Ausência de insulina provoca alterações na alimentação e no sistema
Segundo o professor Fernando Beltrão, a ausência do hormônio que leva glicose do sangue às células do corpo e o excesso de gordura na ‘fechadura’ que permite a entrada da glicose nas células causam diabetes.
Não é difícil conhecer alguém que tenha diabetes, já que o problema afeta milhões de pessoas no mundo inteiro. Em alguns indivíduos, é a carência de insulina que provoca o surgimento da doença, caracterizada pelo excesso de glicose no sangue e responsável por alterações no organismo do paciente, que vão desde a alimentação até a produção de urina, conforme explica o professor Fernando Beltrão na aula do Projeto Educação desta quinta-feira (28). (Veja vídeo acima)
“A gente precisa de energia o tempo todo, dormindo ou acordado, correndo ou parado. A comida que a gente come se transforma em glicose e é jogada para o sangue. É aí que entra em ação o hormônio da insulina, que faz a glicose atravessar a membrana celular e entrar na célula”, conta o docente.
A diabetes mellitus vem da palavra mel, já que a glicose fica do lado de fora da célula, nos vasos sanguíneos, como se fosse mel no sangue. Também chamada de diabetes tipo 1, a enfermidade apresenta sintomas como polifagia (ingestão excessiva de comida), polidipsia (ingestão excessiva de água) e poliúria (excesso de produção de urina).
“O excesso de glicose no sangue faz você sentir sede, da mesma forma que você sente quando come uma sobremesa muito açucarada. Com o aumento de líquido no sangue, o indivíduo passa a urinar mais. Já a polifagia acontece porque a glicose está fora da célula e o ‘medidor de fome’ está dentro. Mesmo cheio de glicose lá fora, vai estar em falta dentro da célula. Por isso, a fome”, esclarece o professor.
Beltrão explica, ainda, que é possível um indivíduo ter diabetes e não ter carência de insulina. “O hormônio funciona como uma chave que se encaixa numa fechadura, que é a membrana da célula. Se esse ‘encaixe’, chamado receptor de membrana, estiver faltando, o indivíduo não vai conseguir colocar a glicose para dentro”, diz.
O processo não concluído quando o organismo tem receptores de membrana em pequena quantidade ou quando o “encaixe” está coberto por gordura configura a diabetes tipo 2, mais comum em adultos e pessoas obesas. “É possível tratar esse tipo de diabetes com atividades físicas e medicamentos. Já o tipo 1 é tratado com inserção de insulina no organismo”, esclarece o professor.
Realizado em parceria entre o G1 e a TV Globo, o Projeto Educação chega, este ano, à 13ª edição. De segunda a sexta, um novo conteúdo especial por dia estará disponível no portal por meio de reportagens com temas que podem ser abordados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).