EXTREMOZ RN-A prosperidade não é fruto só do esforço


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Uma das mais profundas razões da falta de prosperidade financeira é abordada na Bíblia como tendo sua raiz no egoísmo e na falta de sensibilidade para com aquilo que deve ser feito em prol da Casa e do Reino de Deus.
Nos dias de Ageu
Vemos nos dias do profeta Ageu que o povo que voltara do cativeiro babilônico se encontrava sem disposição alguma de reedificar o templo do Senhor. Davam desculpas a respeito de sua responsabilidade, mas ao mesmo tempo edificavam suas próprias casa para seu próprio conforto. E Deus protestou contra isto:
“Assim fala o Senhor dos Exércitos: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a Casa do Senhor deve ser edificada. Veio, pois, a palavra do Senhor, por intermédio do profeta Ageu, dizendo: Acaso, é tempo de habitardes vós em casas apaineladas, enquanto esta casa permanece em ruínas?” – Ageu 1:2-4
Muita gente passa toda a sua vida pensando unicamente em si mesmo, sem se dispor a fazer nada para Deus. Trabalham somente pelo seu conforto e fazem tudo para estarem em tranqüilidade, mas não conseguem se dispor para servir a Deus. Muitas vezes não entendemos que enquanto estamos correndo atrás de nossas próprias coisas, o Senhor está esperando algo diferente de nós. Foi o que Deus disse ao seu povo por meio do profeta Ageu:
“Subi ao monte, trazei madeira e edificai a casa; dela me agradarei e serei glorificado, diz o Senhor”. – Ageu 1:8
Mas Deus protesta contra a atitude do povo e demonstra esperar que eles se envolvessem na sua obra. E revela também que a razão de não estarem prosperando (pelo contrário, acabam vendo seus bens e provisão misteriosamente desaparecer) era o fato de não se importarem com a sua Casa.
“Tendes semeado muito e recolhido pouco; comeis, mas não chega para fartar-vos; bebeis, mas não dá para saciar-vos; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para pô-lo num saquitel furado”. – Ageu 1:6
Muito esforço e pouco resultado. Falta de realização na dimensão de conquistas alcançadas. Insuficiência. Tudo isto é visto na vida do povo hebreu dos dias do pós-exílio babilônico. E a mais contundente afirmação de perdas materiais e financeiras inexplicadas: o saquitel furado. Mesmo aquilo que tenta se guardar ou economizar some como se depositado num saco furado. Vaza como areia seca por entre os dedos.
Estes não são apenas sintomas de um momento de crise econômica, e sim de ausência da bênção do Senhor. Precisamos aprender a edificar com a bênção de Deus. Fazer algo sozinho ou debaixo da graça do Pai Celeste têm muita diferença:
“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois aos seus amados ele o dá enquanto dormem”. – Salmo 127:1,2
Embora o trabalho seja um meio de provisão, o qual Deus usa para prover seus filhos, fica clara a diferença entre quem alcança algo sozinho e quem o faz com a bênção do alto. Deus nunca quis que o homem tivesse a presunção de alcançar a prosperidade sozinho. Esforço e trabalho produzem resultados, mas isto só ainda não nos leva ao melhor de Deus. E quando quebramos princípios (como o povo de Deus fez nos dias de Ageu) além de não entrar na bênção, ainda produzimos o efeito inverso: atraímos maldição!
A prosperidade não é fruto só do esforço
Já desde a lei mosaica o Senhor prevenia seu povo a não ter a presunção de achar que alcançaria a prosperidade por si só:
“Guarda-te não te esqueças do Senhor, teu Deus, não cumprindo os seus mandamentos, os seus juízos e os seus estatutos, que hoje te ordeno; para não suceder que, depois de teres comido e estiveres farto, depois de haveres edificado boas casas e morado nelas; depois de se multiplicarem os teus gados e os teus rebanhos, e se aumentar a tua prata e o teu ouro, e ser abundante tudo quanto tens, se eleve o teu coração, e te esqueças do Senhor, teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão… Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas riquezas. Antes, te lembrarás do Senhor, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu a teus pais, como hoje se vê”. – Deuteronômio 8:11-14, 17 e 18
Ninguém deveria achar que prosperou sozinho a ponto de se esquecer de Deus. Cada pessoa deveria reconhecer a bênção do céu sobre si e ser grato por isto. No caso de esquecerem do Senhor, Ele usaria uma forma especial de chamar a atenção de seu povo: eles perderiam esta sua bênção.
