É recomendável fazer uma leitura prévia do evangelho de Lucas e do Livro dos Atos dos Apóstolos para que você entenda esse conteúdo. O ESPÍRITO SANTO AGINDO E CONDUZINDO A IGREJA DE CRISTO.
HISTÓRICO DOS ATOS DOS APÓSTOLOS
Os Atos dos Apóstolos (pré-AO 1990: Actos dos Apóstolos) (em grego: Πράξεις των Αποστόλων; transl.: ton praxeis apostolon; em latim: Acta Apostolorum) é oquinto livro do Novo Testamento. Geralmente conhecida apenas como Atos, ele descreve a história da Era Apostólica a ação dos apóstolos e dos primeiros cristãos.
O autor é tradicionalmente identificado como Lucas, o Evangelista.
O Evangelho de Lucas e o livro de Atos formavam apenas dois volumes de uma mesma obra, o qual daríamos hoje o nome de História das Origens Cristãs1 . Lucas provàvelmente não atribuiu a este segundo livro um título próprio. Sòmente quando seu evangelho foi separado dessa segunda parte do livro e colocado junto com os outros três evangelhos é que houve a necessidade de dar um título ao segundo volume2 . Isso se deu muito cedo, por volta de 150 d.C. Tanto em sua intenção quanto em sua forma literária, este escrito não é diferente dos quatro evangelhos3 .
Escritores dos séculos II e III fizeram várias sugestões para nomear essa obra, como O memorando de Lucas (Tertuliano) e Os atos de todos os apóstolos (Cânon Muratori). O nome que finalmente iria consagrar-se aparece pela primeira vez no prólogo antimarcionita de Lucas (final do século II). A palavra Atos denotava um gênero ou subgênero reconhecido, caracterizado por livros que descreviam os grandes feitos de um povo ou de uma cidade. O título segue um costume da literatura helenística, que conhecia os Actos de Anibal, os Actos de Alexandre, entre outros.
O objetivo desse livro é mostrar a acção do Espírito Santo na primeira comunidade cristã e, por ela, no mundo em redor. O conteúdo do livro não corresponde ao seu título, porque não se fala de todos os apóstolos, mas sòmente de Pedro e de Paulo. João e Filipe aparecem apenas como figurantes. Entretanto, não são os actos desses apóstolos que achamos no livro, mas antes a história da difusão do Evangelho, de Jerusalém até Roma, pela acção do Espírito Santo3 .
Enquanto a identidade exata do autor é debatida, o consenso é que este trabalho foi composto por um gentio de fala grega que escreveu para uma audiência de cristãos gentios. Os Pais da Igreja afirmaram que Lucas era médico, sírio de Antioquia e um adepto do Apóstolo Paulo. Os estudiosos concordam que o autor do Evangelho de Lucas é o mesmo que escreveu o livro de Actos dos Apóstolos. A tradição diz que os dois livros foram escritos por Lucas companheiro de Paulo (nomeado em Colossenses 4:14 ).
Essa visão tradicional da autoria de Lucas é “amplamente aceita, visto que a autoria Lucana é quem mais satisfatoriamente explica todos os dados” . A lista de estudiosos que mantém a autoria de Lucas é longa e representa a opinião teológica maioritária. No entanto, não há consenso. De acordo com Raymond E. Brown, a opinião corrente sobre a autoria de Lucas é ‘dividida’.
De acordo com os especialistas, os livros de Lucas e Actos faziam parte da mesma obra.
O título Actos dos Apóstolos (grego Πράξεις ἀποστόλων praxeis Apostolon) não fazia parte do texto original. Foi usado pela primeira vez por Ireneu no final do século II.
Alguns têm sugerido que o título de Actos deve ser interpretado como Os Actos dos Espírito Santo ou ainda Os Actos de Jesus, uma vez que Actos 1:1 dá a impressão de que esses actos foram definidos como algo que Jesus continuou a fazer e ensinar, sendo Ele mesmo o principal personagem do livro.
O Evangelho de Lucas e o livro de Atos formavam apenas dois volumes de uma mesma obra, o qual daríamos hoje o nome de História das Origens Cristãs.
Lucas provavelmente não atribuiu a este segundo livro um título próprio. Sòmente quando seu evangelho foi separado dessa segunda parte do livro e colocado junto com os outros três evangelhos é que houve a necessidade de dar um título ao segundo volume. Isso se deu muito cedo, por volta de 150 d.C. Tanto em sua intenção quanto em sua forma literária, este escrito não é diferente dos quatro evangelhos.
A palavra Atos denotava um gênero reconhecido no mundo antigo, que era característico dos livros que descreviam os grandes feitos de pessoas ou de cidades. Existem vários livros apócrifos do Novo Testamento, incluindo dos Actos de Tomé até os Actos de André, Atos de João e Atos de Paulo.
Inicialmente, o Evangelho segundo Lucas e o livro de Actos dos Apóstolos formaram uma única obra; Foi só quando os evangelhos começaram a ser compilados em conjunto que o trabalho inicial foi dividida em dois volumes com os títulos acima mencionados.
Os estudiosos modernos atribuem uma ampla gama de gêneros para os Atos dos Apóstolos, incluindo a biografia, romance e história. Entretanto, a maioria interpretam o gênero do livro de histórias épicas dos primeiros milagres cristãos, da história da igreja primitiva e das conversões.
lguns estudiosos acreditam que o nós das passagens encontradas no livro de Atos são exatamente algumas citações dessas fontes que anteriormente acompanharam Paulo em suas viagens.
Acredita-se que o autor de Atos não teve acesso a colecção de cartas de São Paulo. Uma parte das evidências sugerem que, apesar do livro citar o autor acompanhando São Paulo em boa parte de suas viagens, Atos nunca cita diretamente nenhuma das Epístolas paulinas, nem menciona que São Paulo escrevia cartas. As discrepâncias entre as epístolas paulinas e Actos apoia ainda a conclusão de que o autor de Actos não tem acesso a essas epístolas ao redigir seu livro.
Entretanto, a melhor explicação para o uso do pronome nós a partir de Atos 16 é que o próprio São Lucas esteve com São Paulo nessas ocasiões. A sua lembrança como testemunha ocular, juntamente com o contacto pessoal bastante próximo com o apóstolo São Paulo, explica melhor o material de Actos 16-28.
Outras teorias sobre as fontes de Atos são ainda mais controversas. Alguns historiadores acreditam que os o livro toma emprestado fraseologia e elementos do enredo de As Bacantes e de Eurípedes. Alguns acham que o texto de Atos mostra evidências de ter usado o historiador judeu Flávio Josefo como fonte, mas essas duas evidências anteriores já se mostraram serem praticamente impossíveis.
LOCAL DE COMPOSIÇÃO
O lugar de composição e os leitores que São Lucas tinha em mente ao escrever seu livro ainda é incerto. A tradição liga Lucas com Antioquia. Existe uma pequena evidência interna que faz essa ligação. Outra possível localidade da composição desse livro é Roma, uma vez que a história de Actos termina ali.
Existe ainda outros estudioso que crêem que o livro foi escrito em Éfeso, visto que São Lucas demonstra considerável interesse por essa cidade. Observe as alusões feitas no livro de Atos a Escola de Tirano (Atos 19:9) e a Alexandre (Actos 19:33), além da detalhada topografia de Atos 20:13-15. Qualquer dos assuntos dessa região, incluindo o futuro da igreja em Éfeso (Atos 20:28-30), são tratados como se fossem de especial interesse de Teófilo e seu círculo. Existe também uma antiga tradição que afirma que São Lucas morreu perto na Bitínia. Por fim, foi nessa região que surgiram algumas controvérsias e alguns protestos públicos contra ele (por exemplo, Atos 19:23-41). Sendo assim, o trabalho de São Lucas seria uma tentativa de fazer uma apologia da Igreja Primitiva contra as acusações da Sinagoga que pretendia influências a política romana. É bom lembrar que o judaísmo tinha muita força na Ásia.
Precisão histórica
A questão da autoria está amplamente ligado ao valor histórico do conteúdo. A maioria dos estudiosos acreditam que o livro de Atos é historicamente exacto e válido segundo a arqueologia, enquanto os críticos acham o trabalho muito impreciso, especialmente quando comparado com as epístolas de São Paulo.
A questão-chave da controversa da historicidade do livro é a descrição que Lucas faz de Paulo. De acordo com o ponto de vista da maioria, Atos descreve São Paulo diferente de como ele descreve a si mesmo em suas epístolas, tanto historicamente quanto teologicamente. Atos difere das cartas de São Paulo sobre questões importantes, tais como a Lei, o apostolado de São Paulo, bem como sua relação com a Igreja de Jerusalém.
Os estudiosos geralmente preferem os relato de São Paulo. No entanto, alguns historiadores e estudiosos proeminentes, representando a visão tradicional, veem o livro de Atos como sendo bastante precisos e corroborados pela arqueologia, além de afirmar que a distância entre São Paulo das epístolas e o São Paulo do livro de Actos é exagerada pelos estudiosos.
DATA DA REDAÇÃO
O cerco e destruição de Jerusalém, por David Roberts (1850). Para os especialistas, a não menção da rebelião judaica e da destruição da cidade ocorrida em 70 d.C. aponta para uma data anterior ao episódio
A atmosfera cultural e política descrita no livro de Atos sugere que o livro tenha sido escrito no século I.
Entretanto, as datas propostas para o livro vão de 62 d.C., ano em que ocorre o último acontecimento narrado no livro Atos 28:30, até meados do século II, quando ocorre a primeira referência explícita ao livro de Atos16 .
Anterior a 70 d.C.
Donald Carson, Douglas Moo e Leon Morris datam o livro em 62 d.C.17 . Os três especialistas observam que a ausência de qualquer menção à destruição de Jerusalém seria pouco provável se o livro tivesse sido escrito depois de 70 d.C.. Leon Morris sugeriu que a não menção da morte de Paulo, personagem central do livro, aponta para uma data antes de sua morte, em 64 d.C..
Além disso, não há referência no livro de Atos da morte de Tiago (62 d.C.) e de Pedro (67 d.C.). Howard Marshall observa que Lucas parece não ter lido as cartas de São Paulo18 . Isso torna ainda mais improvável uma data avançada para o livro de Atos, uma vez que as cartas de São Paulo circulavam nas igrejas. Outros argumentos que apontam para essa data recente são: (1) a descrição que São Lucas faz do judaísmo como uma religião autorizada, uma situação que teria mudado abruptamente com a erupção da rebelião judaica contra Roma em 66 dC; (2) o facto de São Lucas omitir qualquer referência à perseguição promovida por Nero, a qual, caso tivesse acontecido enquanto São Lucas escrevia certamente teria afectado de alguma maneira a sua narrativa; (3) os detalhes vívidos da narrativa do naufrágio e da viagem (Atos 27:1 – 27), o que sugere uma experiência bem recente. Outro ponto é que Lucas nota o cumprimento da profecia de Ágabo (Atos 11:28).
Se estivesse escrevendo depois de 70 d.C., seria lógico esperar que mencionasse em algum lugar o cumprimento da profecia de Jesus de que a cidade seria destruída (Atos 21:20
Entre 80 e 95 d.C.
Atualmente, a maioria dos estudiosos acredita que os Atos dos Apóstolos foi escrito nos anos 80 d.C. ou um pouco depois.
Um pequeno indicador sobre a possível datação do livro pode estar em Atos 6:9, que menciona a província de Cilícia.
Essa Província romana tinha sido perdida em 27 d.C. e foi restabelecida pelo Imperador Vespasiano apenas em 72 d.C.21 , o que dataria a obra depois dessa data.
Entretanto, uma vez que São Paulo era da Cilícia e refere-se a si mesmo utilizando esse nome (veja Atos 21:39 e Atos 22:3), parece natural que o nome da província teria continuado a ser usado entre os seus moradores, apesar do hiato na nomenclatura oficial romana.
Outro argumento para essa datação é o pressuposto de que Atos foi escrito depois do Evangelho de São Lucas. Esses estudiosos costumam datar essa obra depois do ano 70 d.C. baseados em duas suposições: São Lucas foi escrito depois da queda de Jerusalém pelos romanos; a outra é que o Evangelho de Marcos, que Lucas provavelmente empregou, deve ser datado em meados dos fins do anos 60 d.C.. Isso colocaria o livro de Atos em meados de 75 d.C.22 .
Uma data no século II
Hoje em dia poucos eruditos acreditam que Atos é uma obra do século II. Mas o estudiosos que defendem essa hipótese apontam os vários paralelos existentes entre o livro de Atos e as duas mais importantes obras de Flávio Josefo: A Guerra dos Judeus (75–80 d.C.) e Antiguidades Judaicas (94 d.C.).
Alguns eruditos argumentam que Lucas utilizou material das duas obras de Josefo, ao invés do contrário, o que indicaria que Atos foi escrito por volta do ano 100 d.C. ou um pouco mais tarde25 26.
Três pontos de contato principais com as obras de Flávio são citados: (1) As circunstâncias que rodearam a morte de Agripa I em 44 d.C.. Aqui Atos 12:21-23 é em grande parte paralela à Antiguidades Judaicas 19.8.2; (2) O tribuno romano confunde Paulo com o falso profeta egípcio que iniciou um revolta no Monte das Oliveiras Atos 21:38. Josefo cita essa revolta em A Guerra dos Judeus 2.13.5 e em Antiguidades 20.8.6; (3) As revoltas de Teudas e Judas, o galileu são citados por ambos os autores (Atos 5:36 e Antiguidades 20.5.1).
De acordo com John Townsend, não é antes das últimas décadas do século II que se encontra vestígios indiscutíveis do trabalho [livro de Atos]. Townsend, voltando-se para as fontes por trás dos escritos de pseudo-Clemente, argumenta que a data para a composição final da obra está na metade do século II.
Entretanto, de acordo com Richard Pervo, o ensaio [de Townsend] é prudente mas metodologicamente aventureiro e em última análise é lição valiosa do perigo de se estabelecer a data de Atos ou de qualquer trabalho, alegando para o mais cedo possível de origem.
Os argumentos mais fortes que ajudaram a minar esse ponto de vista foram os vestígios que Donald Guthrie encontrou do livro Atos na Epístola de Policarpo aos Filipenses (110 d.C.) e em uma epístola de Inácio (117 d.C.)29 . De acordo com Guthrie, Atos provavelmente era bastante conhecido em Antioquia e Esmirna por volta de 115 d.C., e em Roma, perto de 96 d.C.30 .
PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS
O Livro de Atos inicia-se com a ascensão de Jesus, o qual determinou aos seus discípulos que permanecessem em Jerusalém até que fossem revestidos com por uma unção celestial que é descrita nos factos ocorridos durante o dia de Pentecostes.
A escolha do discípulo Matias que foi precedida do suicídio de Judas, nos versículos de 1:16 -20 São Pedro fala sobre o campo (Aceldama) que ele adquiriu com as 30 moedas de prata.
Os capítulos seguintes relatam os primeiros momentos da igreja primitiva na Palestina sob a liderança de Pedro, as primeiras conversões de judeus e depois dos gentios, o violento martírio de Estêvão por apedrejamento, a conversão do perseguidor Saulo de Tarso (Paulo) que se torna a partir de então um apóstolo, mencionando depois as missões deste pelas regiões orientais do mundo romano, mais precisamente pela Ásia Menor, Grécia e Macedônia, culminando com a sua prisão e julgamento quando retorna para Jerusalém e, finalmente, fala sobre sua viagem para Roma.
Pode-se dizer que do começo até o verso 25 do capítulo 12, o Livro de Atos dá um enfoque maior ao ministério de São Pedro, em que, depois da ressurreição de Jesus Cristo e do Pentecostes, o apóstolo pregou corajosamente e realizou muitos milagres, relatando, em síntese, o estabelecimento e a expansão da Igreja pelas regiões da Judeia e de Samaria, seguindo para alguns países da Ásia Menor.
Já a outra metade da obra centraliza-se mais no ministério de São Paulo (do capítulo 13 ao final) e poderia ser subdividido em seis partes:
A primeira viagem missionária liderada por São Paulo e Barnabé;
O Concílio de Jerusalém;
A segunda viagem missionária de São Paulo em que o Evangelho é levado à Europa;
A terceira viagem missionária;
O julgamento de São Paulo;
A viagem de São Paulo a Roma.
Importante destacar que no livro de Actos é narrada a rejeição contínua do Evangelho pela maioria dos judeus, o que levou à proclamação das Boas Novas aos povos gentios, principalmente por São Paulo.
ESTABELECIMENTO DA IGREJA
Narra o livro de Actos que, antes de subir aos Céus, Jesus determinou aos seus discípulos que permanecessem em Jerusalém até que recebessem o poder do alto através do Espírito Santo e que a partir de então eles se tornariam suas testemunhas até os confins da terra.
Enquanto aguardavam o cumprimento da promessa, foi escolhido o nome de São Matias em substituição a Judas Iscariotes que se tinha suicidado. Com a descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes, ocorre uma experiência sobrenatural em que os judeus de outras nacionalidades que estavam presentes na festa ouviram os discípulos falando em seus próprios idiomas, o que chamou a atenção de uma multidão de pessoas para o local onde estavam reunidos.
Corajosamente, São Pedro inicia um discurso explicando o motivo do acontecimento em que três mil pessoas são convertidas para o Cristianismo que foram baptizados, passando a congregar levando uma vida de comunitária de muita oração onde se presenciavam prodígios e milagres feitos pelos apóstolos.
De acordo com os versos 42 a 44 do capítulo 2, os cristãos primitivos tinham todos os seus bens em comum, o que parece ter-se mantido por anos na igreja de Jerusalém. Já os versos 32 a 37 do capítulo 4 informam que “ninguém considerava exclusivamente sua nenhuma das coisas que possuía” e que os que eram donos de propriedades vendiam suas terras ou casas e depositavam o valor da venda perante os apóstolos para que houvesse distribuição entre os que tinham necessidades materiais.
Um milagre importante, a cura de um homem coxo de nascença que pedia esmola na porta do Templo, é relatado logo no capítulo 3 do livro, o que provoca a prisão de São Pedro e do Apóstolo João que são trazidos perante o Sinédrio. Repreendidos pelas autoridades judaicas para que não pregassem mais no nome de Jesus, os dois apóstolos, os quais responderam que estavam praticando a vontade de Deus e não dos homens.
Novas prisões dos apóstolos ocorrem no livro de Atos, pois o crescimento da Igreja incomodava o sumo sacerdote e a seita dos saduceus, conforme é narrado nos versos de 17 a 42 do capítulo 5 da obra. Porém, com o parecer dado pelo rabino Gamaliel, o Sinédrio resolve libertar São Pedro e os demais, depois de castigá-los com açoites.
Com o crescimento do número de discípulos, é instituído o cargo de diácono para ajudar nas atividades da Igreja, entre os quais estavam Estêvão e Filipe, o Evangelista que muito se destacaram em seus ministérios. Porém, Estêvão é preso, conduzido ao Sinédrio e condenado à morte.
As primeiras perseguições e a expansão da fé cristã
Após o apedrejamento de Estêvão, Saulo de Tarso empreende uma grande perseguição à Igreja em Jerusalém, o que dispersou vários discípulos pelas regiões da Judeia e Samaria, chegando também o Evangelho à Fenícia, Chipre e Antioquia.
Algumas obras de Filipe, o Evangelista, são narradas em Atos, entre as quais a sua passagem por Samaria e a conversão de um eunuco etíope na rota comercial de Gaza.
Saulo de Tarso ao tentar empreender novas perseguições, converte-se quando viajava para Damasco e tem uma visão de Jesus, ficando cego por três dias, até ser curado quando se encontra com Ananias.
Depois destes acontecimentos, a Igreja passa por um período de paz. Dois milagres de destaque narrados nesse momento da obra de São Lucas são a cura do paralítico Eneias, em Lida, e a ressurreição de Dorcas, na cidade de Jope.
