Blog do Levany Júnior

EXTREMOZ RN-Rio é maior conquista do projeto de poder da Universal

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A eleição de Marcelo Crivella para prefeito do Rio de Janeiro é uma vitória do projeto de poder da Igreja Universal do Reino de Deus. A Igreja Universal foi a maior força criadora do PRB, o partido de Crivella, e nunca escondeu que desejava ocupar espaços na política.

No Congresso, já existe uma influente e significativa bancada evangélica. A eleição no Rio é a mais relevante conquista do PRB em seus 13 anos de existência. Será o posto executivo mais poderoso já ocupado por um bispo da Universal e senador do PRB.

É um exemplo de que vem no crescendo no Brasil a mistura da religião com a política. No segundo turno, Crivella recorreu a discurso com forte pregação religiosa e priorizou temas morais a fim de derrotar o PSOL de Marcelo Freixo.

Após a vitória, Crivella fez um discurso contemporizador, dizendo que não cairia “na praga maldita da vingança”. Falou em “olhar pra frente”. Agradeceu o apoio de setores da Igreja Católica, de outras religiões e até de ateus.

No Rio, os votos nulos e brancos mais a abstenção atingiram um número superior aos dos votos em Crivella. Acabou fracassando a campanha do PSOL contra o voto nulo e as abstenções.

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BH, Recife, Porto Alegre, Fortaleza e Curitiba

Apesar de o PSDB ser um dos principais vitoriosos nas eleições municipais, o presidente do partido, o senador Aécio Neves, sofre uma derrota direta em Belo Horizonte. Em 2014, ele bancou a candidatura de Pimenta da Veiga pelo PSDB ao governo de Minas e acabou perdendo a eleição para o petista Fernando Pimentel.

Houve uma repetição agora. Na reta final em BH, o senador participou ativamente da campanha de João Leite. Esse resultado coloca pedras no caminho de Aécio para uma nova candidatura à Presidência. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que também deseja ser candidato a presidente, está em situação melhor do que Aécio, pois foi o padrinho da eleição de João Doria em primeiro turno paulistano.

O resultado em Recife confirma o mau momento do PT em todo o país. A vitória de Geraldo Júlio mostra que o PSB virou uma força hegemônica em Pernambuco, enfraquecendo os petistas.

A eleição do tucano Nelson Marchezan Júnior em Porto Alegre é um exemplo do sucesso do discurso contra os políticos tradicionais. Apesar de ser deputado federal, Marchezan atacou a classe política. Essa onda beneficiou João Doria no primeiro turno em São Paulo e ajudou outros candidatos no segundo turno.

A eleição de Roberto Cláudio (PDT) em Fortaleza é uma vitória do grupo do ex-ministro Ciro Gomes e do ex-governador Cid Gomes. Ciro é um potencial candidato a presidente. Pode vir até a receber o apoio de Lula se o petista não for candidato.

E há exemplos pelo país de uma fragmentação partidária cada vez maior. Rafael Greca (PMN), em Curitiba, e Alexandre Kali (PHS), em Belo Horizonte, foram eleitos por partidos pequenos.

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Tucanos e petistas

No Estado de São Paulo, o PT praticamente desapareceu. Houve uma expressiva vitória do PSDB em cidades médias e grandes do Estado. A maior conquista do PT em território paulista foi eleger no primeiro turno o ex-ministro Edinho Silva como prefeito de Araraquara, uma cidade média.

O resultado paulista mostra a força do governador Geraldo Alckmin no interior, como a vitória de Duarte Nogueira (PSDB) em Ribeirão Preto e de Guti (PSB) em Guarulhos. Alckmin não faz uma gestão bem avaliada, mas, politicamente, avançou algumas casas na disputa interna tucana pela candidatura presidencial.

Na onda azul do PSDB, Alckmin surfou melhor do que Aécio.

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Balanço federal 

Uma marca das eleições municipais foi o sucesso dos candidatos que apostaram no discurso contra os políticos tradicionais. Essa demonização da política estimulou um número maior de abstenções e de votos nulos.

O PT foi o grande derrotado. Houve um efeito Lava Jato que prejudicou mais os petistas. A crise econômica, gerada pelo governo Dilma, também contribuiu para o eleitor punir os candidatos do PT. De modo geral, a esquerda perdeu espaço para a direita.

O PMDB e o PSDB, que são os principais partidos de sustentação do governo Temer, saem vitoriosos. Isso sinaliza força para as eleições de 2018, porque os prefeitos são cabos eleitorais valiosos. Mas a política no Brasil pode mudar muito em dois anos. E agora peemedebistas e tucanos deverão ser mais atingidos pelas revelações da Lava Jato.

Há um furacão que se abaterá sobre toda a classe política com as delações da Odebrecht. E o governo Temer ainda tem o enorme desafio de resolver a crise econômica. Portanto, há um quadro de incertezas políticas e econômicas em relação a 2018.

Ter bom desempenho nas eleições municipais de 2016 ajuda, sem dúvida, mas não é garantia de vitória do atual campo governista daqui a dois anos. Não deve ser menosprezado o risco de aventuras eleitorais e de êxito de nomes que não estão hoje na política tradicional.

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