EXTREMOZ RN-Entrevistas Clube dos Garotos 5, por Rui Daher
por Rui Daher
Texto de fricção patrocinado pelas Estampas Eucalol e apoio dos baralhos “Dirigindo não Jogue”.
INFORME PUBLICITÁRIO:
Das Estampas Eucalol vocês já sabem. Durante a ditadura, em “O Pasquim”, um dos melhores cronistas do Brasil, Ivan Lessa, trouxe-as de volta em humor e crítica. Nesse retorno sem milico, Rui, o pior, faz o mesmo.
Como fazer sobreviver um blog sem um pé na produção e outro no mercado financeiro? Simples. Como um saci. Tendo o caixa esvaído por duas garrafas salineiras, restou ao nosso departamento de publicidade procurar apoio para a tesouraria. Diante da barafunda hoje estabelecida no Brasil, cortamos o baralho com empresa tradicional do ramo. A Thaisa do vôlei.
“Quando Celso Russomano encontra Henrique Áreas”
Seguindo nosso alto espírito democrático de a todos dar oportunidade, hoje deveríamos entrevistar Henrique Áreas, candidato do PCO, Partido da Causa Operária, à Prefeitura de São Paulo.
Tudo programado, surpreendeu-nos a assessoria de comunicações do comunicador (sic) Celso Russomano, alegando prioridade. Em passado recente e nota a nós enviada, o candidato afirmara tão logo absolvido em processo de corrupção a vez seria dele. Imaginando o impossível e prevendo os passos lentos e a bonomia de Rodrigo Janot, aceitamos. Ele foi absolvido.
Para manter nosso compromisso com a democracia e diminuir exposição aos 13% de juros mensais no cheque especial, pedimos modesto tributo ao mui inocente, e convencemos Áreas a participar de um debate com o oponente. A propósito Dr. Celso: Banco do Brasil, agência 2041 – c/c nº 3612.
BRD: Bom dia candidatos, Áreas e Russomano. Agradecemos a presença. Nossos debates não seguem a estrutura convencionada pelas demais folhas e telas cotidianas. Lançamos um tema tudo a ver com a gestão da cidade de São Paulo e os senhores saem falando. Não há réplica, tréplica e desvios dois pontos para cima ou para baixo. Aqui os desvios custam caro. A nosso critério, sempre que necessário, Heraldo, altura 2,06 metros, peso 154 kg, poderá interrompê-los. Peço concordância às nossas regras.
CR: Sim.
HA: да
BRD: Primeiro tema: prostituição na cidade.
CR: Da forma como é hoje, sou contra! Em todos os meus programas noturnos nunca permiti tais participações. No colunismo social, evito expor pessoas pobres que exerçam tal atividade laboral. Não por pudor, mas quem a faz sonega impostos e prejudica os demais consumidores. Profissão, dizem, a mais velha do mundo, impossível de coibir, enviarei à Câmara projeto de lei que exige emissão de nota fiscal pós-coito e alíquotas diferenciadas, segundo posições, duração, objetos utilizados, etc.
HA: Preocupam-me os direitos trabalhistas. A direita deu um golpe e a democracia foi mutilada. Os trabalhadores serão prejudicados e a Petrobras privatizada. Proponho luta e greve geral. Quanto ao tema, na proposta do Russo, sugiro acrescentar um desconto caso se comprove amor sincero durante o expediente.
CR: Prefiro que meu sobrenome seja expresso por completo.
HA: Força do hábito. Certo, Mano.
BRD: Heraldo, interfira!
Cadeiras recolocadas em seus lugares.
BRD: A atual administração insiste em abrir espaços livres de tráfego nos principais logradouros da cidade, em dias determinados. Quem ganha com isso?
CR: O ócio. No mais, todos perdem. Quer um exemplo? A Avenida Paulista. Por que os moradores são cerceados em seus direitos e qualquer cangaceiro, morador na Rua G de General, na Vila Brasilândia, pode fazer o que quiser, inclusive deixar cães fornicarem na frente de crianças e gastarem latas de água para lavar latas-velhas? Outra imbecilidade, as faixas coloridas para as ciclovias. Por que vermelhas? Propaganda subliminar, claro!
HA: Preocupam-me os direitos trabalhistas. A direita deu um golpe e a democracia foi mutilada. Os trabalhadores serão prejudicados e a Petrobras privatizada. Proponho luta e greve geral. Quanto ao tema, enviarei projeto para que na Avenida Paulista, a cada 100 metros, sejam colocadas faixas com os dizeres: “Não se deve usar dinheiro público para pagar servo próprio”.
Mais uma vez, Heraldo é obrigado a intervir.
BRD: Último tema. Transporte público.
CR: Redução de tarifa, de jeito nenhum. Não passaram 10 anos dizendo que 40 milhões de pessoas ascenderam à classe média? Então. Picas, se me permitem, também nos horários fora de picos. E, pior, o poste quer criar TV e rádios públicos municipais. Pra quê? Vou cuidar das saúde e educação. A Patrulha do Consumidor, daí me chamarem de “Justiceiro”.
HA: Preocupam-me os direitos trabalhistas. A direita deu um golpe e a democracia foi mutilada. Os trabalhadores serão prejudicados e a Petrobras privatizada. Proponho luta e greve geral. Quanto ao tema, entendi. Patrulha, justiceiro, bar, bala, sangue, cova rasa. Они не делают русский язык, как и раньше. Пролетарии, соединяйтесь! (Tradução: Não se faz mais russos como antes. Proletários, uni-vos!).
BRD: Aqui a palavra final é nossa. Somente a galhofa salva!
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