Vimos em Dorcas um exemplo de alguém que se doou para que a Igreja nascente tivesse razão social de ser, além de razão espiritual convincente. Se a Igreja manifestava Jesus Cristo como aquele capaz de conduzir o homem a Deus pelo seu grande amor e doação pelos seres humanos, Deus usava seres humanos como Dorcas para manifestar o seu grande amor aos demais seres humanos numa dimensão horizontal.
Foi assim que, morrendo Dorcas, a Tabita querida, Deus pode e quis ressuscitá-la pelo seu grande poder e amor diante do clamor dos que foram por ela favorecidos – toda a comunidade jopeana.
O Evangelho chega aos gentios
Narra o capítulo 10 de Atos que Simão Pedro, encontrando-se em Jope, recebe uma visão em que Deus lhe ordena alimentar-se de vários animais considerados imundos ou impróprios para o consumo (v.11), conforme a lei mosaica. Pedro entende então o real significado. A visão não o estava pedindo ou mudando a lei no que se refere a carne de animais imundos, mas que Deus estava o orientando para não fazer discriminação, pois o evangelho deveria ser pregado a todos independente da origem, judeus ou gentios (v.28). Entendendo isso, Pedro prega o Evangelho na casa de um centurião romano de Cesareia chamado Cornélio, o qual se converte juntamente com todos os que ouviram o discurso do apóstolo, sendo depois batizados.
lguns estudiosos acreditam que o nós das passagens encontradas no livro de Atos são exatamente algumas citações dessas fontes que anteriormente acompanharam Paulo em suas viagens.
Acredita-se que o autor de Atos não teve acesso a colecção de cartas de São Paulo. Uma parte das evidências sugerem que, apesar do livro citar o autor acompanhando São Paulo em boa parte de suas viagens, Atos nunca cita diretamente nenhuma das Epístolas paulinas, nem menciona que São Paulo escrevia cartas. As discrepâncias entre as epístolas paulinas e Atos apoia ainda a conclusão de que o autor de Actos não tem acesso a essas epístolas ao redigir seu livro.
Entretanto, a melhor explicação para o uso do pronome nós a partir de Atos 16 é que o próprio São Lucas esteve com São Paulo nessas ocasiões. A sua lembrança como testemunha ocular, juntamente com o contacto pessoal bastante próximo com o apóstolo São Paulo, explica melhor o material de Actos 16-28.
Outras teorias sobre as fontes de Atos são ainda mais controversas. Alguns historiadores acreditam que os o livro toma emprestado fraseologia e elementos do enredo de As Bacantes e de Eurípedes. Alguns acham que o texto de Actos mostra evidências de ter usado o historiador judeu Flávio Josefo como fonte, mas essas duas evidências anteriores já se mostraram serem pràticamente impossíveis.
Local de composição
O lugar de composição e os leitores que São Lucas tinha em mente ao escrever seu livro ainda é incerto. A tradição liga Lucas com Antioquia. Existe uma pequena evidência interna que faz essa ligação. Outra possível localidade da composição desse livro é Roma, uma vez que a história de Atos termina ali.
Existe ainda outros estudiosos que creem que o livro foi escrito em Éfeso, visto que São Lucas demonstra considerável interesse por essa cidade. Observe as alusões feitas no livro de Atos a Escola de Tirano (Atos 19:9) e a Alexandre (Atos 19:33), além da detalhada topografia de Atos 20:13-15. Qualquer dos assuntos dessa região, incluindo o futuro da igreja em Éfeso (Atos 20:28-30), são tratados como se fossem de especial interesse de Teófilo e seu círculo. Existe também uma antiga tradição que afirma que São Lucas morreu perto na Bitínia. Por fim, foi nessa região que surgiram algumas controvérsias e alguns protestos públicos contra ele (por exemplo, Atos 19:23-41). Sendo assim, o trabalho de São Lucas seria uma tentativa de fazer uma apologia da Igreja Primitiva contra as acusações da Sinagoga que pretendia influências a política romana. É bom lembrar que o judaísmo tinha muita força na Ásia11
Por este motivo, Pedro é questionado pelos outros apóstolos e cristãos da Judeia que se convencem.
Sem ele seria difícil achar uma referência histórica de como começou a Igreja. Também é o LIVRO que mostra a Ação do Espírito Santo na vida e no início da Igreja por isso ele é nossa identidade cristã primitiva e sua ideologia permanece até hoje, por isso é tao importante e indispensável. Pois, toda ação da Igreja recorre aos Atos dos Apóstolos. Todo bom evangelizador, todo catequista, religiosos, enfim, toda Igreja, deve estudar e se espelhar nele. Assim a identidade e a essência cristã não pode se perder.
É um livro interessante, agradável de ler e de fácil compreensão. Mas serve também para mostrar ação do Espírito Santo sobre a Igreja e como agiam as primeiras comunidades cristãs. Mostra-nos que Jesus Ressuscitado caminha com a sua Igreja.
Lucas encerra o segundo Capítulo dos Atos dos Apóstolos com a seguinte informação:
“E o Senhor cada dia lhes ajuntava outros, que estavam à caminho da salvação”. (At2,47b)
Qual era o segredo dessa Igreja, que, todos os dias recebiam de Deus novas pessoas destinadas à salvação?
Não havia segredos ou fórmulas mágicas. O combustível que movia a Igreja primitiva era a obediência às leis de Cristo, e, ao mesmo tempo, a força do Espírito Santo que lhes era presente. Possuíam um grande ardor missionário, mesmo em meio às perseguições não desistiam, não desviam seu rumo.
Para que serve uma Igreja cristã, que não segue as leis de seu criador ou ainda não têm espírito missionário?
A Igreja missionária de Atos tinha um perfil bem definido. Veja as características dessa Igreja em At2, 42-47.
- “E perseveravam na doutrina dos Apóstolos”; sabe qual é a grande pedra no sapato da Igreja Católica hoje? – são pessoas que embora tenham sido batizadas, não aceitam as leis de Cristo e a doutrina da Igreja, querendo seguir uma lei paralela, ou dar um jeitinho para manipular o Evangelho e a doutrina da Igreja a seu favor.
- Achando que a Igreja possa compactuar com os erros e as aberrações que esses que se dizem “católicos” praticam. Nesse meio estão, padres, leigos, bispos e religiosos. A Bíblia de Jerusalém, que traz uma tradução mais profunda dos escritos naturais diz que: “Eles se mostravam assíduos aos ensinamentos dos Apóstolos”. Ou seja, tudo que os Apóstolos ensinavam era imediatamente colocado em prática. É bom lembrar que, esses ensinamentos não caíram em desuso, tudo que a Igreja faz e ensina está dentro das normas e ensinamentos dos Apóstolos. Havia naquelas primeiras comunidades a dedicação ao ensino da Palavra, pois sabiam que só poderiam evangelizar se tivessem o que transmitir; muitos pensam que o ensino, a teologia, o seminário, os estudos bíblicos, … é pura perda de tempo diante da urgência do trabalho missionário, mas… nenhuma Igreja verdadeiramente missionária descuida do exame das Escrituras. De que adianta evangelizar com idéias confusas ou mesmo distorcendo o foco do Evangelho e distorções bíblicas e heresias? – Hoje o que mais se vê são pessoas que agem dissimuladamente usando a Palavra de Deus para dominar as pessoas em proveito próprio. Ensinando muitas vezes um Deus que está a nossa mercê, fácil de se manipular, um Deus curandeiro, um milagreiro, antes de se preocupar com a própria salvação e a de seu povo. Tudo isso é falta deexperiência cristã e ignorância evangélica, e o mais grave, usam a consciência do povo, provocando nelas medos e explorando economicamente os fiéis. Quantas seitas agem assim… UM CASO: assisti um certo pastor, de uma determinada seita evangélica, em um canal de TV; ele disse que não precisava estudar a Bíblia para pregar o Evangelho… Teceu várias acusações até com as suas denominações co-irmãs e contra a Igreja Católica porque os outros pastores, os padres e os bispos estudam teologia para pregar o evangelho. Com a desculpa de que os Apóstolos eram homens simples e não estudaram a Bíblia (quem pode provar isso já que todo judeu devia conhecer a Lei de Deus?). Veja que o tal “pastor” disse uma grande besteira; Primeiro, porque, naquele tempo não existia o conjunto dos 73 escritos sagrados, bem certinho como temos hoje que é a Bíblia. Havia sim, o TORAH, os Salmos e as leis dos profetas, que todos os judeus deviam seguir e aprendiam a segui-las, sabendo ler ou não, porque havia uma Transmissão Verbal (escrita), e a Transmissão Oral, (passada de pai para filho durante as gerações), das Leis de Deus. Tradição Oral que a única Igreja fundada por Jesus, a Igreja Católica Apostólica Romana conserva e que os “crentes” dizem não existir. Os Apóstolos estiveram com Jesus, viveram o Evangelho ao vivo e por isso, aprenderam de Jesus e se preocuparam em escrever os Evangelhos para nos deixar esse testemunho. Mateus, Marcos e João foram Apóstolos de Cristo; e Lucas, secretário e discípulo de Paulo, também procurou escrever fielmente o seu Evangelho. Mas com o passar dos séculos surgiu a necessidade de se estudar os Evangelhos e com a necessidade de facilitar o compreendimento das Escrituras, também entendendo que Jesus cumpria toda a Escritura, foi reunida em um só livro as duas partes dos escritos chamados de Antigo Testamento (antes de Jesus), Novo Testamento (depois de Jesus) o que chamamos hoje de Bíblia (ou Conjunto de Livros Sagrados). Até mesmo São Paulo teve que estudar a respeito de Jesus porque ele não era Apóstolo de Jesus, era um fariseu, muito culto nas leis do Templo, estudioso, era um helênico, falava grego, latim e haramáico; línguas dominantes da época. Além de possuir cidadania dupla: romana e judia. Por isso vemos claramente como são bem escritas as suas cartas. Em Atos diz claramente que Paulo foi ter-se com Pedro a fim de aprender tudo sobre Jesus. Na Igreja, quando há necessidade de se discutir um assunto quanto à doutrina e à fé se formam os Concílios; que são grupos dos bispos, (sucessores dos Apóstolos) e esses definem o que é certo ou não. O primeiro Concílio aconteceu em Jerusalém e contava com a presença de Pedro e Paulo. Então esse “pastor” está completamente enganado.
- “Perseveraram na comunhão”… – isto é,a comunhão é essencial para a Igreja evangelizadora. A palavra grega KOINONIA, significa comunhão, compartilhamento, uniformidade. Por isso a Igreja deve ser única e não várias. Por isso é Católica, isto é deve ser uma só ligadas em um único batismo e um único fundador, Jesus Cristo. Nenhum homem pode criar uma Igreja em nome de Deus, só Jesus teve autoridade para fazer isso; há um só senhor e um só batismo; fora da Igreja as demais, ainda que sejam sérias e bem intencionadas, são seitas cristãs. A Igreja precisa do companheirismo. Esta comunhão faz da Igreja forte e suficiente para sustentar uma obra evangelizadora. Uma Igreja sem comum acordo será marcada por intrigas, discussões, confusões; e a preocupação pela salvação fica em segundo plano. Hoje em dia está na moda o “Jesus milagreiro” que muitas seitas espalham por aí, e se esquecem que Jesus deve ser O Jesus Salvador das almas dos pecadores, foi para isso que ele veio. A comunhão não é somente a união entre os cristãos, mas a união com Cristo com seu Corpo Místico conforme nos ensina São Paulo, (membros em comunhão). João escreveu: “O que vimos, (a vida manifesta), e ouvimos e anunciamos para que tenhais comunhão conosco. E nossa comunhão é com o pai e seu filho Jesus Cristo”. (1Jo1,3) “Segundo os primitivos cristãos, a verdadeira comunhão com Deus Pai, a comunhão vertical só seria possível mediante a comunhão entre os irmãos da mesma comunidade de Fé”.
- “E perseveraram no partir o pão”… – A comunhão era manifestada por meio da celebração da Ceia do Senhor, isto é da Eucaristia, E de festas do Amor, (Ágape); O
partir do pão significava, na cultura hebraica, companheirismo e consideração, era um laço de intimidade. Ser convidado para a mesa da família significava que agora essa pessoa fazia parte da família. E neste espírito é que a Igreja primitiva celebrava a Eucaristia e suas festas não para satisfazer o egoísmo e a glutonaria, como em Corinto; (1Cor11, 17-34), mas mostrar uma simplicidade e alegria mediante a divisão da comida. A vida da Igreja deve ser Eucarística, Ela é o grande centro de amor da vida eclesial. Por isso Jesus quis ficar conosco n’Ela, estar presente, entrar em nosso ser para dos dar a força necessária para seguirmos adiante. Igreja sem Eucaristia não é Igreja.
- “E perseveravam nas Orações”… a Oração e a missão são inseparáveis. A Igreja primitiva sempre permanecia firme e humilde, unida em oração diante dos perigos que os cercavam. (At4, 24-31).
- Os discípulos pediam que o Senhor lhes desse ousadia na pregação e confirmasse a mensagem com sinais. E Deus respondeu. A Igreja que se dedica a orar será eficaz, pois falará de Deus, com ajuda de Deus. Falará com Deus primeiro para depois falar de Deus.
- “Em cada alma, em cada cristão havia temor”… – o que é temor? – é o respeito (não medo), para com Deus, as coisas de Deus, suas leis e a Religião. Temor não é medo ou terror, mas implica ter profundo respeito por aquilo que é sagrado. As coisas consagradas a Deus devem ser respeitadas e tratadas com amor.
- Em Jerusalém um grande temor havia tomado conta das pessoas por causa dos prodígios que os Apóstolos faziam em nome de Jesus. Esse fato ajudou na evangelização, pois a Igreja de Jerusalém tinha boa reputação e era respeitada na sociedade. Uma Igreja autêntica sempre causa impacto na sociedade.
- “Muitos prodígios foram feitos pelos Apóstolos em Jerusalém…” – veja bem!, milagre não leva a conversão de ninguém, mas serve para confirmar o Evangelho. Fazer milagre não é peça principal da Igreja, o papel da Igreja é anunciar o Reino de Deus, isto é pregar o Evangelho; mas, mostra que muito mais que restaurar a saúde física, pode salvar a saúde da alma de seus delitos de pecado. O milagre acompanha a caminhada evangelizadora e só servirá se tivermos um propósito maior: fazer com que as pessoas experimentem o amor de Deus e conseqüentemente encontrem o caminho da conversão e da salvação.
- “Todos os fieis tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e dividiam entre os pobres de modo segundo a necessidade de cada um“. – Além desta solidariedade, havia liberdade, pois entregavam os bens em prol da obra. Quando a Igreja é cheia de comunhão e solidariedade, a obra recebe mais recursos para o seu desenvolvimento e para a missão.
- Na Igreja primitiva havia ensino, comunhão, celebração, devoção, reverência e temor de Deus. Havia milagres e solidariedade; havia ainda união, comunhão e simplicidade. Unidos de coração frequentavam todos os dias o Templo. Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração. – …. – Uma Igreja missionária reza em comunidade, valoriza a sua união (comunhão); assume o compromisso com a Comunidade e a obra local. Há no meio desse povo, uma simplicidade e alegria no momento da comunhão e como fruto de comunhão. Com todas essas características, a Igreja realmente louvava a Deus e caía na graça do povo. Deus acrescentava a cada dia novos salvos. Em tudo davam ação de graças. Pois o Senhor que dá o crescimento da Igreja. Como São Paulo disse: “Eu plantei… mas Deus deu o crescimento…” (1Cr 3,6)
Quem foi Lucas? – sabemos que Lucas não conheceu Jesus, conviveu com os Apóstolos, que foi discípulo (ou secretário) de São Paulo. Dotado de grande inteligência, culto, era médico de profissão. Cuidadoso e minuncioso ao registrar os fatos da vida de Jesus e do início da Igreja, portanto, seu evangelho é feito em cima de muitos estudos e informações passadas pelos Apóstolos e outras pessoas de confiança, as quais ele conviveu. Lucas é como se fosse um historiador. Ele procurou de certa forma, dentro dos recursos que tinha, se cercar de todas as certezas e relata de maneira muito peculiar toda vida de Jesus e os principais fatos.
Existem muitos relatos da vida de Jesus e Nossa Senhora que não se encontram de maneira tão detalhada como nos seus escritos. Um exemplo é, quando o anjo visita Maria, esse diálogo entre Maria e o Anjo não se encontra em nenhum dos outros evangelhos. Os detalhes completos do nascimento de Jesus, etc. Sua origem é grega, como disse companheiro de Paulo nas missões, escreveu os atos dos Apóstolos por volta do ano 68 d.C; Seu evvangelho, porém é anterior a este livro. Embora não fosse testemunha ocular, isto é, não conhecesse Jesus pessoalmente, o crédito de seus escritos está quando, Lucas cerca de todos os cuidados e detalhes para transmitir sua palavra. Certamente buscou saber muito possível junto aos Apóstolos e outras fontes de pesquisa que não sabemos, mas, provavelmente pessoas que conviveram, que estiveram com Jesus e com Maria e seus parentes. O fato é, que o Evagelho de Lucas é um dos mais ricos em detalhes e muito agradável de ler, assim como o livro dos Atos que chega até ser considerado por alguns estudiosos como um seriado e um romance tamanha é a sutileza de detalhes aos quais seus escritos estão impregnados.
Os Atos dos Apóstolos é de suma importância; ele reflete toda identidade cristã dos cristãos do primeiro século e proura refletir como espelho para os cristãos de hoje. O espírito de união, amor, caridade fraterna, a adesão total e fiel dos Apóstolos e discípulos às causas do Evangelho, os testemunhos, os milagres, a maneira com que os primeiros cristãos demosntravam sua fé e a forma de evangelização. Tudo está descrito nos Atos dos Apóstolos e cujo é a base sólida da identidade cristã no mundo conteporâneo.
- – Onde deveriam ficar os discípulos à espera do Espírito Santo?
- – Que esperavam eles que Jesus fosse fazer?
- – Para que Jesus disse que serviria a descida do Espírito Santo?
- – Que recomendação fazem os Anjos?
- – Quem costumava estar presente quando o grupo estava em oração?
Jesus pede que aos Apóstolos para não se afastarem de Jerusalém – Ats1, 4.
Os Apóstolos querem saber se chegara a hora de Jesus restaurar o reino de Israel – At1, 6; Jesus deu sua resposta – Ats1, 7.
Jesus anuncia a promessa de mandar o Espírito Santo – Lc24, 49.
“Homens da galileia! Porque estais aí perplexos a olhar para o alto? Esse mesmo Jesus que vistes subir um dia voltará do mesmo modo que o vistes subir!” At1,11
Uma missão já iniciava, era a primeira decisão da Igreja de Jesus, agora sem ele fisicamente mas com a presença do Espírito Santo que eles iriam receber em Pentecostes para serem suas testemunhas.
Há outras aparições de Jesus Ressuscitado e das instruções passadas aos discípulos. Essas instruções foram muito importantes, tanto para as primeiras comunidades, quanto para nós hoje. Leia: Jo 20, 19-23.
Importante observar e entender a linguagem bíblica: – quando o Evangelho menciona “os judeus” está na verdade se referindo a um certo grupo de judeus que se opunham aos ensinamentos de Jesus. Ou seja, os inimigos de Jesus. E não a todo povo judeu. É bom não esquecer que aqueles discípulos e os Apóstolos que estavam reunidos também eram judeus. Jesus tinha em sua maioria grandes amigos, como Nicodemos,(o fariseu), Lázaro, Maria e Marta de Betânia, Zaqueu e tantos outros…
A verdade é que poucos discípulos de Jesus ficaram em Jerusalém. Estavam com medo de serem mortos também. Estavam escondidos… por muito tempo eles se reuniam nas catacumbas para não serem apanhados.
