SÃO PAULO (Reuters) – Em busca do apoio de evangélicos, numa eleição que tem um pastor como candidato à Presidência, a presidente Dilma Rousseff disse em evento na igreja Assembleia de Deus nesta sexta-feira que, embora o Brasil seja um Estado laico, “feliz é a nação cujo Deus é o Senhor”.
Dilma disse que seu governo foi aquele que mais trabalhou pelo fortalecimento da família no país, e citou programas sociais de sua administração, como o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida e o Pronatec.
“O Brasil é um Estado laico, mas, citando um salmo de Davi, eu queria dizer que feliz é a nação cujo Deus é o Senhor”, disse a presidente ao iniciar o seu discurso.
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“Nós temos muito que fazer”, continuou Dilma, que busca a reeleição pelo PT. “A gente não muda tudo, não recupera o prejuízo em 10 ou 12 anos… Mas nós fomos capazes de mexer nas bases e construir um novo futuro.”
Dilma lidera a corrida presidencial, com 38 por cento das intenções de voto, segundo pesquisa Ibope divulgada pela TV Globo na noite de quinta-feira. Num distante quarto lugar, com 3 por cento, está o pastor Everaldo (PSC).
A presidente estava acompanhada pelo governador do Distrito Federal, o petista Agnelo Queioz, e por parlamentares, como o líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), que também é líder evangélico e discursou antes dela.
Cunha, que na liderança do PMDB protagonizado vários atritos nas relações do Palácio do Planalto com o Congresso Nacional, fez questão de dizer que não falava como líder peemedebista, mas sim como evangélico.
O parlamentar disse que as igrejas evangélicas não dependem de dinheiro público e afirmou que os evangélicos querem apenas o direito de defender que a vida começa na concepção, referindo-se ao debate sobre o aborto, e de pregar que o homossexualismo é pecado “assim como está na Bíblia”.
Dilma não fez menção aos comentários de Cunha em seu discurso, preferindo enfatizar a importância de ações sociais realizadas por igrejas evangélicas, mas o parlamentar peemedebista aproveitou para agradecer à presidente pela revogação de uma portaria do Ministério da Saúde que, segundo ele, “legalizava o aborto ilegal”.
“No momento seguinte que essa portaria foi editada, eu procurei o ministro (da Saúde Arthur) Chioro, expus as nossas posições e o ministro, provavelmente consultando a senhora, em menos de 24 horas revogou a portaria”, disse Cunha.
(Reportagem de Eduardo Simões)