O Senhor sempre corrige seu povo; não porque queira nos prejudicar, mas justamente porque nos ama e deseja o nosso melhor. Foi o que Ele fez nos dias do profeta Ageu; isto fica bem claro em suas palavras ao povo:
“Agora, pois, considerai tudo o que está acontecendo desde aquele dia. Antes de pordes pedra sobre pedra no templo do Senhor, antes daquele tempo, alguém vinha a um monte de vinte medidas, e havia somente dez; vinha ao lagar para tirar cinqüenta, e havia somente vinte. Eu vos feri com queimaduras, e com ferrugem, e com saraiva, em toda a obra das vossas mãos; e não houve, entre vós, quem voltasse para mim, diz o Senhor. Considerai, eu vos rogo, desde este dia em diante, desde o vigésimo quarto dia do mês nono, desde o dia em que se fundou o templo do Senhor, considerai nestas coisas. Já não há semente no celeiro. Além disso, a videira, a figueira, a romeira e a oliveira não têm dado os seus frutos; mas, desde este dia, vos abençoarei”. – Ageu 2:15-19
Vemos que a insuficiência se estabeleceu como uma maldição na vida do povo de Israel naqueles dias. O estoque de grãos se dissipava antes de ser consumido. Toda sorte de empecilhos à prosperidade se instalou impedindo a bênção financeira.
Todo esforço no trabalho era recompensado com perdas, mas assim que o povo decidiu retomar a edificação da casa de Deus, a frutificação começou a acontecer de fato! O Senhor disse que os abençoaria a partir daquele dia em que voltaram a investir seu tempo, trabalho e recursos no Reino de Deus.
O problema de Israel era um só: o egoísmo e a indiferença para com Deus. E este não é apenas um problema do passado. Há muitos cristãos hoje que estão presos em seu egoísmo e não conseguem pensar em outra coisa além de si mesmos. Quando nos recusamos a investir na casa de Deus é porque queremos usar aqueles recursos para nós mesmos. E Deus não pode abençoar esta atitude!
O Reino de Deus em primeiro
Este princípio da bênção ligada a atitude que temos para com as coisas de Deus não é uma injustiça cometida contra nós. Alguns acham que Deus (e/ou seus pregadores) nos ameaçam com problemas financeiros para nos coagir a dar. Mas ao instituir este princípio, o Senhor o fez para o nosso próprio bem. Quando damos a Deus, estamos quebrando a cadeia do egoísmo e nos colocando em um lugar onde Deus pode nos abençoar.
Jesus nos ensinou a não nos preocupar com o que havemos de comer, beber ou vestir (Mt.6:25). Não porque estas coisas não sejam importantes, mas por que a forma de obtê-las não é mediante esforço ou ansiedade, e sim por colocar os devidos princípios espirituais para operar em nosso favor. E isto inclui uma mudança de prioridades e valores em nossa vida:
“Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas”. – Mateus 6:33
Quando colocamos o Reino de Deus em primeiro lugar e nos importamos com as coisas d´Ele, o veremos se importando com aquilo que nos diz respeito. Isto nos leva de volta à duas das grandes leis que temos abordado neste livro: Dar e Receber e Semeadura e Ceifa.