Mas Jesus Cristo Ressuscitado confia-lhes uma missão. João descreve uma palavra diferente da de Lucas, mas que é a mesma coisa: “como meu Pai me enviou, eu também envio vocês!” … “A quem perdoardes os pecados, estes serão perdoados…” A missão dos Apóstolos e discípulos era a mesma de Jesus, ou seja, testemunhar o que Ele fez e anunciou. Isto é, o perdão dos pecados e a salvação que Deus concede por seu amor. Essa missão aparece também no final do evangelho de Mateus: “Ide por todo mundo, pregai o evangelho a toda criatura, batizando-as em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo. Ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei.” (Mt28s)
O perdão e o anúncio da salvação estão no centro da missão deixada por Jesus à nós. Vale para nós também. Somos anunciadores da salvação, ou vivemos lamentando que este mundo está perdido?
A caminhada destes primeiros discípulos não foi de início tão fácil. Tinham sofrido o impacto da Cruz. Queriam um líder vitorioso e se viram diante de um crucificado, derrotado fisicamente e sem defesa. Queriam um rei que governasse Israel e os libertassem do jugo de Roma, e encontraram um rei coroado de espinhos suspenso num madeiro… porque o reinado de Jesus não é neste mundo e sim no Céu… e isto Ele deixou bem claro quando Pilatos o tinha interrogado: Tu és o Rei dos judeus? Jesus disse: Você quem está dizendo… sim eu sou rei… mas não deste mundo, se fosse, meus guardas lutariam para me defender… mas meu reino não é daqui! Então tu és rei, perguntou Pilatos: Sim, disse Jesus eu sou Rei, para isso nasci, e para isso vim ao mundo, para dar testemunho da *Verdade e todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. (Jo 18, 36- 37)
O Reino de Jesus passa pelo anúncio da salvação, depois pela adesão à sua proposta, isto é pela conversão, depois pela sua Igreja e depois se concretiza definitivamente Céu.
A ressurreição de Jesus traz uma outra maneira de avaliar os acontecimentos que cercaram a morte de Jesus. A vitória de Cristo os fizeram esquecer que na cruz, Deus esteve solidário com todos os pecadores. E foi isso que os discípulos e os Apóstolos fizeram após Pentecostes, a Igreja de Cristo tem por missão transmitir a verdade que Jesus deixou, e qual é essa verdade? – é o seu Evangelho – não apenas com palavras, mas com gestos e atitudes – consiste em anunciar os valores do reino e levar a salvação à todos os cantos do mundo, conforme Jesus mesmo ordenou.
[Agora recebem um dom do alto, o dom de Jesus, do seu Espírito. Só que ele podia fazer daquele grupo de medrosos, um grupo cheio de fé e ousadias, a ponto de mais à frente sofrerem e se alegrarem por anunciar o Evangelho. Enfrentando tudo, suportando a tudo com muita garra por amor ao Evangelho. Isso foi obra do Espírito Santo, prometido e enviado por Jesus.]
Como vimos anteriormente, se não fosse a ação movida pelo Espírito Santo a Igreja não passava de um grupo de fracassados. Jesus havia prometido essa força que continua até hoje, é o Espírito Santo com todos os seus dons que faz a Igreja vencer a mal e proclamar o Evangelho.
Não foi somente em Pentecostes que se encontra a presença do Espírito Santo. Desde o início Ele estava presente. Na obra da criação, descreve o livro do Gênesis, já constava que o Espírito de Deus pairava sobre as águas; Lucas descreve que Maria conceberia Jesus pela graça e força do Espírito Santo; Após a ressurreição Jesus sopra nos discípulos para que eles recebessem o Espírito Santo. Cada uma dessas ações do Espírito Santo está ligada a uma força especial. Até a hoje Ele age e move o mundo e a Igreja de Jesus.
É muito importante falar em Igreja, porque alguns “crentes” tentam separar o termo “igreja”, (no sentido de comunidade de fé), do termo, “Evangelho”, aplicando que não existe religião; quanto que na realidade Jesus fundou primeiramente a Igreja, sua religião, depois escolheu seus sucessores(os Apóstolos), criou o sacerdócio ministerial, isto é a autoridade sacerdotal dos bispos e do papa, elegeu seu representante, (no caso Pedro e seus sucessores), instituiu a Eucaristia e somente depois entregou essa missão aos Apóstolos dando-lhes a força do Espírito Santo Para a Igreja.
Você sabia? A Igreja foi se estruturando, e depois da morte de São Pedro em Roma, lá se fixou a sede da Igreja cristã, recebendo mais tarde o nome de Igreja Católica Apostólica Romana. Mesmo diante das perseguições a Comunidade Católica em Roma se solidificou, até que séculos mais tarde o Imperador RomanoConstantino declarou o cristianismo e a fé católica como religião oficial de todo Império Romano.
Portanto a Igreja é muito mais velha que os escritos dos evangelhos, que foram encontrados muitos anos depois. De início a Palavra da Igreja era ensinada através das pregações dos Apóstolos e depois pelos bispos e os santos padres da Igreja. São estes ensinamentos que chamamos de: “depósito da fé” e que na qual estão consolidados toda tradição apostólica.
CURIOSIDADE: O primeiro Papa da Igreja foi o Apóstolo Pedro. E o primeiro bispo foi o Apóstolo Tiago. O Apóstolo que substituiu Judas Iscariotes no número dos 12, foi Mathias. (At 1,15-18.21-26)
IMPORTANTE – O Espírito Santo é enviado justamente, quando se encontrava muita gente, de todo lugar, para a festa de Pentecostes. Ou seja, a festa da colheita. E essa força do Espírito Santo veio não só sobre os discípulos mas sobre todos que se achavam ali no Cenáculo.
Vamos rever a leitura dos acontecimentos: At2, 1-5 – achavam-se ali gente de todo lugar. Isto significa que o Espírito Santo se manifestava para todos os povos. Começava ali então a caminhada ininterrupta da Igreja. A eles era necessário que tivessem essa força para que compreendessem o que seria anunciado e se convertessem. É o Espírito Santo agindo também como poligrota e tradutor, já que seria impossível aos Apóstolos se comunicarem em tantas línguas ao mesmo tempo. Essa força do Espírito foi muito importante!
A PROCLAMAÇÃO KERIGMÁTICA DE PEDRO – Pedro começa a pregar em nome de Jesus, não apenas um discurso emocionado, mas uma catequese inteira. Vamos ler para compreender? At2, 14-39. Que coragem o Espírito santo despertou em Pedro. Lembro que eles há pouco estavam trancados, escondidos com medo. Lendo o discurso de Pedro notamos a grandiosa força de Jesus, pelo Espírito Santo que fez com que ele convertesse milhares de pessoas.
E para isso os apóstolos falavam e os demais entendiam nos seus dialetos compreendendo tudo. Isso é a ação do Espírito Santo. Leia: At2, 7-11.
O que Pedro anunciava naquele momento?
Em Pentecostes aconteceu a efusão, ou derramamento do Espírito de Deus sobre todos, anunciado pelo profeta Joel. A função mais importante deste derramamento é confirmar que Deus ressuscitou Jesus de Nazaré. Mostrar a todos que o crucificado não está derrotado, ele vive, Deus o glorificou, com isso confirmou tudo que Ele ensinou e viveu… É o que os presentes naquele dia ouviram de Pedro.
Pedro anuncia que Jesus, “é o Cristo”, que eles mataram e está ressuscitado, Ele é o Messias. É o anúncio da Salvação.
E surgiu efeito, a partir daí é que começou a surgir as primeiras comunidades. Mas esse discurso de Pedro acendeu ainda mais a raiva dos perseguidores; mas agora era diferente, alguém caminhava com eles, e este alguém era o Espírito Santo que os impelia e os dava coragem para prosseguir. Foi muito difícil mas em nenhum momento desistiram, esmorecera na fé. Suportavam as prisões e os castigos com alegria por sofrerem em nome de Jesus. Isso mexeu com muitos corações. De onde vem a força destes homens? e ficavam admirados.
Essa é a proposta para nós hoje que anunciemos Jesus Ressuscitado, que vivamos com mais intensidade o Evangelho, tendo a certeza de que essa é a verdade que o mundo precisa ouvir.
Naquele tempo não havia, imprensa falada ou escrita, Tvs, Rádios e Internet, foi preciso que houvesse uma força maior de Deus para anunciar intervir naquela primeira Igreja que surgiria. O Espírito Santo foi esse canal de comunicação.
Hoje Deus nos permite que façamos esse anúncio da Boa Nova de Jesus à todos pelos vários meios de comunicação. Mas é sempre o Espírito de Deus que nos impulsiona para esse anúncio.
Os Sinais de Deus em Pentecostes – Deus usa seus sinais para nos comunicar sua presença e seu amor. Em Pentecostes Deus usou: ruído, vento e línguas de fogo. São sinais que no Antigo Testamento manifestavam a presença de Deus sobre o povo de Israel. Mas o maior sinal de Pentecostes é sem dúvida o avivamento da coragem dos Apóstolos, a franqueza ao proclamar Jesus morto e ressuscitado, como lemos, Pedro cheio da força do Espírito em seu discurso. Antes lembremos, não eram assim, estavam trancados, assustados, com medo…
Vamos deixar bem claro que: o Espírito Santo desceu sobre todos, homens e mulheres. Não apenas sobre os Apóstolos e discípulos. É o que disse Pedro: “vossos filhos e filhas profetizarão!”
Em muitas comunidades há quem se sinta “dono” do Espírito Santo, saibamos reconhecer essa presença do Espírito nas outras pessoas, podemos até crer que existe uma legítima Igreja,a Igreja Católica, sim, verdadeiramente, mas isso não impede que as outras comunidades cristãs não tenham a presença do Espírito Santo. Nem todas, mas a grande maioria, pois Deus não se prende ou se limita à religião, pois Ele está em toda parte. Mas também não podemos esquecer que algumas falseiam a unção do Espírito para proveito próprio, então temos que discernir bem.
A missão da Igreja que começava em Pentecostes, e a salvação dada por Jesus se estende à todas as nações que crerem no seu nome. Por isso o fato de que em Pentecostes se achavam gente de todo lugar, pois Pentecostes quer dizer, festa da colheita, tradicional do povo judeu. Sabiamente Deus escolhe esta data para derramar seu Espírito. Deus é sábio e poderoso, sabia que ali se converteria muitas pessoas de diferentes países. O efeito é a conversão de tantos e tantas e mais, estes ao chegarem em suas casas converteriam seus familiares. Era a Igreja se espalhando. Veja como Deus é perfeito em tudo que faz. Logo, a Igreja não estava mais só em Jerusalém, além de seus muros. E se hoje somos cristãos é graças a esse primeiro Pentecostes de muitos.
Temos vontade de fazer boas obras, de ajudar a quem precisa, ou cuidar melhor do nosso relacionamento com Deus… mas, apesar disso, freqüentemente ficamos acomodados. Aí é muito bom, se aparece alguém para nos dar um “empurrãozinho”, ou seja, um convite, um bom exemplo ou uma conversa esclarecedora.
Vamos ler sobre um episódio de um encontro do missionário Felipe com um estrangeiro, representante do povo africano, um etíope. Este povo não apareceu em Atos 2, em Pentecostes. Mas agora ele está “na mira” do Espírito. É mais um sinal de que Jesus será anunciado a todos os povos. Leia: At8, 26-31.36-40. Leia o texto 2 vezes com muita atenção:
Para entender melhor – este Felipe não é um dos doze Apóstolos. Faz parte do grupo dos 7 líderes helenistas, escolhido para dar assistência às viúvas de origem grega. (At6, 1-7; 8, 4-7); quando você encontrar na Bíblia o termo “helenista” quer dizer que se o texto ou a pessoa se refere aos judeus cristãos de cultura grega.
Vamos meditar:
– De onde vem a iniciativa de Felipe?
A iniciativa de Felipe vem do Espírito Santo. (v.26)
– O que o etíope foi fazer em Jerusalém?
O etíope tinha ido à Jerusalém para adorar a Deus. (v.27)
– O etíope ia lendo as escrituras?
Sim o etípe lia as escrituras. O profeta Isaías, mas não as compreendia, por falta de alguém que lhe explicasse. E o trecho que lia se referia à morte com Jesus sofrera. E felipe anunciou Jesus a ele. (v.30-37)
– O que aconteceu com o etíope?
Ele creu e foi batizado imediatamente tornando-se um cristão. (v.38)
– O que acontece com Felipe depois de cumprir a missão?
Felipe então foi arrebatado pelo Espírito Santo e levado para outro lugar. (v.39)
Esse episódio nos mostra a necessidade que Deus tem de que é preciso evangelizar e converter as pessoas, para que elas conheçam a salvação. Muitas vezes em nossa comunidade falta gente para levar a palavra de Deus. Muitos querem entender sobre a Bíblia, Jesus, o catecismo. Ou seja, querem ter um melhor encontro com Jesus e muitas vezes encontram apoio nas seitas, que lhes explicam um evangelho manipulado. Nós precisamos despertar para a evangelização. Levar Cristo de verdade aos outros. Não é cobrar as coisas em cima daquilo que eles não podem dar. Mas oferecer a chance de conhecer melhor Jesus, a salvação por ele oferecida e a sua Igreja.
Felipe dá uma atenção especial ao etíope. Conversa com ele, partilha das escrituras, essa é a mesma coisa que Jesus tinha feito com os discípulos de Emaús! lá também a escritura inflamava os corações dos discípulos que andavam desanimados. Vamos reler, Lc 24, 13-32. Aqui o Espírito Santo nos mostra um caso de evangelização pessoal. Felipe vai ao encontro do etíope. Hoje a evangelização “personalizada” é uma necessidade? o que você acha?
É Pentecostes que continua, ele não para. A efusão do Espírito Santo não aconteceu uma só vez. O Espírito é um dom que Deus distribui com generosidade, a todos os que procuram a salvação e se abrem seu coração a fé .
Em Cesaréia, cidade onde residiam as autoridades romanas, Pedro vai ao encontro de um centurião romano, um soldado, é Cornélio. Um pagão de coração aberto para Deus e que queria ser batizado ele e sua família. Lá o Espírito santo mostra que, Ele não é apenas para os judeus, ou mesmo prosélitos (pessoas convertidas ao judaísmo), mas para todos. A todos é dado o direito de receber o Espírito Santo e conseqüentemente a salvação em Cristo. Vamos ler: At10, 44-48.
Nos dois textos referidos acima em Atos, vimos o Batismo como coroação de uma adesão a Jesus, confirmada na presença de um representante (legítimo), da comunidade cristã. Porque falo legítimo? – Porque só quem tem autoridade do Espírito Santo pode conferir o batismo, os batizados e crismados na Igreja em alguns casos especiais onde não haja a possibilidade de um sacerdote (ou presbítero) ou mesmo um diácono conferir o batismo. No primeiro episódio do etíope vimos que foi o diácono Felipe que conferiu-lhe o batismo. No segundo, vimos que foi o Apóstolo Pedro quem conferiu o batismo ao centurião Cornélio.
Importante! – nós fomos batizados porque a fé dos primeiros discípulos e dos Apóstolos transmitiram de geração em geração. Devemos a eles nosso conhecimento do Evangelho; mas não só a eles, a muitas pessoas que como eles nos encaminharam na fé e alimentam nossa esperança de alguma forma.
Atenção! – algumas seitas estão ensinando heresias por aí dizendo que:
O Batismo deve ser feito em nome de Jesus apenas, porque os Apóstolos não mencionaram no NT, (Novo Testamento) que batizavam em nome da Santíssima Trindade: Pai Filho e Espírito Santo. Cuidado com isso!, porque a Ordem do Batismo Cristão na Santíssima Trindade é do próprio Jesus e não dos Apóstolos. E há referência sim, está em Mateus 28, 1a. Quem faz acontecer o batismo é o sacerdote (em nome de Jesus), mas quem infunde a graça no batizando é a Santíssima Trindade.
“Ide pois, a todo mundo, pregai o Evangelho a toda criatura, batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo quanto vos ordenei!”
Recomendo que se faça a leitura do capítulo de Atos2, 14, 16.
O povo judeu tem uma longa história de Aliança com Deus. A partir das situações difíceis que o povo enfrentou, especialmente quando foi escravo no Egito e exilado na Babilônia. Esse povo nasceu de uma de uma intervenção de Deus que o escolheu para fazer nascer dele o Messias. A partir desta expectativa era interpretada muitas passagens das Escrituras. O povo via, nos discursos de figuras marcantes de sua tradição, alusões e sinais referentes a essa pessoa especial, o Messias. O ungido de Deus que iria mudar a história.
Na verdade, o povo judeu foi dominado por várias nações, como os babilônios e os romanos que os fazia trabalhar como escravos, vivendo em profunda miséria e pagando altos impostos. Como se não bastasse os seus líderes religiosos aliados ao poder do governo jogavam altas cargas sobre o povo e leis que os pesava como fardos. Por isso Jesus muitas vezes criticava os fariseus e os sacerdotes pelas leis que eles faziam o povo cumprir em nome de Deus, mas não passava de uma“escravidão religiosa”; mas eles mesmos não cumpriam a Lei. Jesus condenou esta prática. Foi por isso que ele disse: “vinde a mim todos que estais cansados, pois o meu jugo é suave e meu fardo é leve”. Mas o que eles esperavam? – eles esperavam não um Messias que iria libertar dos pecados. Mas alguém, um novo rei que iria restaurar o governo de Israel que foi posto nas mãos de outros dominadores. E Jesus veio com outra missão. Veio para nos libertar, nos resgatar do pecado. Essa era a missão de Jesus. Quando Jesus morre daquela maneira na Cruz, o povo fica desiludido, porque não acreditavam no que viam. Embora Jesus fosse poderoso, fizera muitos milagres, morreu pregado na Cruz.
Quando Jesus ressuscitou, e veio o Espírito Santo, Pedro vem falar ao povo e diz:“vós o mataste, vós o crucificaste”. Não uma acusação ao povo, mas para dizer que todos os discípulos de Jesus pertencia ao povo judeu. Que ele ressuscitou dos mortos para lhes oferecer a salvação dos pecados a todos que crêem. A salvação é destinada primeiramente ao povo judeu. (O estudo da bíblia não pode servir para alimentar preconceitos). Era preciso que Jesus fosse anunciado como salvador de toda humanidade. Isso parte da pregação, da palavra anunciada.
Para Pedro, a primeira conseqüência de ter recebido o Espírito Santo foi a pregação da palavra. a relação entre o Espírito e a Palavra aparece como forte característica no livro dos Atos. Nele o Espírito Santo é citado 58 vezes e o termo “Palavra”, 32 vezes. Além disso quase um terço dos versículos deste livro são discursos e pregações. Como vemos é de fundamental importância o anúncio da palavra. A Igreja foi fundada para isso, somos batizados para isso. Ao contrário do que muitos pensam que a Igreja foi feita para fazer milagres. Como vemos por aí tantas denominações que prometem aos seus fiéis milagres e não a semente da Palavra em primeiro lugar. Ainda que não houvesse nenhum milagre dentro da Igreja, isso não é mais importante para Deus do que o anúncio do Evangelho e a conversão dos seres humanos.
Continuando … Pedro, falando aos judeus, argumenta numa linguagem que eles conhecem bem e trazem no coração. Recorda a palavra de Deus na profecia do profeta Joel e do texto sobre Davi. Ele apresenta Jesus como realização das promessas feitas por Deus na tradição do povo judeu. Essa e uma característica dos Atos dos Apóstolos. Demonstrar que Deus está cumprindo suas promessas e que portanto, os cristãos podem confiar nas propostas de Jesus. Não é interessante? … Precisamos fazer o anúncio do Evangelho numa linguagem que fala ao coração das pessoas. Será que estamos sabendo fazer isso?
