A 2ª Feira da Agricultura Familiar de Natal entrou na principal rota turística da cidade a partir desta quarta-feira (11), no Ponto Sete, localizado na Avenida Engenheiro Roberto Freire, zona Sul de Natal.
Cerca de 40 famílias produtoras venderam diretamente vários tipos de vegetais produzidos de forma orgânica no bairro de Ponta Negra. Também no Ponto Sete, a Prefeitura de Natal ofereceu um café da manhã de boas-vindas aos jornalistas nacionais e estrangeiros que vieram cobrir a Copa do Mundo.
É a primeira vez que o bairro de Ponta Negra recebe a Feira promovida pela Empresa de Fomento e Segurança Alimentar do município (Alimentar). Segundo o diretor administrativo da empresa pública, Valdir Trindade, agora a Feira ocorrerá todas as quartas-feiras, sempre das 6h da manhã às 13h.
A meta da Alimentar é implantar uma feira do tipo em cada zona de Natal. “Nosso projeto é ampliar abrir uma em cada região da cidade. Na zona Norte vai ser próximo à área de Lazer do Panatis. Na zona Oeste, vai ser ali próxima a Conab na Jaguarari”, explicou. Na zona Leste, a feira de produtos orgânicos funciona na Praça das Flores às sextas-feiras das 6h a 13h.
Conforme Trindade, toda a produção vem de assentamentos de municípios região metropolitana de Natal (Extremoz, Macaíba e Ceará-mirim) e passam pelos critérios para serem considerados orgânicos. “A gente está trazendo produtos orgânicos que são acompanhados por técnicos agrícolas da própria Prefeitura no plantio, colheita e todo o processo”, informou.
O presidente da Associação de Produtores e Produtoras Orgânicos de Ceará-mirim, Agenor Lopes da Silva, apenas a feirinha da Praça das Flores já foi suficiente para escoar os alimentos que estavam encalhando, como também estimular o crescimento da produção. “Quando começamos a trabalhar com esses produtos, existia produção, mas não existia mercado”, contou o presidente.
Algumas iniciativas tentaram escoar a produção da associação, como uma feirinha em Ceará-mirim e na Companhia Nacional de Abastecimento em Natal. Mas essas duas vias não eram suficientes. “Aí começou a aparecer os atravessadores. Hoje com essa Feira não só temos como escoar a produção, como também está começando a faltar mercadoria”, disse o presidente da associação.
Agenor da Silva também acrescentando que vai pedir um novo financiamento para um banco estatal para aumentar a capacidade de produção. Atualmente, eles produzem 20 toneladas por mês somadas todas as terras.
Como os produtos são vendidos diretamente pelos produtores, a elevação do preço é mínima porque há apenas o lucro do produtor. Situação diferente de quando atravessadores se colocam no meio dessa cadeia de produção, o que acontece na maioria das outras feiras.
Quem aproveitou logo no primeiro dia é o morador do conjunto de Ponta Negra Antonio Sales. “Eu já tinha feito a feira no sábado, mas vim aqui para aproveitar algumas coisas. É muito bom isso aí porque hoje as pessoas estão procurando muito esses produtos naturais. Acho que esse espaço vai ficar pequeno daqui a alguns dias”, declarou o morador.
A empresa pública também organizou, hoje pela manhã, um café da manhã para os jornalistas que vem a Natal cobrir os jogos Copa do Mundo da Fifa. “Estamos preparando esse café para os jornalistas nacionais e estrangeiros conheceram mais da culinária nordestina e potiguar, que cá pra nós é a melhor”, avaliou o diretor administrativo da Alimentar.
Peixe Vivo
Na 2º Feira de Agricultura Familiar de Natal, a Alimentar também instalou o projeto Peixe Vivo que leva tilápias vivas, vindas de um viveiro em São José de Mipibu, em um tanque para a venda nas feiras. “O peixe aqui não é congelado, o cliente vem e a gente mata na hora, trata e deixa pronto para ele”, disse.
Só hoje, a Alimentar colocou a disposição 150 quilos do peixe para a venda. O quilo da tilápia na feira custa R$ 10,00 ligeiramente menor que no mercado, que pode variar entre R$ 12,00 e R$ 14,00 em Natal. “A grande vantagem aqui está na condição natural em que o cliente compra o peixe”, destacou Valdir Trindade.