Felipão e seus 10 segredos para levar a Seleção do descrédito ao favoritismo


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30/05/2014 07h33 – Atualizado em 30/05/2014 07h33

 

Felipão e seus 10 segredos para levar a Seleção do descrédito ao favoritismo

Comissão técnica experiente, relação de confiança com grupo, proteção ao craque e sua velha malandragem. Técnico do penta mudou seleção brasileira em 16 meses

 

Por Alexandre Lozetti e Martín FernandezTeresópolis, RJ

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Quem te viu, quem te vê. Há um ano e meio, a CBF demitiu Mano Menezes e o substituiu por Luiz Felipe Scolari. A seleção brasileira decolou, ganhou a Copa das Confederações e hoje é uma das principais favoritas a ganhar a Copa do Mundo. O novo técnico estreou no início do ano passado e fez algumas mudanças que puseram a equipe de volta aos trilhos. A seguir, 10 motivos pelos quais o treinador do penta deixou a Seleção mais perto do hexa.

LASTRO

Parreira Felipão Scolari Brasil x Uruguai (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Comissão técnica da Seleção antes da semifinal da Copa das Confederações (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)

Além de Felipão, voltaram a bordo gente como o coordenador técnico Carlos Alberto Parreira e o preparador físico Paulo Paixão, com Copas e títulos mundiais nas costas. A mudança teve efeito imediato entre os jogadores, que passaram a respeitar muito mais a comissão técnica.

CONVICÇÃO

Luiz Gustavo treino Seleção (Foto: EfeServicios)Luiz Gustavo foi o volante escolhido para dar consistência à marcação (Foto: EfeServicios)

Felipão estreou com derrota para a Inglaterra, em 6 de fevereiro de 2013. Ao fim daquela partida, decretou: “Não posso jogar com dois volantes tão leves.” Paulinho e Ramires vinham sendo escalados com frequência pelo antigo treinador. A partir de então, um cão de guarda foi colocado à frente da zaga. Depois de alguns testes, Luiz Gustavo se tornou titular.

O time jogou todas as partidas da Copa das Confederações com a mesmíssima formação, o 4-2-3-1, algo que não aconteceu nem na Copa América de 2011 nem na Olimpíada de 2012 com Mano. A volta de um centroavante de origem em substituição ao “falso 9” também marcou a mudança no esqueleto da Seleção.

GOLEIRO

Julio Cesar Treino Goleiro Seleção Brasileira (Foto: Rafael Ribeiro / CBF)Julio César: sempre o goleiro de Felipão (Foto: Rafael Ribeiro / CBF)

A segunda “era Felipão” sempre teve Júlio César como seu goleiro número 1 – ainda que ele faça questão de usar a camisa 12. O treinador ignorou o longo tempo que o atleta ficou sem jogar ao sair do QPR para o Toronto. Nos dois anos e meio da “era Mano”, foram titulares Victor, Julio César, Jefferson e Diego Alves – além de Rafael e Gabriel, na seleção olímpica.

CONFIANÇA

Brasil time posado Copa das Confederações (Foto: Getty Images)Time posado para final da Copa das Confederações, em 2013, foi repetido no treino da última quarta (Foto: Getty Images)

O que Felipão fez com Julio César, fez para quase todas as posições. Seus 11 titulares são os mesmos há muito tempo. Mesmo os reservas são quase sempre os mesmos: Jefferson, Dante, Hernanes, Ramires, Bernard, Jô. Os atletas se conhecem e sabem que não estão com a cabeça a prêmio por qualquer falha.

SEM PRESSÃO

Kaká não rendeu? Fora. Ronaldinho se atrasou na apresentação? Fora. Há gritos por Lucas nos treinos e jogos? Não importa. A comissão técnica não se deixou levar por pressões externas e até mesmo as decisões mais impopulares acabaram sendo aceitas por todos. Tanto que não houve clamor por ninguém na convocação final.

CLÁSSICOS

Felipão estreou contra a Inglaterra, depois emendou amistosos contra Itália, Rússia, Chile, Inglaterra de novo e França. Teve um passeio na Bolívia no meio, tudo bem. No segundo semestre, foi a vez da seleção portuguesa(veja no vídeo ao lado). Itália outra vez, Uruguai e Espanha caíram na Copa das Confederações. As vitórias demoraram um pouco, mas devolveram ao Brasil o respeito dos adversários e a certeza do caminho certo.

REDOMA

Neymar  treino Brasil (Foto: Heuler Andrey / Mowa Press)Neymar se protege com um gorro do frio de Teresópolis (Foto: Heuler Andrey / Mowa Press)

Com Felipão, Neymar não fala – ou fala menos. E aparece pouco fora do campo. O último amistoso da seleção brasileira antes da convocação para a Copa do Mundo é um exemplo claro. O craque do Barcelona fez três gols na vitória por 5 a 0 sobre a África do Sul, mas não abriu a boca. Passou reto pela área de entrevistas e não falou em coletiva. O treinador sempre faz questão de enaltecer seu principal jogador. Coloca-o no mesmo patamar dos maiores craques do futebol mundial e o defende mesmo nas questões mais delicadas. Scolari também conversou com seus representantes para que os compromissos comerciais ficassem em segundo plano nos momentos decisivos, como o de agora. O resultado pôde ser visto em campo: Neymar participou dos 20 jogos e fez 13 gols.

CHEFÃO

Felipão coletiva treino Seleção (Foto: Reuters)Felipão, o “presidente” da Seleção (Foto: Reuters)

Luiz Felipe Scolari é o “presidente” da seleção brasileira. Escolhe os hotéis onde o time vai se hospedar, o cardápio, as folgas, opina até mesmo sobre quem dá entrevista. Ganhou uma autonomia que os seus antecessores não tinham, com o respaldo de já ter sido campeão mundial em 2002. Só Carlos Alberto Parreira e Flávio Murtosa, seu fiel escudeiro há três décadas, são consultados.

DISCURSO

Felipão adotou discurso inflamado, patriótico, que agradou ao torcedor que vai ao estádio. Sob seu comando, a Seleção só foi vaiada no país contra o Chile, o contrário do que aconteceu com todos os seus antecessores – e com ele mesmo, na primeira passagem. O discurso contaminou até o comedido Parreira, que chegou a dizer que “o Brasil está com uma mão na taça” (veja no vídeo ao lado).

SORTE

O técnico pode até não reconhecer, mas há um pouco de sorte nisso tudo. O pênalti perdido por Forlán com poucos minutos de jogo na semifinal da Copa das Confederações, a bola que David Luiz salvou na final contra a Espanha, as lesões que nunca desfalcaram seu time em horas importantes. Até hoje, tudo conspirou a favor.

Forlán e Julio César pênalti jogo Brasil Uruguai (Foto: Getty Images)Julio César salta para defender pênalti de Forlán na semifinal das Confederações contra o Uruguai (Foto: Getty Images)

 

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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