Pedro fala de coisas familiares a seus ouvintes , mas não para por aí. Ele se concentra num dado novo, a ressurreição, centro de toda a pregação apostólica e motivo de grande esperança cristã. Não era uma idéia tão fácil de ser aceita. Como hoje também não é. Quantos que se dizem cristãos acreditam mais na reencarnação do que na ressurreição que na qual Jesus mesmo nos mostrou que existe? – Mas era parte indispensável do anúncio, o fato que marcava a aprovação de Deus à vida e aos ensinamentos de Jesus Cristo. A ressurreição dava um novo sentido ao escândalo da cruz. E proclama a vitória sobre as forças do mal. Mais tarde Paulo Apóstolo vai dizer que: “a cruz que era escândalo para os pagãos, para os cristãos é sinal de salvação!”
Pensemos! – há gente desanimada porque o mal, o pecado, a injustiça parece invencíveis? Anunciar a ressurreição é mais do que contar algo sobre Jesus. Mas é assegurar que temos bons motivos para ter esperança em Deus, porque Ele está no comando, quer a salvação e não permite que a morte eterna seja o destino final para aqueles que Ele o quer. Mas é preciso que nós façamos a nossa parte que aceitemos, nos reconciliando com Deus e aceitando Jesus como nosso Senhor e Salvador.
Em Pentecostes acontece uma mudança de sinal, qual é essa mudança?
No Antigo Testamento, lemos que povo de Israel tinha uma aliança com Deus, eDeus tinha uma aliança com Israel. Isto é, quando falamos em aliança, estamos falando das promessas que Deus Javé fez com seu povo. Mais precisamente com Abraão e depois com Moisés. O meio, ou sinal visível de lembrar esta aliança era a circuncisão. Depois que a criança nascia era feito esse sinal como marca da aliança de Deus com seu povo. É bem verdade que os profetas haviam pregado que a sinceridade de coração era o mais importante, mas havia grupos apegados à tradição judaica, que os impedia até de repartir a refeição com quem não era circuncidado. Isso também era um problema entre os cristãos que se reunia em torno da mesa do Senhor.
No Novo Testamento encontramos essa situação que logo se vai tomar uma decisão, que não haja distinção entre os cristãos. E como Jesus mandou batizar e não circuncidar, o batismo se tornou o sinal visível da efusão do Espírito Santo naNova Aliança de Jesus, sobre aqueles convertidos. E também se torna o Sacramento de Iniciação para a vida Cristã. Substituindo a circuncisão. Pois o grande problema relatado nos Atos dos Apóstolos era o fato do relacionamento entre os cristãos de origem judia e os cristãos de outra cultura, (não circuncidados). A grande questão era: todos teriam que ser iguais, seguindo os mesmos costumes e tradição religiosa? Ou, sendo respeitado poderia haver diversidade de acordo com a cultura de cada grupo? Bem,… se escolhessem a primeira opção haveria então a exclusão social e religiosa entre os cristãos.
Vamos fazer uma leitura de At10, 1-22.34-43 perceber que:
1. As condições para qualquer pessoa ser “agradável ao Senhor!”
Os profetas estavam certos no que ensinavam: não é a circuncisão o mais importante e sim a sinceridade de coração. Neste texto que lemos, o centurião Cornélio era um homem de coração puro e temente ao Senhor.
2. A importância de ser testemunha do que Jesus fez.
A missão do cristão é dar testemunho do que Jesus Cristo fez, Deus o ungiu com o Espírito Santo, com seu poder curou os enfermos, ressuscitou os mortos, expulsou os demônios, libertou os oprimidos.
3. A Presença do Espírito Santo na ação de Jesus.
Jesus o enviado do Pai, possuía o poder do Espírito Santo. Por isso toda ação é Jesus é também ação do Espírito Santo.
4. A apresentação de Jesus Glorificado por Deus.
Não teria nenhum sentido para nós crer em Jesus se ele não estivesse glorificado. Isto é se ele não fosse Deus. Se Jesus não tivesse ressuscitado, vã seria nossa fé, nos diz São Paulo.
Vamos pensar…. Não foi fácil para Pedro chegar à conclusão que Deus não faz distinção entre as pessoas, mas que em qualquer nação, que o teme e pratica a justiça lhe é agradável. Pedro também era um judeu conservador por assim dizer, acostumado a observar a Lei de Moisés, para os judeus e, consequentemente para Pedro e outros, quem não era circuncidado era impuro.
Também Pedro era educado a separar os “puros” ou circuncidados, dos “impuros” ou não circuncidados.
Foi preciso que Deus lhe abrisse os olhos com aquela visão, mostrando para para que ele não resistisse em ter com Cornélio e o batizar pois de agora em diante o que unia as pessoas não era a circuncisão mas o Espírito Santo.
É o Espírito Santo que nos santifica e nos torna puros diante de Deus, e o seu sinal é o batismo. Deus é para todos, todos que querem servir a Deus. O profeta Jeremias já havia advertido sobre isso. (Jr 4,4); portanto Deus quer a união da humanidade na prática do bem. Pessoas e nações ainda precisam reconhecer que fazemos parte de uma única família, somos todos filhos do mesmo Deus.
Nós muitas vezes classificamos as pessoas com rótulos que não levam às verdadeiras intenções do coração. Nós somos preconceituosos. Não seria melhor deixar que o Espírito Santo nos ajude a valorizar cada um por aquilo que realmente é, sem preconceitos?
Este episódio descrito no livro dos Atos vem nos ensinar que:
A Boa Nova de Jesus é a notícia da paz., aberta a todos, Ele viveu e morreu por nós. Seu amor salvador é dirigido a todos que o aceitem como seu Senhor e Salvador. Quem quiser ser seu discípulo deve ampliar o campo de seu amor. Devemos ser abertos a todos que acreditam no Cristo. Não é porque somos cristãos católicos que não podemos estabelecer um diálogo com cristãos que não fazem parte da igreja e tratá-los com indiferença.
Tendo declarado que Deus acolhe todas as pessoas que o respeitam e praticam a Justiça, venham de onde vierem não podem ser discriminadas. Pedro volta à pregação, o anúncio do bem que Jesus realizou, da salvação que ele nos trouxe e da aprovação de Deus em tudo que ele viveu, atestado pela ressurreição.
Toda pregação apostólica está centralizada nisso. É a espinha dorsal do QUERIGMA. Nenhuma devoção, espiritualidade ou preferência particular pode ocupar esse lugar central em nosso anúncio. A adesão a esta verdade central nos identifica como discípulos de Cristo.
Pensemos… ao evangelizar estamos de fato anunciando o mais importante, ou nos perdemos nos pormenores?
Fica mais fácil construir a unidade na diversidade, se soubemos distinguir o que é essencial e o que é fundamental: Jesus na sua missão salvadora e a esperança que nos vem da ressurreição são pontos essenciais onde diferentes igrejas estão de acordo. Seria possível anunciar juntos esse núcleo da fé?
As primeiras comunidades viveram uma situação interessante: Jesus sendo judeu (praticamente sincero da religião que sua família lhe transmitiu), foi acolhido pelos chamados “pagãos”. Ele se torna ponto de encontro de culturas diferentes. Quem era judeu como ele, poderia achar-se meio “dono” de uma tradição onde os outros teriam que se encaixar. Mas não foi assim que o cristianismo cresceu; ele acolheu gente de tradição judaica e gente de outros povos, num sinal do amor salvador universal de Deus.
Neste ponto entra uma personalidade importante: Saulo de Tarso, esse“personagem” entra somente nos relatos dos Atos dos Apóstolos. Vamos conhecer quem foi Saulo:
Saulo era natural de Tarso, era um judeu que foi criado e educado, aprendendo as leis de seu país e doutor nas leis judaicas do Templo. De grande cultura, obteve cidadania romana, falava muito bem o grego e o hebraico. Seu mestre foi o sacerdote Gamaliel que o fez um grande homem, convicto e fervoroso.
Gamaliel era um sacerdote muito sábio e prudente que não tomava decisões injustas. At5, 34.
É esse Saulo que foi escolhido para comandar um grupo de soldados que iria em encontro dos Cristãos a pedido dos fariseus. Os cristãos confessos não eram numerosos em grupos, mas por causa dos grandes prodígios dos Apóstolos e da maneira simples e de fé sólida em Cristo como eles viviam, despertaram o interesse dos fariseus em querer prendê-los e torturá-los para que negassem a fé em Jesus. Eles se reuniam para a fração do pão (a Eucaristia), muitas vezes nas catacumbas ou em casas de amigos.
E Saulo, então é posto como um perseguidor implacável dos cristãos. Os cristãos tinham pavor de Saulo. Embora vivesse na mesma época que Jesus, Saulo não o conheceu pessoalmente. Tudo que aprendeu sobre Jesus aprendeu dos Apóstolos, inclusive de Pedro.
Vamos fazer uma leitura: Abra sua Bíblia.
Ats4, 32-35 – Havia justiça entre os primeiros cristãos.
Ats5, 1-10 – Na comunidade cristã não havia lugar para injustiças.
Ats5, 12-16 – Os cristãos começavam a fazer a diferença, a Igreja começa a crescer e causar incômodo aos fariseus.
Ats6, 1-; 7, 1-53 – Começa a distribuição dos ministérios, os diáconos cuidarão da assistência aos necessitados. A palavra de Deus pregada pelas boas obras. O diáconos pregavam a palavra de Deus, nasce a catequese. Prega-se a Querigma.
Ats8, 1-3 Saulo aprova a morte de Estêvão e persegue os cristãos. Mas a partir daí uma coisa o incomodou, a morte de Estêvão provocou-lhe uma inquietação interior, pois, aquele jovem ainda que martirizado não negou sua fé em Jesus, pelo contrário, diante da morte certo de que Jesus estava com ele, entregou sua vida com dizendo como Cristo na Cruz: “Senhor Jesus, em tuas mãos entrego meu espírito!”
Ats9, 1- 42; – Jesus chama Saulo para o Ministério de Apóstolo, Saulo se converte e adota o nome de Paulo. Jesus sabia que Paulo uma vez convertido seria aquele capaz de levar até o fim sua missão. E a coragem de Paulo após a conversão foi tamanha, que ele compara o que aprendeu antes de conhecer o Evangelho de “esterco”. E Paulo diz com convicção que: “o viver para ele é Cristo e o morrer com Cristo é lucro”. Ou seja, para Paulo nada era mais importante, nada era mais nobre do que estar do lado de Jesus e anunciar o Evangelho aos povos. Foi o que ele fez a vida toda incansavelmente.
Agora que lemos na Bíblia como é que surgiu a figura de Paulo, imaginemos a assistência de Jesus escolhendo Paulo para ser Apóstolo, foi um pulo e tanto. Não foi fácil para os demais discípulos acreditarem que Paulo havia se convertido. Como pode aquele que perseguia cheio de ódio para com os cristãos, agora dizer que estava convertido em Jesus? Mas porque Paulo?
- Paulo era convicto, sincero e honesto no que fazia. Sua conversão foi radical, sem demais questionamentos. Para Paulo Cristo era tudo. O que ele viveu e aprendeu lá atrás nada era maior que Cristo.
- Jesus sabia que a conversão de Paulo seria pra valer, porque, era um homem sincero de coração e não voltava em suas decisões. Além disso, Jesus sabia que tipo de homem era Paulo capaz de fazer a Igreja se estuturar, pois era uma homem inteligente, sábio, coerente em suas ações e temente a Deus. E foi o que ele fez fundou diversas comuniaddes cristãs contribuindo para a expansão do cristianismo no mundo. Paulo defendia que a Igreja é para todos e por isso devia ser estendida a todos Judeus ou não.
- Paulo levaria o Evangelho para outros povos.
- Ajudaria a Pedro na tarefa de expandir a Igreja para fora de Jerusalém como era o desejo de Jesus.
- Já que Mathias (que ocupou o lugar de Judas Iscariotes); Paulo uniria a Pedro (por isso, ele não foi substituto de Judas Scariotes e sim, Mathias, mas ele e Pedro são foram um só na fé à frente da Igreja), e ocuparia de fazer a organização da Igreja. O grupo dos 12 estava completo e reforçado.
- Era um homem formado, culto nas leis civis e religiosas, que lia e escrevia muito bem, sabia das leis do Templo, era culto, inteligente capaz de dar assistência espiritual às Comunidades cristãs em todas circunstâncias e assim o fez muito bem. E é graças a Paulo que hoje, nós povos de outras nações, somos cristãos.
Mas é justamente depois de um encontro com Barnabé, que foi apresentado a Pedro e Paulo foi aceito com muito carinho na Comunidade cristã, depois de toda confusão em torno dele. Mas Paulo teve um papel fundamental: levar o Evangelho aos pagãos, também chamados de gentios. E assim o fez até o final dos seus dias. É a partir de Paulo que a surge firmemente as Igrejas, isto é, comunidades de fé consolidadas, firmadas.
Qual era a Estratégia de Paulo? – era formar grupos de cristãos, as comunidades em vários lugares em que passava, essa comunidade passava a praticar e a viver a palavra de Deus, bem como tinha o compromisso de evangelizar também e assim aumentar o número de fiéis. Enquanto isso Paulo considerava-se como um atleta de maratona que corria para se chegar a meta, isto é, levar a palavra de Deus aos quantos fosse possível sem parar, até a morte. E assim o fez, conservou a fé da Igreja até a morte.
Vamos Ler lá em Efésios 2, 14-18 o que Paulo escreve:
Paulo fala do anúncio da paz aos que estavam longe e aos que estavam perto. Aos judeus próximos da tradição na qual nasceu Jesus, e aos povos estrangeiros de todas as cidades em que o cristianismo ia florescendo. A mensagem de Jesus se espalhou como ele queria. Hoje somos chamados a anunciar, (e fazer acontecer) a paz aos que estão perto, na nossa casa, dentro da nossa Comunidade. E também aos que estão longe, pode ser geograficamente falando ou ainda pessoas que por uma razão e outra, afastaram-se de nós e da Comunidade Igreja em que vivemos, ou ainda gente de quem o nosso coração está distante.
Paulo descreve a misericórdia de Deus agindo sempre no meio de seu povo, e esta salvação veio nos resgatar da morte do pecado em Jesus Cristo. Tudo isso é, pela graça de Deus e por ela é que fomos salvos. A salvação é dom de Deus, pela sua bondade e amor, nós não a merecemos mas Deus nos dá, ela passa por Jesus. E o mais importante, somos criados em Jesus Cristo. Quer dizer, somos inseridos em um novo nascimento, o batismo. E somente através de nossas boas ações é que essa graça poderá acontecer. Ações que não devem servir para nosso orgulho mas para a glória de Deus. Paulo também mostra que Jesus veio para todos nós, judeus, e também para “os gentios” ou “incircuncisos”. Pois Jesus Cristo veio nos congregar em uma só comunidade, a comunidade dos filhos(as) de Deus. Não há mais separação.
Paulo é aquele é comunica a paz e a misericórdia de Deus em Cristo. Cristo é nossa paz. Pela Cruz de Cristo somos um só povo. Logo deve haver a paz entre os povos pois é o Espírito Santo é nos congrega e nos une pelo batismo.
Vamos ler: Rm8, 18-25:
O cristão é basicamente um sinal de esperança. Paulo fala das maravilhas da vida que Deus quer dar a todos. Uma vida tão completa, tão boa que não dá para comparar com a nossa experiência terrena. Com Deus, tudo acaba bem, muito melhor do que podemos imaginar. Não há como descrever a vida junto de Deus. As palavras e imagens que usamos para falar do céu, da vida eterna, não apenas frágeis tentativas de dizer que vai ser muito bom. É prudente desconfiar de quem pensa que sabe como são as coisas do além.
Pensando… muitas perguntas práticas que alguns gostam de fazer sobre a vida após a morte não têm mesmo um resposta exata, em detalhes. Só sabemos o que Jesus revelou: que a morte não é o fim mas algo muito bom que nos espera. Embora esteja empolgado com as maravilhas da vida futura em Deus, Paulo não desvaloriza as realidades deste mundo. Ele nos apresenta a criação inteira como parceira nessa espera do melhor. Ele quer a natureza libertada do mal, para participar conosco da maravilhosa liberdade dos filhos de Deus. Se Paulo vivesse hoje, talvez incluísse nessa espera também as criações humanas, a tecnologia, a ciência. As obras humanas precisam igualmente ser purificadas de todo injusto, para poderem fazer parte do grande hino de louvor em que toda a natureza é chamada a proclamar a glória de Deus.
Você acha que se prepara bem para o céu, quem foge dos compromissos desta vida?
IMPORTANTE! – no Concílio Vaticano II, nossa Igreja declarou que as boas realizações humanas serão purificadas e salvas conosco: …”todos esses bons frutos da natureza e nosso trabalho, nós os encontraremos novamente, limpos contudo de toda impureza, iluminados e transfigurados, quando Cristo entregar ao Pai o reino eterno universal”…
Uma pergunta: temos uma espiritualidade que nos ajuda a perceber os recados de Deus na natureza? E nas conquistas da tecnologia, criação humana?
Medintado com você
Para quem somos portadores desta paz? Sabemos construí-la na nossa casa e em nossa Paróquia? Buscamos nos comunicar com os que estão “longe”, ou ficamos restritos ao mesmo grupinho de sempre? As pessoas precisa nos procurar para serem notadas, ou sabemos ir ao encontro delas?
Todos temos acesso ao mesmo Pai e ao mesmo Espírito – diz a carta aos Efésios. A ação do Espírito é sempre destacada no livro dos Atos; ele é a alma da evangelização. E trata-se do mesmo Espírito para todos, embora sejam diferentes os dons em cada um, tradições e culturas. A comunidade dos discípulos e discípulas de Jesus Cristo é chamada a ser sinal dessa unidade, para que se torne evidente que há o mesmo Espírito animando a todos.
Frequentemente em nossa vida comunitária, deveríamos lembrar que a unidade e a paz que fomos capazes, (ou não) de viver, para os de fora, conta como confirmação ou negação do nosso anúncio do Reino.
Por isso devemos ser abertos ao ecumenismo, e é isso que o Santo Padre João Paulo II e agora recentemente nosso Papa Bento XVI mais insiste, abertura ecumênica, isto é os cristãos devem se unir em favor do Evangelho.
Vamos ler:
Atos 14, 15-18 ; Romanos 8, 18-25 e Colosensses 1, 15-20.
Conversando sobre a vida – As crianças costumam fazer suas perguntas sobre Deus olhando para a natureza. Diante das coisas que não saíram de mãos humanas, elas perguntam: Quem fez? – e aprendem a maravilhar com esse poder do criador. Espera-se que mais tarde, possam também aprender a louvar a Deus diante da tecnologia, do panorama urbano, afinal, tudo que o homem constrói também faz parte do grande mistério da criação. Mas, sem dúvida, a natureza não transformada costuma ser o primeiro espaço de louvor.
Abrindo os Atos dos Apóstolos – Paulo e Barnabé estavam pregando em Licaônia. Um coxo de nascença, que os ouvia pregar foi curado. A multidão admirada com os feitos dos Apóstolos começaram a aclamá-los como deuses. Os dois protestaram e começaram a convidar o povo à conversão do verdadeiro Deus. Como era camponeses, Paulo e Barnabé usou a natureza para explicar a presença criadora do Senhor, numa linguagem bem próxima às suas realidades.
Vamos ler: At 14, 15-18.
Jesus também se utilizava da Natureza para explicar o amor do Pai, não só com exemplos nas suas parábolas, mas se utilizou de de vários elementos dela. Por exemplo: a parábola do “grão de mostarda”, a “parábola do joio e do trigo”. Jesus acalmou a tempestade.
O objetivo é mostrar que o poder e a presença Espírito Santo, desde a obra da criação do mundo, na ação e na vida de Jesus agora e sempre é o mesmo na ação e na vida da Igreja. Deus sempre se faz presente.