Os abalos de Deus
Você já ouviu falar dos abalos de Deus?  Eles são o modo como Deus faz com que nossas vidas sejam chacoalhadas para que as coisas abaláveis sejam removidas e as inabaláveis permaneçam. (Extraí parte do ensino a seguir de meu livro “O Agir Invisível de Deus”, onde abordo o assunto de forma mais detalhada que aqui).O autor da Epístola aos Hebreus foi divinamente inspirado para falar disto:
“Tende cuidado, não recuseis ao que fala. Pois, se não escaparam aqueles que recusaram ouvir quem divinamente os advertia sobre a terra, muito menos nós, os que nos desviamos daquele que dos céus nos adverte, aquele, cuja voz abalou, então, a terra; agora, porém, ele promete, dizendo: Ainda uma vez por todas farei abalar não só a terra, mas também o céu. Ora, esta palavra: Ainda uma vez por todas, significa a remoção dessas cousas abaladas, como tinham sido feitas, para que as cousas que não são abaladas permaneçam. Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor; porque nosso Deus é um fogo consumidor”. – Hebreus 12:25-29
Vemos que a rebeldia daqueles que não dão ouvidos à voz divina será repreendida com abalos. Note que não estamos falando sobre Deus recompensar a fidelidade com abalos, mas sim daqueles que rejeitam a voz de Deus, ou seja, sua Palavra. Disto falou o salmista:
“Deus… tira os cativos para a prosperidade; só os rebeldes habitam em terra estéril”. – Salmo 68:6b
O tratamento e correção de Deus nas nossas vidas vêm naquelas áreas onde ainda não estamos correspondendo com o que Ele diz em sua Palavra. O Senhor fala claramente sobre trazer seus abalos. O texto fala de abalos sísmicos, tremores de terra produzidos por terremotos. E simbolicamente mostrou que as perdas não são oriundas apenas de um saquitel furado, mas de abalos que Deus traz sobre seu povo.
Ageu foi a primeira voz profética que se levantou entre os israelitas depois do exílio na Babilônia. A reconstrução do templo fora interrompida, e estava parada por cerca de quinze anos; o povo não se envolvia na retomada da restauração dizendo que o tempo de reconstruir a casa de Deus ainda não havia chegado. Então o Senhor o envia com uma mensagem de repreensão ao seu povo, mostrando que enquanto não se importassem com o estado de Sua Casa, Ele prosseguiria abalando a vida financeira deles:
“Esperastes o muito, e eis que o muito veio a ser pouco, e este pouco, quando o trouxeste para casa, eu com um assopro o dissipei. Por quê? Diz o Senhor dos Exércitos; por causa da minha casa, que permanece em ruínas, ao passo que cada um de vós corre por causa da sua própria casa. Por isso os céus sobre vós retém o seu orvalho, e a terra os seus frutos. Fiz vir a seca sobre a terra e sobre os montes; sobre o cereal, sobre o vinho, sobre o azeite e sobre o que a terra produz; como também sobre os homens, sobre os animais e sobre todo o trabalho das mãos.” – Ageu 1:9-11
É estranho demais ver Deus dizendo que Ele fez com que o muito esperado se tornasse pouco na colheita de seu povo e, ainda, depois tenha assoprado sobre o pouco, fazendo-o dissipar-se. Não combina com a mensagem de prosperidade de nossos dias, Deus mandar os céus reterem o orvalho e a terra reter seu fruto; nem tampouco Ele fazer vir a seca! Mas Deus fez tudo isto. Por quê? Porque somente abalando as coisas naturais na vida de seu povo é que as coisas espirituais teriam seu lugar. Eles só estavam pensando em si mesmos e haviam abandonado a restauração da casa do Senhor; mas Deus conseguiu recuperar a atenção e serviço deles de uma forma muito especial.
Quando o escritor de Hebreus escreveu sobre as coisas abaláveis serem removidas, ele falou sobre as inabaláveis permanecerem e então acrescentou que temos recebido um reino inabalável! Ou seja, quando estamos sufocando as coisas espirituais por uma dedicação dirigida somente ao que é natural, Deus pode fazer tremer o que é abalável, o natural, para que caindo estas coisas, permaneça em nossas vidas aquilo que é espiritual, e então nossa reconstrução poderá começar a partir deste ponto.
De nada adianta edificarmos somente para nós mesmos; devemos edificar para o Senhor em nossas vidas, pois quando os abalos de Deus vierem, só ficará de pé o que construímos para o Senhor, e o que é nosso, humano, cairá. Em Lucas 14:28-30 Jesus assemelhou a vida cristã à edificação de uma torre, mostrando que no plano espiritual também edificamos.
Tenho percebido isto não só em minha própria vida e igreja, mas também em contato com muitas outras igrejas e pastores. É um fato. Tal qual nos dias de Ageu, quando nos esquecemos das coisas de Deus e queremos buscar somente as nossas próprias, Deus não somente deixa de ter um compromisso de nos abençoar, como pode nos julgar e disciplinar, uma vez que a responsabilidade de edificar o reino de Deus é nossa.
