Casal do Paraná está no grupo que desapareceu ao tentar entrar nos EUA
Grupo de 19 brasileiros tentava entrar ilegalmente pelo mar das Bahamas.
Sérgio Castelhani e Rosinéia Vaz Pereira são moradores de Goioerê.
Dois paranaenses de Goioerê, no noroeste do estado, estão entre os 19 brasileiros que desapareceram quando tentavam entrar ilegalmente nos Estados Unidos pelo mar das Bahamas. Sérgio Castelhani e Rosinéia Vaz Pereira fizeram o último contato com a família em 6 de novembro, mesma data em que os familiares dos outros desaparecidos informaram ao Itamaraty.
“Estamos indo”, foi a última mensagem enviada por Rosinéia para a família, por meio do telefone celular, segundo Robson Pereira, irmão de Sérgio. Desde então, eles não receberam mais notícias do casal.
Robson contou que o irmão trabalhava como caminhoneiro e que Rosinéia trabalhava em uma loja de Goioerê.
A viagem do casal custou R$ 30 mil. Os dois saíram de Goioerê em 27 de outubro, com destino a São Paulo. Depois eles seguiram para Belo Horizonte, onde encontraram o “coiote” e, em seguida, foram para o Panamá. Depois eles foram para as Bahamas.
A embarcação onde estariam brasileiros saiu da capital das Bahamas, Nassau, e percorreria uma distância de aproximadamente 300 km para chegar a Miami.
A família acredita que os dois estão à deriva ou que eles foram presos. Ainda segundo Robson, eles já fizeram contato com o Itamaraty, que não passou muita informação além da nota divulgada na segunda-feira (26). Leia nota do Itamaraty no fim da reportagem.
Veja o roteiro do casal, segundo o irmão de Sérgio:
27 de outubro – saíram de ônibus de Goioerê, no noroeste do Paraná, para São Paulo
28 de outubro – chegaram em São Paulo e pegaram um avião para Belo Horizonte, onde encontraram o “coiote”. À noite, foram para o Panamá. No mesmo dia, saíram com destino às Bahamas.
29 de outubro – Chegaram às Bahamas.
31 de outubro – mandaram mensagem falando que estava tudo bem.
2 de novembro – em novas mensagens, falaram à família que estava tudo bem. Foi a última mensagem que Robson recebeu.
6 de novembro – Rosinéia enviou uma mensagem para um familiar dela, que dizia “Estamos indo”. Foi o último contato do casal.
Leia a íntegra da nota divulgada pelo Itamaraty:
“O governo brasileiro vem atuando no caso do desaparecimento de brasileiros durante suposta travessia marítima entre as Bahamas e os Estados Unidos. A primeira consulta sobre o assunto foi recebida em 15 de novembro de 2016. Nessa data, familiares de brasileiros que viajaram para as Bahamas informaram a Embaixada do Brasil em Nassau de que haviam perdido contato com eles no dia 6 daquele mês.
O Ministério das Relações Exteriores informou imediatamente a Polícia Federal, as autoridades migratórias, policiais e as guardas costeiras bahamenses e norte-americanas, e vem trabalhando em conjunto com essas instituições. Até o momento, não obtiveram informações sobre o paradeiro desses cidadãos e tampouco sobre a embarcação que supostamente os levaria para os Estados Unidos.
Por meio da Embaixada do Brasil em Nassau e do Consulado-Geral do Brasil em Miami, o Itamaraty segue engajado na busca de informações, em contato permanente com as autoridades dos EUA e das Bahamas, bem como com as famílias dos brasileiros desaparecidos que procuraram auxílio.
Em respeito à privacidade dos brasileiros e à legislação em vigor, o Itamaraty não fornece detalhes sobre a identidade das pessoas em questão.”