Hoje como naqueles tempos alguns milagres nos impressionam. Mas na verdade quando isso acontece não é mérito deste ou daquele, pois o homem não tem poder algum, mas é obra de Deus. É o Espírito Santo se manifestando. E um só é o objetivo, nos conduzir para uma mudança de vida e uma intimidade com Deus a ponto de obtermos a salvação.
É IMPORTANTE VOCÊ SABER
Paulo e Barnabé não aceitaram ficar com a fama de milagreiros, ou de deuses. Sabiam que eram apenas instrumentos à serviço de Deus. Não se vangloriaram.
No trabalho, na família, na escola, no governo, etc. as coisas poderiam ser bem melhor realizadas e não haveria tanta exclusão se as pessoas entendessem, assim como os Apóstolos entenderam, que somos apenas instrumentos da ação de Deus no mundo. É Deus que faz a obra. mesmo se tratando de algo sobrenatural.
Mas na maioria das vezes, buscamos o próprio prestígio e não agradar a Deus, não somos realmente humildes.
Outro fato interessante: devemos falar de Deus às pessoas, usando uma linguagem de acordo com a cultura de cada um. Deus não age na arrogância e na prepotência, mas na simplicidade.
Deus não nos trará soluções mágicas para desempenharmos nosso papel, ele nos dará inspiração e inteligência para fazer acontecer seu projeto. Deus não interfere na ação humana, apenas nos mostra o caminho do certo e do errado para que possamos conduzir nossas ações. Ações estas, que devem ser de justiça e paz. O homem só será completamente realizado se Deus for sua meta principal.
Quantos não são agradecidos a Deus nem pelo café da manhã, ou por ter tido a graça de viver mais um dia?
Quantos em nome de um capitalismo destruidor, estragam a sua própria casa que é o meio ambiente, a natureza. E depois culpam a Deus pelos imensos desastres, como enchentes, alagamentos, tsunami, …?
E se esquecem que não cuidar da natureza também é falta de caridade e amor a Deus.
É preciso cultivar a obra de Deus. Usando sim os recursos do planeta, não para destruir mas para preservar.
Será que ne minha vida e na sua falta um ser religioso que promove um economia “ecológica”?
Não basta admirar o que é bonito mas preservar e cuidar, educar nossos filhos à consciência de que Deus nos deu esse mundo, se acabarmos com ele acabaremos com nossa própria casa que será de nossos descendentes. Lembremos que a salvação se estende não apenas aos homens mas também à toda criatura. Portanto o cristão que não cuida das coisas criadas por Deus para o seu bem, não está de acordo com o plano de salvação dado por Deus.
Na carta aos Romanos Paulo inclui a criação na espera da realização de um mundo novo. Regenerado que está na promessa salvadora de Deus.
Uma das muitas propostas vividas no livro dos Atos é a esperança de uma nova promessa.E qual é essa promessa?
Essa promessa é dada pelo próprio Cristo, a Parusia. Isto é, Jesus virá outra vez.“Haverão novos Céus e uma nova Terra”; quem a renovará é o Espírito Santo. Por isso que toda ação do Espírito Santo neste mundo sobre os homens e sobre todas as criaturas é para que isto aconteça.
A parusia é prometida por já na ascensão. Foram os anjos quem anunciaram o nascimento do Messias, e foram os anjos que anunciaram a segunda vinda gloriosa de Jesus. A partir da parusia todos serão julgados conforme nossas obras.Cristo então reinará com todos seus eleitos, cumprindo o que ele disse: “o meu reino não é deste mundo” … “um dia vereis o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu”…
Mas o que a mensagem de Atos nos revela é que o reino de Deus começa desde já, Jesus conta com nossa iniciativa de promover tudo para que todos sejam aceitos neste Reino.
Lucas descreve um detalhe muito importante: os primeiros cristãos tinham tudo em comum. Isto é, partilhavam o que tinham de modo que ninguém passasse necessidade. (At4, 32-35); Os primeiros cristãos plantaram e resgataram o espírito de Justiça e Fraternidade que não havia entre os fariseus. Cuidavam da assistência social e se organizaram para isso. De modo que punham seus bens e o que recebiam a serviço dos necessitados.Os que tinham mais repartiam com os que tinham menos.
Havia nas comunidades uma divisão de tarefas. Cada qual cuidava de uma coisa. Uns cuidavam dos doentes, outros das necessidades dos mais carentes, outros dos desamparados como as viúvas e os órfãos e outros da pregação da Palavra de modo a não sobrecarregar os Apóstolos.
Em nossa comunidade, em nossa família partilhamos o que temos. Cuidamos de dar assistência aos que precisam principalmente os mais carentes de nossa Comunidade? Nossos bens estão à disposição, ou deixamos nosso egoísmo tomar frente dos nossos propósitos de solidariedade?
Temos que tomar o cuidado para que na nossa Comunidade as tarefas possam ser divididas, não acumular funções nos grupos, nem sobrecarregar uma só pessoa. Há gente que se puder quer fazer de tudo e não dá conta do recado. Isso também é egoísmo de nossa parte. E as vezes criticamos as pessoas pelo seu trabalho e não nos damos conta de que sobrecarregados estamos fazendo pior do que todos.
A palavra de Deus foi anunciada primeiramente aos judeus. É o anúncio para os de dentro, gente da mesma cultura.
Parte da tradição religiosa que o povo já tem. Anuncia Jesus como cumprimento das expectativas e profecias judaicas. Anuncio aos que estão perto de nós. Nossos amigos e familiares.
Depois anunciada aos de fora isto é os não judeus, povos de outras culturas e nações como nós, de início chamados de “gentios”. Isto é aos que estão longe.
Parte do reconhecimento de Deus que a salvação é destinada à todos. A palavra de Deus é oferecida a todos sem exclusão, de raça e cor.
Anuncia o essencial sobre o Cristo e aceita a diversidade cultural. Ou seja o Evangelho deve agir junto com as culturas.
A palavra de Deus deve chegar aos mais simples, aos excluídos da sociedade. Jesus é essa PALAVRA que liberta e salva. O Evangelho é para os pobres, os simples de coração e os trabalhadores. Para nossos amigos e inimigos, os de casa e os de fora; gente de toda classe social, mas primeiramente dos humildes e sofredores. Jesus vem como libertador e salvador. Pois a salvação é universal e se estende a toda obra de Deus. Não interessa a quem de fato mas aos quantos a aceitarem. Nossos gestos concretos devem ser coerentes com esta verdade que aprendemos de Jesus. “Evangelizar é preciso!” nos diz o Pe. Reginaldo Manzotti. Não perca seu tempo com coisas inúteis, evangelize, Deus lhe dará o cêntuplo. Não precisa de muitas palavras, um simples gesto de amor faz a diferença.
Desta forma é preciso que a Palavra chegue a todos, assim como disse são Paulo, o Evangelho deve ser insistentemente proclamado para que a salvação chegue a todos os povos.
Lembremos pois da coragem dos primeiros missionários que chegaram na América Latina e nos trouxeram o evangelho e a fé da Igreja. Quantos plantaram aqui a semente, o “proto Evangelho”. Hoje somos convidados à partir desta reflexão a sermos mais coerentes e ardorosos no anúncio da Boa Nova de Jesus. Confiando no que Jesus outrora disse aos Apóstolos: “Não tenham medo eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos!”
Depois da Ascensão, (é bom lembrar) que Jesus confirma a Pedro o dever de apascentar seu rebanho, isto é, o povo que formaria a Igreja, nova família de Deus por Jesus, ou seja, todos nós batizados. Entrega a Pedro esta mesma missão que é sua e que Ele tinha recebido de Deus Pai. Vemos que a Igreja se organizara tendo a frente pessoas que colaborararam nos serviços pastorais: os diáconos e outros que, juntamente com os Apóstolos, cuidavam de dar assistência aos pobres e pregar a palavra de Deus.
A missão que o Senhor confiou aos Apóstolos durará até sua segunda vinda, isto é a PARUSIA.
A fim de que tal missão fosse cumprida, segundo a vontade de Jesus Cristo, os Apóstolos trataram de estabelecer a Igreja. Tendo também, para o cumprimento da missão que lhes foi entregue pelo Senhor Jesus a obrigação de colaborarem entre si e com o sucessor de são Pedro, (chamado de Papa=Pai) em quem está estabelecido o princípio e o fundamento perpétuo e visível da unidade da fé e comunhão eclesial. Por sua vez, os sucessores dos Apóstolos , os bispos é princípio e fundamento da unidade nas respectivas Igrejas particulares, (dioceses).
IMPORTANTE – o bispo é sucessor dos Apóstolos, para isso têm que ter autoridade do Santo Padre para exercer esse ministério. Não se pode adquirir esse título para si mesmo como vemos acontecer nas seitas ultimamente. O bispo deve ser sagrado pelo Papa, legítimo representante de Jesus na Terra. Mantendo íntegro o poder da Instituição divina, o bispo escolhe seu representante legal, os presbíteros ou padres, aos quais cuidam de uma comunidade, também chamada de Igreja Paroquial. O bispo tem na sua Igreja particular, a consciência de fazer de um corpo indiviso levou os bispos ao longo da História da Igreja, a valerem-se, no desempenho da sua missão, de instrumentos, órgãos ou meios de comunicação que manifestassem a comunhão e a solicitude por todas as Igrejas, e dão continuidade precisamente à vida do colégio dos Apóstolos: a colaboração pastoral, as consultas, a ajuda mútua.
Desde os primeiros séculos esta realidade de comunhão encontrou uma expressão particularmente qualificada e característica na celebração dos concílios. Eram ecumênicos e também particulares, tanto plenários como provinciais que foram frequentemente celebrados pela Igreja desde o século II.
Este costume da celebração dos concílios particulares continuou ao longo da história de toda Idade Média. Depois do Concílio de Trento (1545-1563), porém, tal celebração regular foi-se tornando sempre mais rara. Todavia o Código de Direito Canônico, de 1917, com a intenção de dar novamente vigor à veneranda Instituição, apresentam também disposição para celebração dos concílios particulares. O cânon 281, do citado Código, referia-se ao concílio em plenário,estabelecendo que pudesse celebrar com autorização do SumoPontíficem, ou seja, do Papa, que designava um delegado para convocá-lo e presidi-lo.
No mesmo código previa-se a celebração dos concílios provinciais e de conferências ou assembléias dos bispos de uma província, para tratar dos problemas das dioceses e preparar o concílio provincial. E no novo Código de Direito Canônico, de 1983, contém igualmente ampla regulamentação sobre os concílios particulares, sejam plenários ou provinciais.
No século passado, em consonância com a tradição dos concílios particulares, nasceram em diversos países, por razões históricas, culturais e sociológicas e por objetivos pastorais específicos as Conferências dos Bispos, (como a CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e a Conferência dos Bispos Latino Americanos). Tendo a finalidade de enfrentar várias questões eclesiais de interesse comum e encontar as soluções mais oportunas para as mesmas. Ao contrário dos concílios, essas conferências tiveram um caráter estável e premanente.
O Concílio Vaticano II, no Decreto “Christus Dominus”, trata expressivamente das Conferências dos Bispos, pondo em relevo o fato de estarem já constituídas em muitas nações e estabelecendo normas particulares para as mesmas. O Concílio reconheceu a oportunidade e a fecundidade de tais organismos, considerando muito convivente que, em todo mundo os bispos da mesma nação, reuniam-se em assembleias periodicamente, para que, da comunicação de pareceres e experiências e trocas de opiniões, resulte uma santa colaboração de esforços para o bem comum de toda Igreja.
“Não podemos, caríssimos, de modo algum, duvidar que toda a observância cristã procede de instruções divinas e de que tudo o que a Igreja recebeu como costume de devoção provém da tradição apostólica e do ensinamento do Espírito Santo”.
Eu não poderia iniciar esta matéria sem o auxílio da voz sábia da Igreja, de São Leão Magno, Papa e Doutor da Igreja.
É pela graça de Deus que temos a Igreja Católica, desde Pedro até os dias de hoje, guardiões da fé e administradores dos sacramentos. Se não fosse pelos Apóstolos e a sua sucessão, hoje, caro leitor, você não receberia a Sagrada Eucaristia e os demais sacramentos.
Nossa amada Igreja foi constituída do Coração de Jesus na Cruz e assentada na fé dos Apóstolos. Veja o que fala Paulo sobre a Igreja:
“Edificados sobre o fundamento dos Apóstolos e profetas, tendo por pedra angular o próprio Jesus Cristo”. (Ef 2, 20)
É uma Igreja sem igual saber que estamos na casa do Pai, sob sua proteção e amor. Simplesmente não há como deixar esta casa!
Cristo escolheu os Apóstolos (Lc 6, 12-16) e o chefe da Igreja (Mt 16, 18-19), entregando à Simão Pedro a autoridade e a confiança na sua administração.
“E eu te declaro: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; e as portas do inferno nunca prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: Tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus”.
Cristo dá uma novo nome a Simão. Isso se chama “onomástico”, ou seja, um nome que traduz a missão do religioso. Neste caso, Cristo demonstra a missão do nosso primeiro Papa: “Eu te declaro: Tu és Pedro”, ou seja, você é a pedra, a rocha, a coluna sobre a qual edificarei a minha Igreja. Meu coração se enche de alegria ao escrever esta matéria, pois Pedro cumpriu sua missão como ninguém. A Igreja permanece inabalável por mais de dois mil anos, pelas mãos de Pedro e de seus sucessores.
Foi Cristo quem deu a autoridade de confirmação da Igreja a Pedro (Lc 22, 32): “Mas eu rogarei por ti, para que a tua confiança não desfaleça e tu por sua vez, confirma os teus irmãos.”
E isso aconteceu pela primeira vez com o diácono Estêvão (Atos, 6). E, desde então, o chefe da Igreja confirma seus novos bispos. Desde o tempo de Pedro e dos outros Apóstolos, não houve interrupção. Pedro ordenou seus bispos e padres (ou presbíteros), que continuaram Ordenando novos bispos e padres, até os dias de hoje , numa linha contínua de amor, confiança e sobretudo, estável.
“Eu te declaro: Tu és Pedro, (=rocha, pedra), e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja.” (Mt. 16, 18)
Esta frase de Nosso Senhor Jesus Cristo enfatiza a criação de sua Igreja e, literalmente, (não só da Igreja espiritual que somos nós), mas, da Igreja prédio, edifício, construída de argamassa, pedra, areia, etc.
Naquela época, o regime Romano condenava à morte, pela crucificação, alguns presos, tanto que foram crucificados dois ladrões ao lado de Cristo. São pedro foi martirizado em Roma, recebendo por condenação, a crucificação, tendo como último pedido, que fosse crucificado de cabeça para baixo, por não se achar digno de morrer como Jesus Cristo.
Foram realizadas algumas escavações arqueológicas em Roma, sendo localizado um túmulo sob a Basílica Vaticana, com inscrições a carvão (graffiti), com honrosas a São Pedro. Vejam, amados leitores (deste amigos deste blog), a Igreja de Cristo, fora de fato, edificada sobre a Rocha (Pedro).
Roma foi o Império mais poderoso durante décadas. Em 330 d.C. , o filho de Santa Helena, o Imperador Romano Constantino, se converteu ao cristianismo e proibiu a perseguição aos cristãos através do “Edito de Milão”. Não bastasse isso, o Imperador Constantino transferiu a capital do Império para Bizâncio (hoje Istambul, na Turquia). Roma ficou sendo administrada por um conselho ligado ao Imperador. Entretanto, a cada dia que passava, o Império ia perdendo o interesse por Roma, no Ocidente. e em 391 d.C o Imperador Teodósio reconheceu a Igreja Católica Apostólica Romana como religião oficial do Império Romano e os cultos pagãos foram proibidos.
A palavra Papa (ou “Pai de Todos”), foi dada ao bispo de Roma sucessor de Pedro na reestruturação da Igreja. Antes os bispos eram chamados de Patriarcas quando a Igreja ainda tinha sua sede em Constantinopla (hoje Istambul, na Turquia); por razões internas as duas igrejas se “separaram” não espiritualmente mas, em razões doutrinárias, como o uso das imagens por exemplo. A Igreja de Roma aprovava o uso das imagens e a Ortodoxa não as aprovava. Houve uma divisão de idéias que ficou conhecido como “Cisma do Oriente”.
E a Igreja Católica de Constantinopla foi chamada de Igreja Católica Ortodoxa Grega. Mas as duas fazem parte da Igreja Unirvesal e portanto é a mesma Igreja Católica tanto Romana (no Ocidente) quanto Ortodoxa (no Oriente). O papa, assim como os Patriarcas são sucessores dos Apóstolos. Diferente do que aconteceu na Reforma protestante no séc. XVI. As “Igrejas” Católica e Ortodoxa não se separaram, elas apenas tiveram um pequeno afastamento que depois foi superado com a visita dos Papas sobretudo João Paulo II e Francisco, atualmente, reunindo-as em um só corpo a IGREJA CATÓLICA oriental e ocidental, como de fato elas são uma só em Cristo. As tradições e a liturgia do Oriente e do Ocidente foram conservadas e a mesma fé. O que não conteceu com os protestantes após a reforma de 1517 que se separaram da verdadeira Igreja. Não conservaram a união com o Corpo de Cristo rejeitando a Doutrina Católica e a Tradição da Igreja trocando-a pelo fundamentalismo religioso onde a Bíblia única sua fonte de fé. Revoltaram-se contra o papa e contra as leis e a doutrina da Igreja. (Texto de Elmando Toledo)
Continuando a reflexão de Ir. Leonardo …
A figura do bispo de Roma crescia cada vez mais, tendo feitos inimagináveis, como o do Sa
É recomendável fazer uma leitura prévia do evangelho de Lucas e do Livro dos Atos dos Apóstolos para que você entenda esse conteúdo. O ESPÍRITO SANTO AGINDO E CONDUZINDO A IGREJA DE CRISTO.
HISTÓRICO DOS ATOS DOS APÓSTOLOS
Os Atos dos Apóstolos (pré-AO 1990: Actos dos Apóstolos) (em grego: Πράξεις των Αποστόλων; transl.: ton praxeis apostolon; em latim: Acta Apostolorum) é oquinto livro do Novo Testamento. Geralmente conhecida apenas como Atos, ele descreve a história da Era Apostólica a ação dos apóstolos e dos primeiros cristãos.
O autor é tradicionalmente identificado como Lucas, o Evangelista.
O Evangelho de Lucas e o livro de Atos formavam apenas dois volumes de uma mesma obra, o qual daríamos hoje o nome de História das Origens Cristãs1 . Lucas provàvelmente não atribuiu a este segundo livro um título próprio. Sòmente quando seu evangelho foi separado dessa segunda parte do livro e colocado junto com os outros três evangelhos é que houve a necessidade de dar um título ao segundo volume2 . Isso se deu muito cedo, por volta de 150 d.C. Tanto em sua intenção quanto em sua forma literária, este escrito não é diferente dos quatro evangelhos3 .
Escritores dos séculos II e III fizeram várias sugestões para nomear essa obra, como O memorando de Lucas (Tertuliano) e Os atos de todos os apóstolos (Cânon Muratori). O nome que finalmente iria consagrar-se aparece pela primeira vez no prólogo antimarcionita de Lucas (final do século II). A palavra Atos denotava um gênero ou subgênero reconhecido, caracterizado por livros que descreviam os grandes feitos de um povo ou de uma cidade. O título segue um costume da literatura helenística, que conhecia os Actos de Anibal, os Actos de Alexandre, entre outros.
