FOTOS IMAGENS-Avô leva sacos de pipoca para enterro e mostra motivo de o neto ter sido baleado no Borel


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Igor Ricardo
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O corpo do adolescente Jhonata Dalber Mattos Alves, de 16 anos, foi enterrado na tarde deste sábado no Cemitério do Catumbi, na Zona Norte do Rio. A família e dezenas de pessoas estiveram no local para o enterro, que aconteceu às 13h30m. A mãe do rapaz, Janaina Mattos Alves, de 32 anos, ficou agarrada ao caixao durante todo o cortejo entre a capela e o local do enterro. Algumas pessoas usaram camisas com a foto do rapaz e mensagens de luto. Bastante emocionado, o avô Antônio Alves, de 66 anos, voltou a afirmar que o neto foi morto por policiais militares quando saiu para buscar saquinhos de pipoca, na casa de uma tia, no Morro do Borel, Zona Norte do Rio, para uma festa do irmão caçula.

Marca de tiro no boné do adolescente
Marca de tiro no boné do adolescente Foto: Urbano Erbiste / Extra

O avô levou objetos que Jhonata usava na noite do crime, como o boné com marca do tiro e os saquinhos de pipoca.

— Isso aqui é a “maconha” que meu neto estava. Ele não era bandido — disse mostrando os saquinhos para pipoca.

A família também mostrou as cápsulas de bala que teriam sido recolhidas no local do crime.

— Meu sobrinho levantou o braço e mesmo assim levou um tiro de fuzil na cabeça. Essas aqui são as balas que atingiram ele. Só peço justiça. Meu sobrinho não era bandido — afirma Luana Alves, tia da vítima que entregou o pacote de sacos de pipoca a Jhonata.

Familiares usam blusa em homenagem ao rapaz no velório
Familiares usam blusa em homenagem ao rapaz no velório Foto: Urbano Erbiste / Extra

Ela também lembrou que depois que o jovem pegou os saquinhos de pipoca ele se despediu dizendo: “Pode deixar que amanhã eu volto”.

Jhonata morreu com um tiro na cabeça
Jhonata morreu com um tiro na cabeça Foto: Facebook / Reprodução

Policiamento reforçado

Após o enterro, o policiamento nas entradas do Morro do Borel foi reforçado. Era possível ver viaturas da PM nas principais entradas da comunidade. Até às 16h, não havia registro de tumulto na região.

Família defende jovem

Estudioso e tranquilo. Esses eram alguns dos adjetivos usados por pessoas próximas à vítima. No entanto, nas redes sociais, o menino publicava trechos de músicas que citam uma facção criminosa. A tia do rapaz Mayara Alves afirma que isso não quer dizer que ele tem envolvimento com o tráfico:

— Qualquer adolescente da idade dele que mora em comunidade posta isso nas redes sociais. A gente está com a nossa consciência limpa. Tanto é trecho de música que ele ainda botou uns símbolos de música do lado.

A morte do menino gerou uma onda de moradores pedindo paz na comunidade pela internet. Um amigo de Jhonata publicou um desabafo contra a violência policial.

“O mal da polícia é achar que todo favelado é bandido (…). O menor não era bandido. Só porque posta foto com legenda de funk agora omenor é bandido. Na moral, como diz um funk, ‘bandido de verdade rouba de terno e gravata’”, afirmou o rapaz.

Jhonata acabou o ensino fundamental na Escola municipal Araújo Porto Alegre, na Usina, e estava cursando o 1º ano do ensino médio no Colégio estadual Antônio Prado Júnior, na Praça da Bandeira.

— Ele era um rapaz estudioso — garante o avô.

Família na noite do crime
Família na noite do crime Foto: Lucas Gayoso / Extra

Polícia investiga

Em depoimento na Divisão de Homicídios, um PM confirmou ter atirado no rapaz. Ele alegou que Jhonata apontou uma arma para ele. No entanto, os policiais envolvidos na ocorrência não apresentaram nenhuma arma que estivesse com o rapaz.

A Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) afirma que está colaborando com as investigações da Polícia Civil e explica que a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Borel socorreu o jovem para o Hospital do Andaraí e encaminhou a ocorrência para a Divisão de Homicídios.

A Delegacia de Homicídios da Capital – DH afirma que realizou a perícia no local e que “um amplo e minucioso trabalho de investigação foi iniciado para apurar a autoria e em que circunstâncias ocorreu o crime”.

Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/avo-leva-sacos-de-pipoca-para-enterro-mostra-motivo-de-neto-ter-sido-baleado-no-borel-19633104.html#ixzz4DHivUXg3

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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