Lendo este provérbio pela primeira vez, a gente até o acha bonito e verdadeiro. porém, na prática, parece que ele não é uma verdade para as pessoas. Digo isso porque, nos últimos anos, estamos migrando nossos valores, ou seja, estamos deixando de conferir valor às pessoas e conferindo valor às coisas. E, a medida que isso vai acontecendo o provérbio já não se aplica à vida. Em nome da ostentação muitas amizades são esquecidas, muitos relacionamentos entram em crise, muitos filhos são esquecidos e muitos pais são deixados de lado. Há lares que, a despeito do vemos nas festas sociais, internamente estão fracassados. Mas, como o valor está nas coisas, naquilo que querem mostrar aos outros, às vezes, as necessidades internas de afetividade, perdão, diálogo, aceitação, não são supridas, pois a vida tornou-se uma vitrine, arrumada para os outros mas sem qualquer vida em si mesmo. Este tipo de situação gera muitos conflitos, mágoas, indiferença e, em alguns casos, violência física e verbal. Possivelmente, quando Salomão escreveu este provérbios, ele tinha em sua memória toda a estética gloriosa da sua família paterna no Palácio, porém, no desastre familiar que foi a casa de Davi, onde, ante a fartura de bens e comidas, havia verdadeira fome de amizade, afeto, cumplicidade, perdão, diálogo, e tudo mais que é necessário para que uma pessoa se sinta dignificada naquele ambiente que deveria ser o mais segundo do mundo: o lar. Talvez Salomão fosse aquele filho que trocaria toda a riqueza da casa de Davi por um lar que, mesmo a pão e água, vivesse em harmonia. Dentre todos os tesouros desta terra a família é o maior patrimônio que alguém pode ter, porém, alguns não pensam assim. Mas e você, o que valoriza? Jesus disse que onde está o nosso tesouro, ali também, está o nosso coração. Pense nisso!
Com carinho e amizade,
Pr. André Luís Pereira