O objetivo desse livro é mostrar a acção do Espírito Santo na primeira comunidade cristã e, por ela, no mundo em redor. O conteúdo do livro não corresponde ao seu título, porque não se fala de todos os apóstolos, mas sòmente de Pedro e de Paulo. João e Filipe aparecem apenas como figurantes. Entretanto, não são os actos desses apóstolos que achamos no livro, mas antes a história da difusão do Evangelho, de Jerusalém até Roma, pela acção do Espírito Santo3 .
Enquanto a identidade exata do autor é debatida, o consenso é que este trabalho foi composto por um gentio de fala grega que escreveu para uma audiência de cristãos gentios. Os Pais da Igreja afirmaram que Lucas era médico, sírio de Antioquia e um adepto do Apóstolo Paulo. Os estudiosos concordam que o autor do Evangelho de Lucas é o mesmo que escreveu o livro de Actos dos Apóstolos. A tradição diz que os dois livros foram escritos por Lucas companheiro de Paulo (nomeado em Colossenses 4:14 ).
Essa visão tradicional da autoria de Lucas é “amplamente aceita, visto que a autoria Lucana é quem mais satisfatoriamente explica todos os dados” . A lista de estudiosos que mantém a autoria de Lucas é longa e representa a opinião teológica maioritária. No entanto, não há consenso. De acordo com Raymond E. Brown, a opinião corrente sobre a autoria de Lucas é ‘dividida’.
De acordo com os especialistas, os livros de Lucas e Actos faziam parte da mesma obra.
O título Actos dos Apóstolos (grego Πράξεις ἀποστόλων praxeis Apostolon) não fazia parte do texto original. Foi usado pela primeira vez por Ireneu no final do século II.
Alguns têm sugerido que o título de Actos deve ser interpretado como Os Actos dos Espírito Santo ou ainda Os Actos de Jesus, uma vez que Actos 1:1 dá a impressão de que esses actos foram definidos como algo que Jesus continuou a fazer e ensinar, sendo Ele mesmo o principal personagem do livro.
O Evangelho de Lucas e o livro de Atos formavam apenas dois volumes de uma mesma obra, o qual daríamos hoje o nome de História das Origens Cristãs.
Lucas provavelmente não atribuiu a este segundo livro um título próprio. Sòmente quando seu evangelho foi separado dessa segunda parte do livro e colocado junto com os outros três evangelhos é que houve a necessidade de dar um título ao segundo volume. Isso se deu muito cedo, por volta de 150 d.C. Tanto em sua intenção quanto em sua forma literária, este escrito não é diferente dos quatro evangelhos.
A palavra Atos denotava um gênero reconhecido no mundo antigo, que era característico dos livros que descreviam os grandes feitos de pessoas ou de cidades. Existem vários livros apócrifos do Novo Testamento, incluindo dos Actos de Tomé até os Actos de André, Atos de João e Atos de Paulo.
Inicialmente, o Evangelho segundo Lucas e o livro de Actos dos Apóstolos formaram uma única obra; Foi só quando os evangelhos começaram a ser compilados em conjunto que o trabalho inicial foi dividida em dois volumes com os títulos acima mencionados.
Os estudiosos modernos atribuem uma ampla gama de gêneros para os Atos dos Apóstolos, incluindo a biografia, romance e história. Entretanto, a maioria interpretam o gênero do livro de histórias épicas dos primeiros milagres cristãos, da história da igreja primitiva e das conversões.
lguns estudiosos acreditam que o nós das passagens encontradas no livro de Atos são exatamente algumas citações dessas fontes que anteriormente acompanharam Paulo em suas viagens.
Acredita-se que o autor de Atos não teve acesso a colecção de cartas de São Paulo. Uma parte das evidências sugerem que, apesar do livro citar o autor acompanhando São Paulo em boa parte de suas viagens, Atos nunca cita diretamente nenhuma das Epístolas paulinas, nem menciona que São Paulo escrevia cartas. As discrepâncias entre as epístolas paulinas e Actos apoia ainda a conclusão de que o autor de Actos não tem acesso a essas epístolas ao redigir seu livro.
Entretanto, a melhor explicação para o uso do pronome nós a partir de Atos 16 é que o próprio São Lucas esteve com São Paulo nessas ocasiões. A sua lembrança como testemunha ocular, juntamente com o contacto pessoal bastante próximo com o apóstolo São Paulo, explica melhor o material de Actos 16-28.
Outras teorias sobre as fontes de Atos são ainda mais controversas. Alguns historiadores acreditam que os o livro toma emprestado fraseologia e elementos do enredo de As Bacantes e de Eurípedes. Alguns acham que o texto de Atos mostra evidências de ter usado o historiador judeu Flávio Josefo como fonte, mas essas duas evidências anteriores já se mostraram serem praticamente impossíveis.
LOCAL DE COMPOSIÇÃO
O lugar de composição e os leitores que São Lucas tinha em mente ao escrever seu livro ainda é incerto. A tradição liga Lucas com Antioquia. Existe uma pequena evidência interna que faz essa ligação. Outra possível localidade da composição desse livro é Roma, uma vez que a história de Actos termina ali.
Existe ainda outros estudioso que crêem que o livro foi escrito em Éfeso, visto que São Lucas demonstra considerável interesse por essa cidade. Observe as alusões feitas no livro de Atos a Escola de Tirano (Atos 19:9) e a Alexandre (Actos 19:33), além da detalhada topografia de Atos 20:13-15. Qualquer dos assuntos dessa região, incluindo o futuro da igreja em Éfeso (Atos 20:28-30), são tratados como se fossem de especial interesse de Teófilo e seu círculo. Existe também uma antiga tradição que afirma que São Lucas morreu perto na Bitínia. Por fim, foi nessa região que surgiram algumas controvérsias e alguns protestos públicos contra ele (por exemplo, Atos 19:23-41). Sendo assim, o trabalho de São Lucas seria uma tentativa de fazer uma apologia da Igreja Primitiva contra as acusações da Sinagoga que pretendia influências a política romana. É bom lembrar que o judaísmo tinha muita força na Ásia.
Precisão histórica
A questão da autoria está amplamente ligado ao valor histórico do conteúdo. A maioria dos estudiosos acreditam que o livro de Atos é historicamente exacto e válido segundo a arqueologia, enquanto os críticos acham o trabalho muito impreciso, especialmente quando comparado com as epístolas de São Paulo.
A questão-chave da controversa da historicidade do livro é a descrição que Lucas faz de Paulo. De acordo com o ponto de vista da maioria, Atos descreve São Paulo diferente de como ele descreve a si mesmo em suas epístolas, tanto historicamente quanto teologicamente. Atos difere das cartas de São Paulo sobre questões importantes, tais como a Lei, o apostolado de São Paulo, bem como sua relação com a Igreja de Jerusalém.
Os estudiosos geralmente preferem os relato de São Paulo. No entanto, alguns historiadores e estudiosos proeminentes, representando a visão tradicional, veem o livro de Atos como sendo bastante precisos e corroborados pela arqueologia, além de afirmar que a distância entre São Paulo das epístolas e o São Paulo do livro de Actos é exagerada pelos estudiosos.
DATA DA REDAÇÃO
O cerco e destruição de Jerusalém, por David Roberts (1850). Para os especialistas, a não menção da rebelião judaica e da destruição da cidade ocorrida em 70 d.C. aponta para uma data anterior ao episódio
A atmosfera cultural e política descrita no livro de Atos sugere que o livro tenha sido escrito no século I.
Entretanto, as datas propostas para o livro vão de 62 d.C., ano em que ocorre o último acontecimento narrado no livro Atos 28:30, até meados do século II, quando ocorre a primeira referência explícita ao livro de Atos16 .
Anterior a 70 d.C.
Donald Carson, Douglas Moo e Leon Morris datam o livro em 62 d.C.17 . Os três especialistas observam que a ausência de qualquer menção à destruição de Jerusalém seria pouco provável se o livro tivesse sido escrito depois de 70 d.C.. Leon Morris sugeriu que a não menção da morte de Paulo, personagem central do livro, aponta para uma data antes de sua morte, em 64 d.C..
Além disso, não há referência no livro de Atos da morte de Tiago (62 d.C.) e de Pedro (67 d.C.). Howard Marshall observa que Lucas parece não ter lido as cartas de São Paulo18 . Isso torna ainda mais improvável uma data avançada para o livro de Atos, uma vez que as cartas de São Paulo circulavam nas igrejas. Outros argumentos que apontam para essa data recente são: (1) a descrição que São Lucas faz do judaísmo como uma religião autorizada, uma situação que teria mudado abruptamente com a erupção da rebelião judaica contra Roma em 66 dC; (2) o facto de São Lucas omitir qualquer referência à perseguição promovida por Nero, a qual, caso tivesse acontecido enquanto São Lucas escrevia certamente teria afectado de alguma maneira a sua narrativa; (3) os detalhes vívidos da narrativa do naufrágio e da viagem (Atos 27:1 – 27), o que sugere uma experiência bem recente. Outro ponto é que Lucas nota o cumprimento da profecia de Ágabo (Atos 11:28).
Se estivesse escrevendo depois de 70 d.C., seria lógico esperar que mencionasse em algum lugar o cumprimento da profecia de Jesus de que a cidade seria destruída (Atos 21:20
Entre 80 e 95 d.C.
Atualmente, a maioria dos estudiosos acredita que os Atos dos Apóstolos foi escrito nos anos 80 d.C. ou um pouco depois.
Um pequeno indicador sobre a possível datação do livro pode estar em Atos 6:9, que menciona a província de Cilícia.
Essa Província romana tinha sido perdida em 27 d.C. e foi restabelecida pelo Imperador Vespasiano apenas em 72 d.C.21 , o que dataria a obra depois dessa data.
Entretanto, uma vez que São Paulo era da Cilícia e refere-se a si mesmo utilizando esse nome (veja Atos 21:39 e Atos 22:3), parece natural que o nome da província teria continuado a ser usado entre os seus moradores, apesar do hiato na nomenclatura oficial romana.
Outro argumento para essa datação é o pressuposto de que Atos foi escrito depois do Evangelho de São Lucas. Esses estudiosos costumam datar essa obra depois do ano 70 d.C. baseados em duas suposições: São Lucas foi escrito depois da queda de Jerusalém pelos romanos; a outra é que o Evangelho de Marcos, que Lucas provavelmente empregou, deve ser datado em meados dos fins do anos 60 d.C.. Isso colocaria o livro de Atos em meados de 75 d.C.22 .
Uma data no século II
Hoje em dia poucos eruditos acreditam que Atos é uma obra do século II. Mas o estudiosos que defendem essa hipótese apontam os vários paralelos existentes entre o livro de Atos e as duas mais importantes obras de Flávio Josefo: A Guerra dos Judeus (75–80 d.C.) e Antiguidades Judaicas (94 d.C.).
Alguns eruditos argumentam que Lucas utilizou material das duas obras de Josefo, ao invés do contrário, o que indicaria que Atos foi escrito por volta do ano 100 d.C. ou um pouco mais tarde25 26.
Três pontos de contato principais com as obras de Flávio são citados: (1) As circunstâncias que rodearam a morte de Agripa I em 44 d.C.. Aqui Atos 12:21-23 é em grande parte paralela à Antiguidades Judaicas 19.8.2; (2) O tribuno romano confunde Paulo com o falso profeta egípcio que iniciou um revolta no Monte das Oliveiras Atos 21:38. Josefo cita essa revolta em A Guerra dos Judeus 2.13.5 e em Antiguidades 20.8.6; (3) As revoltas de Teudas e Judas, o galileu são citados por ambos os autores (Atos 5:36 e Antiguidades 20.5.1).
De acordo com John Townsend, não é antes das últimas décadas do século II que se encontra vestígios indiscutíveis do trabalho [livro de Atos]. Townsend, voltando-se para as fontes por trás dos escritos de pseudo-Clemente, argumenta que a data para a composição final da obra está na metade do século II.
Entretanto, de acordo com Richard Pervo, o ensaio [de Townsend] é prudente mas metodologicamente aventureiro e em última análise é lição valiosa do perigo de se estabelecer a data de Atos ou de qualquer trabalho, alegando para o mais cedo possível de origem.
Os argumentos mais fortes que ajudaram a minar esse ponto de vista foram os vestígios que Donald Guthrie encontrou do livro Atos na Epístola de Policarpo aos Filipenses (110 d.C.) e em uma epístola de Inácio (117 d.C.)29 . De acordo com Guthrie, Atos provavelmente era bastante conhecido em Antioquia e Esmirna por volta de 115 d.C., e em Roma, perto de 96 d.C.30 .
PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS
O Livro de Atos inicia-se com a ascensão de Jesus, o qual determinou aos seus discípulos que permanecessem em Jerusalém até que fossem revestidos com por uma unção celestial que é descrita nos factos ocorridos durante o dia de Pentecostes.
A escolha do discípulo Matias que foi precedida do suicídio de Judas, nos versículos de 1:16 -20 São Pedro fala sobre o campo (Aceldama) que ele adquiriu com as 30 moedas de prata.
Os capítulos seguintes relatam os primeiros momentos da igreja primitiva na Palestina sob a liderança de Pedro, as primeiras conversões de judeus e depois dos gentios, o violento martírio de Estêvão por apedrejamento, a conversão do perseguidor Saulo de Tarso (Paulo) que se torna a partir de então um apóstolo, mencionando depois as missões deste pelas regiões orientais do mundo romano, mais precisamente pela Ásia Menor, Grécia e Macedônia, culminando com a sua prisão e julgamento quando retorna para Jerusalém e, finalmente, fala sobre sua viagem para Roma.
Pode-se dizer que do começo até o verso 25 do capítulo 12, o Livro de Atos dá um enfoque maior ao ministério de São Pedro, em que, depois da ressurreição de Jesus Cristo e do Pentecostes, o apóstolo pregou corajosamente e realizou muitos milagres, relatando, em síntese, o estabelecimento e a expansão da Igreja pelas regiões da Judeia e de Samaria, seguindo para alguns países da Ásia Menor.
Já a outra metade da obra centraliza-se mais no ministério de São Paulo (do capítulo 13 ao final) e poderia ser subdividido em seis partes:
A primeira viagem missionária liderada por São Paulo e Barnabé;
O Concílio de Jerusalém;
A segunda viagem missionária de São Paulo em que o Evangelho é levado à Europa;
A terceira viagem missionária;
O julgamento de São Paulo;
A viagem de São Paulo a Roma.
Importante destacar que no livro de Actos é narrada a rejeição contínua do Evangelho pela maioria dos judeus, o que levou à proclamação das Boas Novas aos povos gentios, principalmente por São Paulo.
ESTABELECIMENTO DA IGREJA
Narra o livro de Actos que, antes de subir aos Céus, Jesus determinou aos seus discípulos que permanecessem em Jerusalém até que recebessem o poder do alto através do Espírito Santo e que a partir de então eles se tornariam suas testemunhas até os confins da terra.
Enquanto aguardavam o cumprimento da promessa, foi escolhido o nome de São Matias em substituição a Judas Iscariotes que se tinha suicidado. Com a descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes, ocorre uma experiência sobrenatural em que os judeus de outras nacionalidades que estavam presentes na festa ouviram os discípulos falando em seus próprios idiomas, o que chamou a atenção de uma multidão de pessoas para o local onde estavam reunidos.
Corajosamente, São Pedro inicia um discurso explicando o motivo do acontecimento em que três mil pessoas são convertidas para o Cristianismo que foram baptizados, passando a congregar levando uma vida de comunitária de muita oração onde se presenciavam prodígios e milagres feitos pelos apóstolos.
De acordo com os versos 42 a 44 do capítulo 2, os cristãos primitivos tinham todos os seus bens em comum, o que parece ter-se mantido por anos na igreja de Jerusalém. Já os versos 32 a 37 do capítulo 4 informam que “ninguém considerava exclusivamente sua nenhuma das coisas que possuía” e que os que eram donos de propriedades vendiam suas terras ou casas e depositavam o valor da venda perante os apóstolos para que houvesse distribuição entre os que tinham necessidades materiais.
Um milagre importante, a cura de um homem coxo de nascença que pedia esmola na porta do Templo, é relatado logo no capítulo 3 do livro, o que provoca a prisão de São Pedro e do Apóstolo João que são trazidos perante o Sinédrio. Repreendidos pelas autoridades judaicas para que não pregassem mais no nome de Jesus, os dois apóstolos, os quais responderam que estavam praticando a vontade de Deus e não dos homens.
Novas prisões dos apóstolos ocorrem no livro de Atos, pois o crescimento da Igreja incomodava o sumo sacerdote e a seita dos saduceus, conforme é narrado nos versos de 17 a 42 do capítulo 5 da obra. Porém, com o parecer dado pelo rabino Gamaliel, o Sinédrio resolve libertar São Pedro e os demais, depois de castigá-los com açoites.
Com o crescimento do número de discípulos, é instituído o cargo de diácono para ajudar nas atividades da Igreja, entre os quais estavam Estêvão e Filipe, o Evangelista que muito se destacaram em seus ministérios. Porém, Estêvão é preso, conduzido ao Sinédrio e condenado à morte.
As primeiras perseguições e a expansão da fé cristã
Após o apedrejamento de Estêvão, Saulo de Tarso empreende uma grande perseguição à Igreja em Jerusalém, o que dispersou vários discípulos pelas regiões da Judeia e Samaria, chegando também o Evangelho à Fenícia, Chipre e Antioquia.
Algumas obras de Filipe, o Evangelista, são narradas em Atos, entre as quais a sua passagem por Samaria e a conversão de um eunuco etíope na rota comercial de Gaza.
Saulo de Tarso ao tentar empreender novas perseguições, converte-se quando viajava para Damasco e tem uma visão de Jesus, ficando cego por três dias, até ser curado quando se encontra com Ananias.
Depois destes acontecimentos, a Igreja passa por um período de paz. Dois milagres de destaque narrados nesse momento da obra de São Lucas são a cura do paralítico Eneias, em Lida, e a ressurreição de Dorcas, na cidade de Jope.
Vimos em Dorcas um exemplo de alguém que se doou para que a Igreja nascente tivesse razão social de ser, além de razão espiritual convincente. Se a Igreja manifestava Jesus Cristo como aquele capaz de conduzir o homem a Deus pelo seu grande amor e doação pelos seres humanos, Deus usava seres humanos como Dorcas para manifestar o seu grande amor aos demais seres humanos numa dimensão horizontal.
Foi assim que, morrendo Dorcas, a Tabita querida, Deus pode e quis ressuscitá-la pelo seu grande poder e amor diante do clamor dos que foram por ela favorecidos – toda a comunidade jopeana.
O Evangelho chega aos gentios
Narra o capítulo 10 de Atos que Simão Pedro, encontrando-se em Jope, recebe uma visão em que Deus lhe ordena alimentar-se de vários animais considerados imundos ou impróprios para o consumo (v.11), conforme a lei mosaica. Pedro entende então o real significado. A visão não o estava pedindo ou mudando a lei no que se refere a carne de animais imundos, mas que Deus estava o orientando para não fazer discriminação, pois o evangelho deveria ser pregado a todos independente da origem, judeus ou gentios (v.28). Entendendo isso, Pedro prega o Evangelho na casa de um centurião romano de Cesareia chamado Cornélio, o qual se converte juntamente com todos os que ouviram o discurso do apóstolo, sendo depois batizados.
lguns estudiosos acreditam que o nós das passagens encontradas no livro de Atos são exatamente algumas citações dessas fontes que anteriormente acompanharam Paulo em suas viagens.
Acredita-se que o autor de Atos não teve acesso a colecção de cartas de São Paulo. Uma parte das evidências sugerem que, apesar do livro citar o autor acompanhando São Paulo em boa parte de suas viagens, Atos nunca cita diretamente nenhuma das Epístolas paulinas, nem menciona que São Paulo escrevia cartas. As discrepâncias entre as epístolas paulinas e Atos apoia ainda a conclusão de que o autor de Actos não tem acesso a essas epístolas ao redigir seu livro.
