FOTOS IMAGENS-Amor além da vida: esposas recebem alianças de quatro jogadores da Chape
“Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza (…) até que a morte nos separe”. O rito de matrimônio que prega união eterna terá um simbolismo ainda mais especial para quatro viúvas do acidente de 29 de novembro, que completa dois meses neste domingo. Em meio aos destroços do avião de vitimou a delegação da Chapecoense, muitos objetos foram recuperados. E Val, Girlene, Suzi e Letícia tiveram uma surpresa ao receberam os pertences dos maridos: as alianças de casamento com Gil, Bruno Rangel, Thiego e Danilo, respectivamente.
As esposas foram informadas semanas após o acidente da existência dos objetos, em sua maioria passaportes e telefones celulares intactos. Casada com Gil, Val teve que esperar por três dias até ter o material em mãos, e relata com detalhes o emocionante momento em que reencontrou o símbolo de seu amor pelo volante da Chape:
– Quando chegou, eu não conseguia abrir a caixa. Sentia como se ele estivesse ao meu lado. Por algumas horas, andava para cima e para baixo com a caixa na mão para continuar com aquele sentimento. Quando tomei coragem, tive uma surpresa boa. Tudo chegou em perfeito estado. Peguei a aliança e coloquei ao lado da minha. Sempre que tenho medo, estou triste ou preciso tomar uma decisão, olho para senti-lo presente em minha vida. É uma maneira de eternizá-lo. Uma memória de nossa linda história.
A lembrança é guardada como relíquia por Val, que a exibiu na Arena Condá durante as homenagens pela conquista da Sul-Americana, antes do amistoso com o Palmeiras, no último dia 20. Com a medalha no peito, ela beijou as duas alianças e dedicou o momento ao campeão. Gesto repetido por Girlene Rangel.
A surpresa da viúva do maior artilheiro da história da Chape foi ainda maior ao perceber que a aliança tinha sido amassada e ganhado formato similar a de um coração:
– Todo mundo que vê fala isso. Esperar os pertences foi uma aflição. Ao receber, tive dois sentimentos: dor pelo jeito que ficou, mas depois percebi que era um formato de coração. Veio uma certa alegria ver que até o último minuto Deus cuidou para que o Bruno deixasse uma prova do nosso amor, que foi algo muito forte. Um dia, vamos estar juntos na eternidade.
Com dois filhos, Bruno Rangel usava justamente a aliança para mostrar o orgulho da família. A cada gol marcado, beijava o objeto na comemoração enquanto corria em direção ao torcedor. Memória preservada e guardada com carinho pela esposa.
Além dos objetos que os jogadores carregavam consigo, a Chapecoense recebeu o material que cada um levava em suas bolsas e mochilas, o que ainda não foi repassado para as famílias. Neste domingo, exatamente dois meses após o acidente, o clube estreia no Campeonato Catarinense, às 17h (de Brasília), na Arena Condá, contra o Inter de Lages.
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