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14/09/2016 10h18 – Atualizado em 14/09/2016 15h42
Corpos de procuradores que foram assassinados são achados em MT
Pai e filho estavam desaparecidos desde sexta-feira (9) em Vila Rica.
Funcionário da fazenda que pertence aos procuradores foi preso em TO.
Os corpos dos procuradores estaduais Saint-Clair Martins Souto e Saint-Clair Souto, pai e filho, respectivamente, foram encontrados na manhã desta quarta-feira (14), em uma pastagem perto da fazenda das vítimas, em Vila Rica, a 1.276 km de Cuiabá.
Eles estavam desaparecidos desde sexta-feira (9). O caseiro e gerente da propriedade, José Bonfim Alves Santana, de 42 anos, foi preso na noite desta terça-feira (13) em Colinas do Tocantins, no norte do estado, e confessou o crime. Segundo o delegado de Vila Rica, Gutemberg de Lucena, foi José Bonfim quem indicou o local onde estavam os corpos das vítimas.
Uma equipe da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) de Confresa, a 1.160 km de Cuiabá, foi até o local para fazer o procedimento de perícia na área onde os corpos foram achados.
Depois dessa perícia, realizada nesta manhã, a previsão, conforme o delegado, é que os corpos sejam levados para uma funerária em Vila Rica para necrópsia.
Em seguida, devem ser transladados para Brasília, no Distrito Federal, onde moram familiares dos procuradores.
Saint-Clair Martins Souto era procurador aposentado no Distrito Federal, e Saint-Clair Souto atuava na Procuradoria-Geral do Rio de Janeiro. A família comunicou o desaparecimento dos procuradores na segunda-feira (12), após eles não retornarem para Brasília, como previsto.
Crime
A investigação aponta que as vítimas foram mortas na manhã da última sexta-feira dentro da sede da fazenda. Pai e filho foram executados com um revólver calibre 38, sendo que o funcionário matou primeiro o pai.
preso em Colinas do Tocantins
(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Em seguida, José Bonfim chamou o filho para dentro da casa, falando que o pai dele havia sofrido uma queda, momento em que matou a segunda vítima. Depois, o suspeito arrastou os corpos para uma região de mata próxima a fazenda.
Com a quebra do sigilo bancário, a polícia descobriu que a movimentação financeira na conta do suspeito nos últimos meses era bem maior do que salário que ele recebia, de R$ 1,2 mil por mês. Ele foi capturado após fazer um saque em uma agência em Colinas do Tocantins.
Com o suspeito, os policiais apreenderam uma caminhonete, mais de R$ 5 mil e uma arma, que teria sido usada para matar os procuradores. O caseiro era funcionário da família há oito anos. Um desentendimento por causa da venda de gado teria motivado o crime.
“Ele cuidava de todo o gado da fazenda. O patrão dele ficava cinco meses sem ir ao local. Ele disse que fazia as vendas desse gado. Posteriormente, o patrão chegou a verificar que o dinheiro não estava sendo repassado para sua conta e que o gado estava diminuindo na fazenda e começou a cobrar dele”, afirmou a delegada da Polícia Civil do Tocantins, Olodes Maria Freitas.
Segundo o delegado de Vila Rica, na terça-feira uma equipe de policiais foi enviada para o Tocantins e deve levar o suspeito para Mato Grosso, onde será novamente interrogado. José Bonfim será levado por uma aeronave do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPaer), ainda nesta quarta-feira.
Em nota, a Associação dos Procuradores do Estado de Mato Grosso (Apromat) manifestou condolências à família de Saint Clair Martins Souto e Saint Clair Souto.
“Lamentamos, em nome dos procuradores do estado de Mato Grosso, a perda irreparável de dois grandes profissionais, que engrandeceram a advocacia pública, com seu trabalho digno e retidão de caráter”, declarou a associação.
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