Entretanto, a melhor explicação para o uso do pronome nós a partir de Atos 16 é que o próprio São Lucas esteve com São Paulo nessas ocasiões. A sua lembrança como testemunha ocular, juntamente com o contacto pessoal bastante próximo com o apóstolo São Paulo, explica melhor o material de Actos 16-28.
Outras teorias sobre as fontes de Atos são ainda mais controversas. Alguns historiadores acreditam que os o livro toma emprestado fraseologia e elementos do enredo de As Bacantes e de Eurípedes. Alguns acham que o texto de Actos mostra evidências de ter usado o historiador judeu Flávio Josefo como fonte, mas essas duas evidências anteriores já se mostraram serem pràticamente impossíveis.
Local de composição
O lugar de composição e os leitores que São Lucas tinha em mente ao escrever seu livro ainda é incerto. A tradição liga Lucas com Antioquia. Existe uma pequena evidência interna que faz essa ligação. Outra possível localidade da composição desse livro é Roma, uma vez que a história de Atos termina ali.
Existe ainda outros estudiosos que creem que o livro foi escrito em Éfeso, visto que São Lucas demonstra considerável interesse por essa cidade. Observe as alusões feitas no livro de Atos a Escola de Tirano (Atos 19:9) e a Alexandre (Atos 19:33), além da detalhada topografia de Atos 20:13-15. Qualquer dos assuntos dessa região, incluindo o futuro da igreja em Éfeso (Atos 20:28-30), são tratados como se fossem de especial interesse de Teófilo e seu círculo. Existe também uma antiga tradição que afirma que São Lucas morreu perto na Bitínia. Por fim, foi nessa região que surgiram algumas controvérsias e alguns protestos públicos contra ele (por exemplo, Atos 19:23-41). Sendo assim, o trabalho de São Lucas seria uma tentativa de fazer uma apologia da Igreja Primitiva contra as acusações da Sinagoga que pretendia influências a política romana. É bom lembrar que o judaísmo tinha muita força na Ásia11
Por este motivo, Pedro é questionado pelos outros apóstolos e cristãos da Judeia que se convencem.
Sem ele seria difícil achar uma referência histórica de como começou a Igreja. Também é o LIVRO que mostra a Ação do Espírito Santo na vida e no início da Igreja por isso ele é nossa identidade cristã primitiva e sua ideologia permanece até hoje, por isso é tao importante e indispensável. Pois, toda ação da Igreja recorre aos Atos dos Apóstolos. Todo bom evangelizador, todo catequista, religiosos, enfim, toda Igreja, deve estudar e se espelhar nele. Assim a identidade e a essência cristã não pode se perder.
É um livro interessante, agradável de ler e de fácil compreensão. Mas serve também para mostrar ação do Espírito Santo sobre a Igreja e como agiam as primeiras comunidades cristãs. Mostra-nos que Jesus Ressuscitado caminha com a sua Igreja.
Lucas encerra o segundo Capítulo dos Atos dos Apóstolos com a seguinte informação:
“E o Senhor cada dia lhes ajuntava outros, que estavam à caminho da salvação”. (At2,47b)
Qual era o segredo dessa Igreja, que, todos os dias recebiam de Deus novas pessoas destinadas à salvação?
Não havia segredos ou fórmulas mágicas. O combustível que movia a Igreja primitiva era a obediência às leis de Cristo, e, ao mesmo tempo, a força do Espírito Santo que lhes era presente. Possuíam um grande ardor missionário, mesmo em meio às perseguições não desistiam, não desviam seu rumo.
Para que serve uma Igreja cristã, que não segue as leis de seu criador ou ainda não têm espírito missionário?
A Igreja missionária de Atos tinha um perfil bem definido. Veja as características dessa Igreja em At2, 42-47.
- “E perseveravam na doutrina dos Apóstolos”; sabe qual é a grande pedra no sapato da Igreja Católica hoje? – são pessoas que embora tenham sido batizadas, não aceitam as leis de Cristo e a doutrina da Igreja, querendo seguir uma lei paralela, ou dar um jeitinho para manipular o Evangelho e a doutrina da Igreja a seu favor.
- Achando que a Igreja possa compactuar com os erros e as aberrações que esses que se dizem “católicos” praticam. Nesse meio estão, padres, leigos, bispos e religiosos. A Bíblia de Jerusalém, que traz uma tradução mais profunda dos escritos naturais diz que: “Eles se mostravam assíduos aos ensinamentos dos Apóstolos”. Ou seja, tudo que os Apóstolos ensinavam era imediatamente colocado em prática. É bom lembrar que, esses ensinamentos não caíram em desuso, tudo que a Igreja faz e ensina está dentro das normas e ensinamentos dos Apóstolos. Havia naquelas primeiras comunidades a dedicação ao ensino da Palavra, pois sabiam que só poderiam evangelizar se tivessem o que transmitir; muitos pensam que o ensino, a teologia, o seminário, os estudos bíblicos, … é pura perda de tempo diante da urgência do trabalho missionário, mas… nenhuma Igreja verdadeiramente missionária descuida do exame das Escrituras. De que adianta evangelizar com idéias confusas ou mesmo distorcendo o foco do Evangelho e distorções bíblicas e heresias? – Hoje o que mais se vê são pessoas que agem dissimuladamente usando a Palavra de Deus para dominar as pessoas em proveito próprio. Ensinando muitas vezes um Deus que está a nossa mercê, fácil de se manipular, um Deus curandeiro, um milagreiro, antes de se preocupar com a própria salvação e a de seu povo. Tudo isso é falta deexperiência cristã e ignorância evangélica, e o mais grave, usam a consciência do povo, provocando nelas medos e explorando economicamente os fiéis. Quantas seitas agem assim… UM CASO: assisti um certo pastor, de uma determinada seita evangélica, em um canal de TV; ele disse que não precisava estudar a Bíblia para pregar o Evangelho… Teceu várias acusações até com as suas denominações co-irmãs e contra a Igreja Católica porque os outros pastores, os padres e os bispos estudam teologia para pregar o evangelho. Com a desculpa de que os Apóstolos eram homens simples e não estudaram a Bíblia (quem pode provar isso já que todo judeu devia conhecer a Lei de Deus?). Veja que o tal “pastor” disse uma grande besteira; Primeiro, porque, naquele tempo não existia o conjunto dos 73 escritos sagrados, bem certinho como temos hoje que é a Bíblia. Havia sim, o TORAH, os Salmos e as leis dos profetas, que todos os judeus deviam seguir e aprendiam a segui-las, sabendo ler ou não, porque havia uma Transmissão Verbal (escrita), e a Transmissão Oral, (passada de pai para filho durante as gerações), das Leis de Deus. Tradição Oral que a única Igreja fundada por Jesus, a Igreja Católica Apostólica Romana conserva e que os “crentes” dizem não existir. Os Apóstolos estiveram com Jesus, viveram o Evangelho ao vivo e por isso, aprenderam de Jesus e se preocuparam em escrever os Evangelhos para nos deixar esse testemunho. Mateus, Marcos e João foram Apóstolos de Cristo; e Lucas, secretário e discípulo de Paulo, também procurou escrever fielmente o seu Evangelho. Mas com o passar dos séculos surgiu a necessidade de se estudar os Evangelhos e com a necessidade de facilitar o compreendimento das Escrituras, também entendendo que Jesus cumpria toda a Escritura, foi reunida em um só livro as duas partes dos escritos chamados de Antigo Testamento (antes de Jesus), Novo Testamento (depois de Jesus) o que chamamos hoje de Bíblia (ou Conjunto de Livros Sagrados). Até mesmo São Paulo teve que estudar a respeito de Jesus porque ele não era Apóstolo de Jesus, era um fariseu, muito culto nas leis do Templo, estudioso, era um helênico, falava grego, latim e haramáico; línguas dominantes da época. Além de possuir cidadania dupla: romana e judia. Por isso vemos claramente como são bem escritas as suas cartas. Em Atos diz claramente que Paulo foi ter-se com Pedro a fim de aprender tudo sobre Jesus. Na Igreja, quando há necessidade de se discutir um assunto quanto à doutrina e à fé se formam os Concílios; que são grupos dos bispos, (sucessores dos Apóstolos) e esses definem o que é certo ou não. O primeiro Concílio aconteceu em Jerusalém e contava com a presença de Pedro e Paulo. Então esse “pastor” está completamente enganado.
- “Perseveraram na comunhão”… – isto é,a comunhão é essencial para a Igreja evangelizadora. A palavra grega KOINONIA, significa comunhão, compartilhamento, uniformidade. Por isso a Igreja deve ser única e não várias. Por isso é Católica, isto é deve ser uma só ligadas em um único batismo e um único fundador, Jesus Cristo. Nenhum homem pode criar uma Igreja em nome de Deus, só Jesus teve autoridade para fazer isso; há um só senhor e um só batismo; fora da Igreja as demais, ainda que sejam sérias e bem intencionadas, são seitas cristãs. A Igreja precisa do companheirismo. Esta comunhão faz da Igreja forte e suficiente para sustentar uma obra evangelizadora. Uma Igreja sem comum acordo será marcada por intrigas, discussões, confusões; e a preocupação pela salvação fica em segundo plano. Hoje em dia está na moda o “Jesus milagreiro” que muitas seitas espalham por aí, e se esquecem que Jesus deve ser O Jesus Salvador das almas dos pecadores, foi para isso que ele veio. A comunhão não é somente a união entre os cristãos, mas a união com Cristo com seu Corpo Místico conforme nos ensina São Paulo, (membros em comunhão). João escreveu: “O que vimos, (a vida manifesta), e ouvimos e anunciamos para que tenhais comunhão conosco. E nossa comunhão é com o pai e seu filho Jesus Cristo”. (1Jo1,3) “Segundo os primitivos cristãos, a verdadeira comunhão com Deus Pai, a comunhão vertical só seria possível mediante a comunhão entre os irmãos da mesma comunidade de Fé”.
- “E perseveraram no partir o pão”… – A comunhão era manifestada por meio da celebração da Ceia do Senhor, isto é da Eucaristia, E de festas do Amor, (Ágape); O
partir do pão significava, na cultura hebraica, companheirismo e consideração, era um laço de intimidade. Ser convidado para a mesa da família significava que agora essa pessoa fazia parte da família. E neste espírito é que a Igreja primitiva celebrava a Eucaristia e suas festas não para satisfazer o egoísmo e a glutonaria, como em Corinto; (1Cor11, 17-34), mas mostrar uma simplicidade e alegria mediante a divisão da comida. A vida da Igreja deve ser Eucarística, Ela é o grande centro de amor da vida eclesial. Por isso Jesus quis ficar conosco n’Ela, estar presente, entrar em nosso ser para dos dar a força necessária para seguirmos adiante. Igreja sem Eucaristia não é Igreja.
- “E perseveravam nas Orações”… a Oração e a missão são inseparáveis. A Igreja primitiva sempre permanecia firme e humilde, unida em oração diante dos perigos que os cercavam. (At4, 24-31).
- Os discípulos pediam que o Senhor lhes desse ousadia na pregação e confirmasse a mensagem com sinais. E Deus respondeu. A Igreja que se dedica a orar será eficaz, pois falará de Deus, com ajuda de Deus. Falará com Deus primeiro para depois falar de Deus.
- “Em cada alma, em cada cristão havia temor”… – o que é temor? – é o respeito (não medo), para com Deus, as coisas de Deus, suas leis e a Religião. Temor não é medo ou terror, mas implica ter profundo respeito por aquilo que é sagrado. As coisas consagradas a Deus devem ser respeitadas e tratadas com amor.
- Em Jerusalém um grande temor havia tomado conta das pessoas por causa dos prodígios que os Apóstolos faziam em nome de Jesus. Esse fato ajudou na evangelização, pois a Igreja de Jerusalém tinha boa reputação e era respeitada na sociedade. Uma Igreja autêntica sempre causa impacto na sociedade.
- “Muitos prodígios foram feitos pelos Apóstolos em Jerusalém…” – veja bem!, milagre não leva a conversão de ninguém, mas serve para confirmar o Evangelho. Fazer milagre não é peça principal da Igreja, o papel da Igreja é anunciar o Reino de Deus, isto é pregar o Evangelho; mas, mostra que muito mais que restaurar a saúde física, pode salvar a saúde da alma de seus delitos de pecado. O milagre acompanha a caminhada evangelizadora e só servirá se tivermos um propósito maior: fazer com que as pessoas experimentem o amor de Deus e conseqüentemente encontrem o caminho da conversão e da salvação.
- “Todos os fieis tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e dividiam entre os pobres de modo segundo a necessidade de cada um“. – Além desta solidariedade, havia liberdade, pois entregavam os bens em prol da obra. Quando a Igreja é cheia de comunhão e solidariedade, a obra recebe mais recursos para o seu desenvolvimento e para a missão.
- Na Igreja primitiva havia ensino, comunhão, celebração, devoção, reverência e temor de Deus. Havia milagres e solidariedade; havia ainda união, comunhão e simplicidade. Unidos de coração frequentavam todos os dias o Templo. Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração. – …. – Uma Igreja missionária reza em comunidade, valoriza a sua união (comunhão); assume o compromisso com a Comunidade e a obra local. Há no meio desse povo, uma simplicidade e alegria no momento da comunhão e como fruto de comunhão. Com todas essas características, a Igreja realmente louvava a Deus e caía na graça do povo. Deus acrescentava a cada dia novos salvos. Em tudo davam ação de graças. Pois o Senhor que dá o crescimento da Igreja. Como São Paulo disse: “Eu plantei… mas Deus deu o crescimento…” (1Cr 3,6)
Quem foi Lucas? – sabemos que Lucas não conheceu Jesus, conviveu com os Apóstolos, que foi discípulo (ou secretário) de São Paulo. Dotado de grande inteligência, culto, era médico de profissão. Cuidadoso e minuncioso ao registrar os fatos da vida de Jesus e do início da Igreja, portanto, seu evangelho é feito em cima de muitos estudos e informações passadas pelos Apóstolos e outras pessoas de confiança, as quais ele conviveu. Lucas é como se fosse um historiador. Ele procurou de certa forma, dentro dos recursos que tinha, se cercar de todas as certezas e relata de maneira muito peculiar toda vida de Jesus e os principais fatos.
Existem muitos relatos da vida de Jesus e Nossa Senhora que não se encontram de maneira tão detalhada como nos seus escritos. Um exemplo é, quando o anjo visita Maria, esse diálogo entre Maria e o Anjo não se encontra em nenhum dos outros evangelhos. Os detalhes completos do nascimento de Jesus, etc. Sua origem é grega, como disse companheiro de Paulo nas missões, escreveu os atos dos Apóstolos por volta do ano 68 d.C; Seu evvangelho, porém é anterior a este livro. Embora não fosse testemunha ocular, isto é, não conhecesse Jesus pessoalmente, o crédito de seus escritos está quando, Lucas cerca de todos os cuidados e detalhes para transmitir sua palavra. Certamente buscou saber muito possível junto aos Apóstolos e outras fontes de pesquisa que não sabemos, mas, provavelmente pessoas que conviveram, que estiveram com Jesus e com Maria e seus parentes. O fato é, que o Evagelho de Lucas é um dos mais ricos em detalhes e muito agradável de ler, assim como o livro dos Atos que chega até ser considerado por alguns estudiosos como um seriado e um romance tamanha é a sutileza de detalhes aos quais seus escritos estão impregnados.
Os Atos dos Apóstolos é de suma importância; ele reflete toda identidade cristã dos cristãos do primeiro século e proura refletir como espelho para os cristãos de hoje. O espírito de união, amor, caridade fraterna, a adesão total e fiel dos Apóstolos e discípulos às causas do Evangelho, os testemunhos, os milagres, a maneira com que os primeiros cristãos demosntravam sua fé e a forma de evangelização. Tudo está descrito nos Atos dos Apóstolos e cujo é a base sólida da identidade cristã no mundo conteporâneo.
- – Onde deveriam ficar os discípulos à espera do Espírito Santo?
- – Que esperavam eles que Jesus fosse fazer?
- – Para que Jesus disse que serviria a descida do Espírito Santo?
- – Que recomendação fazem os Anjos?
- – Quem costumava estar presente quando o grupo estava em oração?
Jesus pede que aos Apóstolos para não se afastarem de Jerusalém – Ats1, 4.
Os Apóstolos querem saber se chegara a hora de Jesus restaurar o reino de Israel – At1, 6; Jesus deu sua resposta – Ats1, 7.
Jesus anuncia a promessa de mandar o Espírito Santo – Lc24, 49.
“Homens da galileia! Porque estais aí perplexos a olhar para o alto? Esse mesmo Jesus que vistes subir um dia voltará do mesmo modo que o vistes subir!” At1,11
Uma missão já iniciava, era a primeira decisão da Igreja de Jesus, agora sem ele fisicamente mas com a presença do Espírito Santo que eles iriam receber em Pentecostes para serem suas testemunhas.
Há outras aparições de Jesus Ressuscitado e das instruções passadas aos discípulos. Essas instruções foram muito importantes, tanto para as primeiras comunidades, quanto para nós hoje. Leia: Jo 20, 19-23.
Importante observar e entender a linguagem bíblica: – quando o Evangelho menciona “os judeus” está na verdade se referindo a um certo grupo de judeus que se opunham aos ensinamentos de Jesus. Ou seja, os inimigos de Jesus. E não a todo povo judeu. É bom não esquecer que aqueles discípulos e os Apóstolos que estavam reunidos também eram judeus. Jesus tinha em sua maioria grandes amigos, como Nicodemos,(o fariseu), Lázaro, Maria e Marta de Betânia, Zaqueu e tantos outros…
A verdade é que poucos discípulos de Jesus ficaram em Jerusalém. Estavam com medo de serem mortos também. Estavam escondidos… por muito tempo eles se reuniam nas catacumbas para não serem apanhados.
Mas Jesus Cristo Ressuscitado confia-lhes uma missão. João descreve uma palavra diferente da de Lucas, mas que é a mesma coisa: “como meu Pai me enviou, eu também envio vocês!” … “A quem perdoardes os pecados, estes serão perdoados…” A missão dos Apóstolos e discípulos era a mesma de Jesus, ou seja, testemunhar o que Ele fez e anunciou. Isto é, o perdão dos pecados e a salvação que Deus concede por seu amor. Essa missão aparece também no final do evangelho de Mateus: “Ide por todo mundo, pregai o evangelho a toda criatura, batizando-as em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo. Ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei.” (Mt28s)
O perdão e o anúncio da salvação estão no centro da missão deixada por Jesus à nós. Vale para nós também. Somos anunciadores da salvação, ou vivemos lamentando que este mundo está perdido?
A caminhada destes primeiros discípulos não foi de início tão fácil. Tinham sofrido o impacto da Cruz. Queriam um líder vitorioso e se viram diante de um crucificado, derrotado fisicamente e sem defesa. Queriam um rei que governasse Israel e os libertassem do jugo de Roma, e encontraram um rei coroado de espinhos suspenso num madeiro… porque o reinado de Jesus não é neste mundo e sim no Céu… e isto Ele deixou bem claro quando Pilatos o tinha interrogado: Tu és o Rei dos judeus? Jesus disse: Você quem está dizendo… sim eu sou rei… mas não deste mundo, se fosse, meus guardas lutariam para me defender… mas meu reino não é daqui! Então tu és rei, perguntou Pilatos: Sim, disse Jesus eu sou Rei, para isso nasci, e para isso vim ao mundo, para dar testemunho da *Verdade e todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. (Jo 18, 36- 37)
O Reino de Jesus passa pelo anúncio da salvação, depois pela adesão à sua proposta, isto é pela conversão, depois pela sua Igreja e depois se concretiza definitivamente Céu.
