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Advogado diz que clientes envolvidos em fraude na UFPR eram ‘laranjas’
Operação Research apura desvio de R$ 7,3 mi de bolsas e auxílios.
Pessoas sem ligação com a universidade receberam dinheiro, diz PF.
O advogado de 11 pessoas suspeitas de envolvimento na fraude no repasse de bolsas e de auxílios à pesquisa pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Marlon Bizoni Furtado, diz que seus clientes eram “laranjas”.
Ele defende 10 supostos beneficiários do esquema fraudulento e a secretária da Pró-Reitoria de Planejamento e Orçamento, Tânia Márcia Catapan.
À produção do Paraná TV, na quinta-feira (17), o advogado afirmou que há clientes que nem sabiam da existência das contas.
Furtado ainda informou que já fez o pedido para revogação da prisão dos clientes e que aguarda uma decisão do juiz.
O G1 tentou entrar em contato com o advogado nesta sexta-feira (16), porém, ele não atendeu às ligações.
Operação Research
Na quinta-feira (15), a UFPR foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) contra desvio de dinheiro público. A quantia deveria ter sido direcionada para bolsas e auxílios, mas acabou indo parar nas mãos de 27 pessoas que não têm vínculo com atividades acadêmicas.
O rombo ao cofre público, entre 2013 e 2016, foi estimado em R$ 7,3 milhões, conforme as investigações.
A operação prendeu temporariamente 28 pessoas. Duas são servidoras da UFPR: Tânia e a chefe do setor de Orçamento e Finanças do mesmo setor, Conceição Abadia de Abreu Mendonça. Elas são consideradas as principais responsáveis pelas ilegalidades na concessão das bolsas e auxílios.
Ambas estão afastadas das funções, com manutenção do salário, desde o dia 6 de fevereiro.
De acordo com o atual reitor da universidade, Ricardo Marcelo Fonseca, existia uma lista para pagamento de centenas de bolsistas e pesquisadores da universidade. Os nomes das pessoas que foram beneficiadas do esquema ilegal estavam infiltrados nessa lista.
“De fato, nesta cadeia de controle, havia falhas (…). A inserção de todos os dados de todos os pesquisadores na hora de empenho não acontecia na maneira como deveria acontecer”, afirmou o reitor em entrevista à imprensa, na quinta-feira (17).
“Não vamos descansar enquanto a UFPR não for a protagonista do ressarcimento desses valores”, acrescentou Fonseca. Ele disse, ainda, que os mecanismos internos de controle devem ser “incrementados” para evitar que a situação se repita.
Contas bloqueadas
Por determinação do juiz federal Marcos Josegrei, foram bloqueadas as contas de todos os investigados
Em duas contas bancárias de Conceição, bloqueou R$ 6.142,98. Já Tânia teve duas contas bloqueados, com R$ 122,40.
Em duas contas bloqueadas de uma das supostas beneficiárias, foram encontrados R$ 168.646,56. Com relação ao restante dos investigados, a maioria tem pouco dinheiro no banco.
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