Porém, quando procedemos de forma correta, e colocamos o Senhor em primeiro lugar, tudo muda. A benção e a provisão divina fluem milagrosa e abundantemente. Por que Deus estava sacudindo as finanças do seu povo naqueles dias depois do exílio?
Porque os israelitas haviam se tornado egoístas e descomprometidos com o reino de Deus, e o propósito destes abalos era mudar a atitude do povo. Quando compreenderam que os abalos eram uma forma de Deus fazê-los voltar a investir em sua casa, eles se animaram a obedecer sobre uma promessa divina de que então a prosperidade viria sobre eles. Em uma de suas profecias, Ageu deixa claro que os abalos visavam trazer para Deus os recursos para a restauração de sua casa:
“Pois assim diz o Senhor dos Exércitos: Ainda uma vez, dentro em pouco, farei abalar o céu, a terra, o mar, e a terra seca; farei abalar todas as nações e as cousas preciosas de todas as nações virão, e encherei de glória esta casa, diz o Senhor dos Exércitos. Minha é a prata, meu é o ouro, diz o Senhor dos Exércitos. A glória desta última casa será maior do que a primeira, diz o Senhor dos Exércitos; e neste lugar darei a paz, diz o Senhor dos Exércitos.” – Ageu 2:6-9
Deus nunca está contra o seu povo. Estes abalos visavam corrigi-los e tratá-los, não destruí-los. Tão logo voltaram a cumprir a vontade de Deus, foram abençoados. Quando o livro de Hebreus fala sobre os abalos de Deus, fala também sobre “retermos a graça” (Hb.12:28), pela qual servimos a Deus de forma agradável. Reter significa não perder, não desperdiçar. Isto nos mostra que mesmo em meio aos abalos divinos, podemos estar sob a graça de Deus, desde que não nos rebelemos insistindo em deixar nossos valores invertidos, de forma contrária aos valores da Palavra. Quando somos abalados pelo tratamento divino, devemos corresponder em obediência e mudança de mente, de atitude; ao obedecermos, a disciplina dará lugar à benção do Senhor.
Foi nestes mesmos dias e condição que Malaquias também foi usado por Deus para profetizar ao povo e desafiá-lo a honrar o trabalho de reconstrução da casa de Deus; e ele falou inspirado pelo Espírito Santo que, à medida que o povo voltasse a dar os dízimos e ofertas, Deus abriria as janelas do céu e derramaria uma benção tal que não seria igualada a nenhuma outra (Ml.3:8-12)! Embora Deus tenha abalado a vida financeira deles, fez isto somente até que voltassem a priorizar o reino de Deus. Abalou as coisas abaláveis para que as inabaláveis permanecessem.
Talvez sua vida esteja sendo abalada pelo Senhor e você não sabe o que fazer; aliás, não há realmente nada a fazer quando os abalos divinos chegam a não ser permanecer firme e reconstruir a partir do que sobrou. Deus quer mudar seus valores, levando-te a colocar o reino d’Ele em primeiro lugar e, quando o fazemos, o processo é invertido e então Ele nos abençoará e nos levará à reconstrução de tudo o que ruiu, porém, com novos alicerces.
Para muitos de nós é difícil ver Deus agindo em meio a um desmoronar geral em nossa vida. É lógico que não estamos falando do melhor de Deus para nós, e sim de correção. O plano do Senhor é nos abençoar, nos fazer o melhor. Creio que o Pai prefere não ter que abalar nossas vidas. Contudo, pela dureza de nossos corações e tão somente por causa da nossa própria obstinação é que Ele nos trata desta maneira. Não haveria abalos corretivos se não nos desviássemos de sua vontade; eles sempre ocorrem quando algo está errado na nossa forma de agir. 
E a intensidade dos abalos sempre virá na proporção direta da nossa distorção de valores ou da nossa resistência ao Senhor e seu plano; não será maior e nem menor do que aquilo que necessitamos. Portanto, já é hora de mudarmos nossa postura quanto à questão de investir na obra do Senhor. Ele honra aqueles que o honram, mas aos que o desprezam, Ele também os desprezará (I Sm.2:30)!
Orvalho.com
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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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