EXTREMOZ RN-Derrubando Muralhas em Jericó – O Cego de Jericó
Uma das histórias mais bonitas da blíblia, esta que nos fala sobre o cego de Jericó. Certamente Bartimeu soube também como “derrubar as muralhas” que cercavam sua vida. Bartimeu, cego de nascença, não possuía nome próprio.
Bartimeu é uma designação hebraica para o termo “filho de Timeu”. Ele vivia em uma sociedade dominada pela crença no conceito da “causa e efeito”.
Os judeus acreditavam em padecimento por enfermidade de nascença, diretamente ligada a seus próprios pecados ou pelos pecados de seus pais.
Muito preconceito e discriminação Bartimeu sofria. Sempre lembrado por sua condição de cego, da acusação de ser um pecador. Era a vergonha de seus pais e desgraça da família. Segundo o que acreditavam os judeus, um sinal da visitação de Deus à maldade humana, uma espécie de maldição hereditária.
Deixado por seus pais, à beira do caminho mendigava. Não possuía casa, nunca saberia o que é ter um lar com esposa, filhos, netos. Imagino seus complexos, seus questionamentos. Vivendo na solidão das trevas, isolado dos homens por preconceitosque se assemelhavam às muralhas que séculos atrás circundaram aquela cidade.
Vista Panorâmica de Jericó onde o Cego Bartimeu Morava.
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Difícil entender esta postura judaica da época, pois muitas vezes Deus havia falado por meio da lei e dos profetas, sobre o cuidado especial e o amor que os Israelitas deveriam dispensar aos portadores de necessidades especiais. Há também mandamentos recomendando a divisão e a distribuição de alimentos e mantimentos para os necessitados.
“Aquele que tiver duas túnicas reparta com aquele que não tem e quem tiver alimentos, faça de igual forma.” – Lucas 3:11
Ignorando os mandamentos divinos, os judeus como que erguiam barreiras sociais entre si que se chegavam à muralhas psicológicas intransponíveis.
Jericó está situada cerca de 27km de Jerusalém, ao lado ocidental do rio Jordão, próximo a uma região montanhosa que conduz à serra de Judá. Também conhecida como cidade das palmeiras, é uma região de solo fértil, propício à agricultura.
As aguas do rio Jordão atraíam animais, que o fazíam de bebedouro. Um ótimo local para fixar habitação, o que fez com que seus primeiros habitantes buscassem proteção contra invasão de outros povos. Uma das soluções aplicadas foi a construção das antigas muralhas de Jericó.
As muralhas de Jericó mediam cerca de 10m de altura e tinham cerca de 4m de largura. Eram dois grandes muros com um espaçamento de cerca de 3m entre ambos. Eram tão grandes e imponentes que sustentavam casas transversas entre os dois muros, como a da prostituta Raabe.
Josué derruba as Muralhas de Jericó
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A história da queda das muralhas de Jericó nos ensina um meio poderoso para vencer dificuldades e problemas tidos como insolúveis. Certamente o cego Bartimeu conhecia esta história e aplicou este ensinamento para mudar o curso de sua vida.
A bíblia nos informa que no passado, após terem circundado as muralhas por sete dias, ao sétimo dia, Josué e o povo circundaram a cidade sete vezes. Ao término da sétima volta, após o toque das trombetas, houve um grande brado de todo o povo de Israel. Este brado, ou seja, as suas vozes reverberaram para derrubar as muralhas de Jericó.
Jesus quando de sua aproximação de Jericó, sabia que encontraria muralhas ainda maiores que aquelas vencidas por Josué. As de Josué ao menos eram tangíveis, feitas de pedras, tijolos e etc. As que Jesus estava por enfrentar não podiam ser palpadas, não podiam ser vistas, mas estavam bem ali no coração do homem, encarcerando vidas. Muralhas do preconceito e discriminação, fazendo acepção e separação das pessoas.
Contra estas muralhas não se podia usar armas físicas. Não era possível utilizar máquinas ou explosivos. Ao tempo que estas barreiras estão alicerçadas no coração humano, somente fé e clamor são eficazes.
Assim como o povo de Deus no passado, houvera usado suas vozes, clamando com grande brado para que se derrubasse as antigas muralhas, assim da mesma forma Bartimeu clamando em alta voz, não se importou com aqueles que mandaram que se calasse. Antes continuou clamando. Sabia ele que esta é a chave da vitória.
Naquele momento, o brado de Bartimeu, ou seja o seu clamor, reverberou contra as muralhas do preconceito e discriminação.
“A um coração quebrantado e contrito tu não resistirás, ó Deus” – SL51:17
A oração e o clamor de um justo “pode muito em seus efeitos”. Diz a bíblia que o clamor de Bartimeu chegou ao mestre dizendo “filho de Davi, tenha misericórdia de mim”.
Por causa do clamor de Bartimeu, Jesus não pôde resistir, utiliza de seu grande poder e restaura a visão e a dignidade do cego de Jericó. O nosso Mestre derruba agora as muralhas do preconceito e insere Bartimeu na sociedade Israelita.
Acabou aquela vida miserável. Acabou aquele sentimento de culpa, de maldição hereditária, carregada com tanto peso. Agora o somente o jugo suave e o fardo leve.
Jesus dá uma lição que aquela sociedade e os seus discípulos jamais esqueceriam, não podemos nos isolar em conceitos e preconceitos e deixar de enxergar que o amor, a misericórdia e o perdão devem estar em primeiro lugar em nossos corações.
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