
– O objetivo da prisão temporária é propiciar a colheita de provas e interrogatório. A colheita já foi feita e o interrogatório pode ocorrer a qualquer momento. A prisão é desnecessária – afirmou, neste sábado.
O defensor disse ainda não ter uma linha de defesa de seus clientes definida, porque ainda precisará ter acesso aos autos produzidos no âmbito da operação.