Após o fim da rebelião, dois presos foram encontrados mortos em uma varredura da polícia e do Grupo de Intervenção Rápida (GIR) no Centro de Detenção Provisória (CDP) do Putim, em São José dos Campos (SP). O pente-fino ocorreu na noite desta quinta-feira (26) após motim que durou 10 horas e teve um agente penitenciário refém.
Os internos achados mortos não haviam sido identificados até a publicação desta reportagem, mas segundo apurou o G1 seriam detentos da ‘ala do seguro’ – neste local normalmente ficam abrigados presos que cometeram crimes graves, como estupro ou homicídio contra crianças.
A circunstância das mortes não foi informada pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). Os familiares das vítimas serão avisados pela pasta.
O CDP de São José dos Campos está superlotado. O presídio tem capacidade para 525 detentos e abriga atualmente 1.172.
(Foto: Érika Sousa/Vanguarda Repórter)
Reivindicações
Além dos assassinatos e de terem mantido um refém, os detentos destruíram celas, fizeram buracos nas paredes e queimaram colchões durante o motim.
Eles reivindicaram melhorias ao Estado – entre as reclamações estão a comida oferecida, considerada de má qualidade; a suposta ausência de critérios para a transferência de presos; a superlotação e o tratamento aos visitantes. A SAP nega os problemas.
Motim
A rebelião terminou depois que a juíza Sueli Zeraik, da Vara de Execuções Criminais (VEC) foi à unidade. Ela teria se comprometido à analisar os pedidos e dar um retorno às demandas dos internos.
O agente penitenciário de 30 anos foi libertado – ele não ficou ferido. Os presos estão sendo realocados nas celas na noite desta quinta-feira pelos agentes do GIR. Não há previsão para conclusão do trabalho.