A ressurreição de Jesus traz uma outra maneira de avaliar os acontecimentos que cercaram a morte de Jesus. A vitória de Cristo os fizeram esquecer que na cruz, Deus esteve solidário com todos os pecadores. E foi isso que os discípulos e os Apóstolos fizeram após Pentecostes, a Igreja de Cristo tem por missão transmitir a verdade que Jesus deixou, e qual é essa verdade? – é o seu Evangelho – não apenas com palavras, mas com gestos e atitudes – consiste em anunciar os valores do reino e levar a salvação à todos os cantos do mundo, conforme Jesus mesmo ordenou.
[Agora recebem um dom do alto, o dom de Jesus, do seu Espírito. Só que ele podia fazer daquele grupo de medrosos, um grupo cheio de fé e ousadias, a ponto de mais à frente sofrerem e se alegrarem por anunciar o Evangelho. Enfrentando tudo, suportando a tudo com muita garra por amor ao Evangelho. Isso foi obra do Espírito Santo, prometido e enviado por Jesus.]
Como vimos anteriormente, se não fosse a ação movida pelo Espírito Santo a Igreja não passava de um grupo de fracassados. Jesus havia prometido essa força que continua até hoje, é o Espírito Santo com todos os seus dons que faz a Igreja vencer a mal e proclamar o Evangelho.
Não foi somente em Pentecostes que se encontra a presença do Espírito Santo. Desde o início Ele estava presente. Na obra da criação, descreve o livro do Gênesis, já constava que o Espírito de Deus pairava sobre as águas; Lucas descreve que Maria conceberia Jesus pela graça e força do Espírito Santo; Após a ressurreição Jesus sopra nos discípulos para que eles recebessem o Espírito Santo. Cada uma dessas ações do Espírito Santo está ligada a uma força especial. Até a hoje Ele age e move o mundo e a Igreja de Jesus.
É muito importante falar em Igreja, porque alguns “crentes” tentam separar o termo “igreja”, (no sentido de comunidade de fé), do termo, “Evangelho”, aplicando que não existe religião; quanto que na realidade Jesus fundou primeiramente a Igreja, sua religião, depois escolheu seus sucessores(os Apóstolos), criou o sacerdócio ministerial, isto é a autoridade sacerdotal dos bispos e do papa, elegeu seu representante, (no caso Pedro e seus sucessores), instituiu a Eucaristia e somente depois entregou essa missão aos Apóstolos dando-lhes a força do Espírito Santo Para a Igreja.
Você sabia? A Igreja foi se estruturando, e depois da morte de São Pedro em Roma, lá se fixou a sede da Igreja cristã, recebendo mais tarde o nome de Igreja Católica Apostólica Romana. Mesmo diante das perseguições a Comunidade Católica em Roma se solidificou, até que séculos mais tarde o Imperador RomanoConstantino declarou o cristianismo e a fé católica como religião oficial de todo Império Romano.
Portanto a Igreja é muito mais velha que os escritos dos evangelhos, que foram encontrados muitos anos depois. De início a Palavra da Igreja era ensinada através das pregações dos Apóstolos e depois pelos bispos e os santos padres da Igreja. São estes ensinamentos que chamamos de: “depósito da fé” e que na qual estão consolidados toda tradição apostólica.
CURIOSIDADE: O primeiro Papa da Igreja foi o Apóstolo Pedro. E o primeiro bispo foi o Apóstolo Tiago. O Apóstolo que substituiu Judas Iscariotes no número dos 12, foi Mathias. (At 1,15-18.21-26)
IMPORTANTE – O Espírito Santo é enviado justamente, quando se encontrava muita gente, de todo lugar, para a festa de Pentecostes. Ou seja, a festa da colheita. E essa força do Espírito Santo veio não só sobre os discípulos mas sobre todos que se achavam ali no Cenáculo.
Vamos rever a leitura dos acontecimentos: At2, 1-5 – achavam-se ali gente de todo lugar. Isto significa que o Espírito Santo se manifestava para todos os povos. Começava ali então a caminhada ininterrupta da Igreja. A eles era necessário que tivessem essa força para que compreendessem o que seria anunciado e se convertessem. É o Espírito Santo agindo também como poligrota e tradutor, já que seria impossível aos Apóstolos se comunicarem em tantas línguas ao mesmo tempo. Essa força do Espírito foi muito importante!
A PROCLAMAÇÃO KERIGMÁTICA DE PEDRO – Pedro começa a pregar em nome de Jesus, não apenas um discurso emocionado, mas uma catequese inteira. Vamos ler para compreender? At2, 14-39. Que coragem o Espírito santo despertou em Pedro. Lembro que eles há pouco estavam trancados, escondidos com medo. Lendo o discurso de Pedro notamos a grandiosa força de Jesus, pelo Espírito Santo que fez com que ele convertesse milhares de pessoas.
E para isso os apóstolos falavam e os demais entendiam nos seus dialetos compreendendo tudo. Isso é a ação do Espírito Santo. Leia: At2, 7-11.
O que Pedro anunciava naquele momento?
Em Pentecostes aconteceu a efusão, ou derramamento do Espírito de Deus sobre todos, anunciado pelo profeta Joel. A função mais importante deste derramamento é confirmar que Deus ressuscitou Jesus de Nazaré. Mostrar a todos que o crucificado não está derrotado, ele vive, Deus o glorificou, com isso confirmou tudo que Ele ensinou e viveu… É o que os presentes naquele dia ouviram de Pedro.
Pedro anuncia que Jesus, “é o Cristo”, que eles mataram e está ressuscitado, Ele é o Messias. É o anúncio da Salvação.
E surgiu efeito, a partir daí é que começou a surgir as primeiras comunidades. Mas esse discurso de Pedro acendeu ainda mais a raiva dos perseguidores; mas agora era diferente, alguém caminhava com eles, e este alguém era o Espírito Santo que os impelia e os dava coragem para prosseguir. Foi muito difícil mas em nenhum momento desistiram, esmorecera na fé. Suportavam as prisões e os castigos com alegria por sofrerem em nome de Jesus. Isso mexeu com muitos corações. De onde vem a força destes homens? e ficavam admirados.
Essa é a proposta para nós hoje que anunciemos Jesus Ressuscitado, que vivamos com mais intensidade o Evangelho, tendo a certeza de que essa é a verdade que o mundo precisa ouvir.
Naquele tempo não havia, imprensa falada ou escrita, Tvs, Rádios e Internet, foi preciso que houvesse uma força maior de Deus para anunciar intervir naquela primeira Igreja que surgiria. O Espírito Santo foi esse canal de comunicação.
Hoje Deus nos permite que façamos esse anúncio da Boa Nova de Jesus à todos pelos vários meios de comunicação. Mas é sempre o Espírito de Deus que nos impulsiona para esse anúncio.
Os Sinais de Deus em Pentecostes – Deus usa seus sinais para nos comunicar sua presença e seu amor. Em Pentecostes Deus usou: ruído, vento e línguas de fogo. São sinais que no Antigo Testamento manifestavam a presença de Deus sobre o povo de Israel. Mas o maior sinal de Pentecostes é sem dúvida o avivamento da coragem dos Apóstolos, a franqueza ao proclamar Jesus morto e ressuscitado, como lemos, Pedro cheio da força do Espírito em seu discurso. Antes lembremos, não eram assim, estavam trancados, assustados, com medo…
Vamos deixar bem claro que: o Espírito Santo desceu sobre todos, homens e mulheres. Não apenas sobre os Apóstolos e discípulos. É o que disse Pedro: “vossos filhos e filhas profetizarão!”
Em muitas comunidades há quem se sinta “dono” do Espírito Santo, saibamos reconhecer essa presença do Espírito nas outras pessoas, podemos até crer que existe uma legítima Igreja,a Igreja Católica, sim, verdadeiramente, mas isso não impede que as outras comunidades cristãs não tenham a presença do Espírito Santo. Nem todas, mas a grande maioria, pois Deus não se prende ou se limita à religião, pois Ele está em toda parte. Mas também não podemos esquecer que algumas falseiam a unção do Espírito para proveito próprio, então temos que discernir bem.
A missão da Igreja que começava em Pentecostes, e a salvação dada por Jesus se estende à todas as nações que crerem no seu nome. Por isso o fato de que em Pentecostes se achavam gente de todo lugar, pois Pentecostes quer dizer, festa da colheita, tradicional do povo judeu. Sabiamente Deus escolhe esta data para derramar seu Espírito. Deus é sábio e poderoso, sabia que ali se converteria muitas pessoas de diferentes países. O efeito é a conversão de tantos e tantas e mais, estes ao chegarem em suas casas converteriam seus familiares. Era a Igreja se espalhando. Veja como Deus é perfeito em tudo que faz. Logo, a Igreja não estava mais só em Jerusalém, além de seus muros. E se hoje somos cristãos é graças a esse primeiro Pentecostes de muitos.
Temos vontade de fazer boas obras, de ajudar a quem precisa, ou cuidar melhor do nosso relacionamento com Deus… mas, apesar disso, freqüentemente ficamos acomodados. Aí é muito bom, se aparece alguém para nos dar um “empurrãozinho”, ou seja, um convite, um bom exemplo ou uma conversa esclarecedora.
Vamos ler sobre um episódio de um encontro do missionário Felipe com um estrangeiro, representante do povo africano, um etíope. Este povo não apareceu em Atos 2, em Pentecostes. Mas agora ele está “na mira” do Espírito. É mais um sinal de que Jesus será anunciado a todos os povos. Leia: At8, 26-31.36-40. Leia o texto 2 vezes com muita atenção:
Para entender melhor – este Felipe não é um dos doze Apóstolos. Faz parte do grupo dos 7 líderes helenistas, escolhido para dar assistência às viúvas de origem grega. (At6, 1-7; 8, 4-7); quando você encontrar na Bíblia o termo “helenista” quer dizer que se o texto ou a pessoa se refere aos judeus cristãos de cultura grega.
Vamos meditar:
– De onde vem a iniciativa de Felipe?
A iniciativa de Felipe vem do Espírito Santo. (v.26)
– O que o etíope foi fazer em Jerusalém?
O etíope tinha ido à Jerusalém para adorar a Deus. (v.27)
– O etíope ia lendo as escrituras?
Sim o etípe lia as escrituras. O profeta Isaías, mas não as compreendia, por falta de alguém que lhe explicasse. E o trecho que lia se referia à morte com Jesus sofrera. E felipe anunciou Jesus a ele. (v.30-37)
– O que aconteceu com o etíope?
Ele creu e foi batizado imediatamente tornando-se um cristão. (v.38)
– O que acontece com Felipe depois de cumprir a missão?
Felipe então foi arrebatado pelo Espírito Santo e levado para outro lugar. (v.39)
Esse episódio nos mostra a necessidade que Deus tem de que é preciso evangelizar e converter as pessoas, para que elas conheçam a salvação. Muitas vezes em nossa comunidade falta gente para levar a palavra de Deus. Muitos querem entender sobre a Bíblia, Jesus, o catecismo. Ou seja, querem ter um melhor encontro com Jesus e muitas vezes encontram apoio nas seitas, que lhes explicam um evangelho manipulado. Nós precisamos despertar para a evangelização. Levar Cristo de verdade aos outros. Não é cobrar as coisas em cima daquilo que eles não podem dar. Mas oferecer a chance de conhecer melhor Jesus, a salvação por ele oferecida e a sua Igreja.
Felipe dá uma atenção especial ao etíope. Conversa com ele, partilha das escrituras, essa é a mesma coisa que Jesus tinha feito com os discípulos de Emaús! lá também a escritura inflamava os corações dos discípulos que andavam desanimados. Vamos reler, Lc 24, 13-32. Aqui o Espírito Santo nos mostra um caso de evangelização pessoal. Felipe vai ao encontro do etíope. Hoje a evangelização “personalizada” é uma necessidade? o que você acha?
É Pentecostes que continua, ele não para. A efusão do Espírito Santo não aconteceu uma só vez. O Espírito é um dom que Deus distribui com generosidade, a todos os que procuram a salvação e se abrem seu coração a fé .
Em Cesaréia, cidade onde residiam as autoridades romanas, Pedro vai ao encontro de um centurião romano, um soldado, é Cornélio. Um pagão de coração aberto para Deus e que queria ser batizado ele e sua família. Lá o Espírito santo mostra que, Ele não é apenas para os judeus, ou mesmo prosélitos (pessoas convertidas ao judaísmo), mas para todos. A todos é dado o direito de receber o Espírito Santo e conseqüentemente a salvação em Cristo. Vamos ler: At10, 44-48.
Nos dois textos referidos acima em Atos, vimos o Batismo como coroação de uma adesão a Jesus, confirmada na presença de um representante (legítimo), da comunidade cristã. Porque falo legítimo? – Porque só quem tem autoridade do Espírito Santo pode conferir o batismo, os batizados e crismados na Igreja em alguns casos especiais onde não haja a possibilidade de um sacerdote (ou presbítero) ou mesmo um diácono conferir o batismo. No primeiro episódio do etíope vimos que foi o diácono Felipe que conferiu-lhe o batismo. No segundo, vimos que foi o Apóstolo Pedro quem conferiu o batismo ao centurião Cornélio.
Importante! – nós fomos batizados porque a fé dos primeiros discípulos e dos Apóstolos transmitiram de geração em geração. Devemos a eles nosso conhecimento do Evangelho; mas não só a eles, a muitas pessoas que como eles nos encaminharam na fé e alimentam nossa esperança de alguma forma.
Atenção! – algumas seitas estão ensinando heresias por aí dizendo que:
O Batismo deve ser feito em nome de Jesus apenas, porque os Apóstolos não mencionaram no NT, (Novo Testamento) que batizavam em nome da Santíssima Trindade: Pai Filho e Espírito Santo. Cuidado com isso!, porque a Ordem do Batismo Cristão na Santíssima Trindade é do próprio Jesus e não dos Apóstolos. E há referência sim, está em Mateus 28, 1a. Quem faz acontecer o batismo é o sacerdote (em nome de Jesus), mas quem infunde a graça no batizando é a Santíssima Trindade.
“Ide pois, a todo mundo, pregai o Evangelho a toda criatura, batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo quanto vos ordenei!”
Recomendo que se faça a leitura do capítulo de Atos2, 14, 16.
O povo judeu tem uma longa história de Aliança com Deus. A partir das situações difíceis que o povo enfrentou, especialmente quando foi escravo no Egito e exilado na Babilônia. Esse povo nasceu de uma de uma intervenção de Deus que o escolheu para fazer nascer dele o Messias. A partir desta expectativa era interpretada muitas passagens das Escrituras. O povo via, nos discursos de figuras marcantes de sua tradição, alusões e sinais referentes a essa pessoa especial, o Messias. O ungido de Deus que iria mudar a história.
Na verdade, o povo judeu foi dominado por várias nações, como os babilônios e os romanos que os fazia trabalhar como escravos, vivendo em profunda miséria e pagando altos impostos. Como se não bastasse os seus líderes religiosos aliados ao poder do governo jogavam altas cargas sobre o povo e leis que os pesava como fardos. Por isso Jesus muitas vezes criticava os fariseus e os sacerdotes pelas leis que eles faziam o povo cumprir em nome de Deus, mas não passava de uma“escravidão religiosa”; mas eles mesmos não cumpriam a Lei. Jesus condenou esta prática. Foi por isso que ele disse: “vinde a mim todos que estais cansados, pois o meu jugo é suave e meu fardo é leve”. Mas o que eles esperavam? – eles esperavam não um Messias que iria libertar dos pecados. Mas alguém, um novo rei que iria restaurar o governo de Israel que foi posto nas mãos de outros dominadores. E Jesus veio com outra missão. Veio para nos libertar, nos resgatar do pecado. Essa era a missão de Jesus. Quando Jesus morre daquela maneira na Cruz, o povo fica desiludido, porque não acreditavam no que viam. Embora Jesus fosse poderoso, fizera muitos milagres, morreu pregado na Cruz.
Quando Jesus ressuscitou, e veio o Espírito Santo, Pedro vem falar ao povo e diz:“vós o mataste, vós o crucificaste”. Não uma acusação ao povo, mas para dizer que todos os discípulos de Jesus pertencia ao povo judeu. Que ele ressuscitou dos mortos para lhes oferecer a salvação dos pecados a todos que crêem. A salvação é destinada primeiramente ao povo judeu. (O estudo da bíblia não pode servir para alimentar preconceitos). Era preciso que Jesus fosse anunciado como salvador de toda humanidade. Isso parte da pregação, da palavra anunciada.
Para Pedro, a primeira conseqüência de ter recebido o Espírito Santo foi a pregação da palavra. a relação entre o Espírito e a Palavra aparece como forte característica no livro dos Atos. Nele o Espírito Santo é citado 58 vezes e o termo “Palavra”, 32 vezes. Além disso quase um terço dos versículos deste livro são discursos e pregações. Como vemos é de fundamental importância o anúncio da palavra. A Igreja foi fundada para isso, somos batizados para isso. Ao contrário do que muitos pensam que a Igreja foi feita para fazer milagres. Como vemos por aí tantas denominações que prometem aos seus fiéis milagres e não a semente da Palavra em primeiro lugar. Ainda que não houvesse nenhum milagre dentro da Igreja, isso não é mais importante para Deus do que o anúncio do Evangelho e a conversão dos seres humanos.
Continuando … Pedro, falando aos judeus, argumenta numa linguagem que eles conhecem bem e trazem no coração. Recorda a palavra de Deus na profecia do profeta Joel e do texto sobre Davi. Ele apresenta Jesus como realização das promessas feitas por Deus na tradição do povo judeu. Essa e uma característica dos Atos dos Apóstolos. Demonstrar que Deus está cumprindo suas promessas e que portanto, os cristãos podem confiar nas propostas de Jesus. Não é interessante? … Precisamos fazer o anúncio do Evangelho numa linguagem que fala ao coração das pessoas. Será que estamos sabendo fazer isso?
Pedro fala de coisas familiares a seus ouvintes , mas não para por aí. Ele se concentra num dado novo, a ressurreição, centro de toda a pregação apostólica e motivo de grande esperança cristã. Não era uma idéia tão fácil de ser aceita. Como hoje também não é. Quantos que se dizem cristãos acreditam mais na reencarnação do que na ressurreição que na qual Jesus mesmo nos mostrou que existe? – Mas era parte indispensável do anúncio, o fato que marcava a aprovação de Deus à vida e aos ensinamentos de Jesus Cristo. A ressurreição dava um novo sentido ao escândalo da cruz. E proclama a vitória sobre as forças do mal. Mais tarde Paulo Apóstolo vai dizer que: “a cruz que era escândalo para os pagãos, para os cristãos é sinal de salvação!”
Pensemos! – há gente desanimada porque o mal, o pecado, a injustiça parece invencíveis? Anunciar a ressurreição é mais do que contar algo sobre Jesus. Mas é assegurar que temos bons motivos para ter esperança em Deus, porque Ele está no comando, quer a salvação e não permite que a morte eterna seja o destino final para aqueles que Ele o quer. Mas é preciso que nós façamos a nossa parte que aceitemos, nos reconciliando com Deus e aceitando Jesus como nosso Senhor e Salvador.
Em Pentecostes acontece uma mudança de sinal, qual é essa mudança?
No Antigo Testamento, lemos que povo de Israel tinha uma aliança com Deus, eDeus tinha uma aliança com Israel. Isto é, quando falamos em aliança, estamos falando das promessas que Deus Javé fez com seu povo. Mais precisamente com Abraão e depois com Moisés. O meio, ou sinal visível de lembrar esta aliança era a circuncisão. Depois que a criança nascia era feito esse sinal como marca da aliança de Deus com seu povo. É bem verdade que os profetas haviam pregado que a sinceridade de coração era o mais importante, mas havia grupos apegados à tradição judaica, que os impedia até de repartir a refeição com quem não era circuncidado. Isso também era um problema entre os cristãos que se reunia em torno da mesa do Senhor.
No Novo Testamento encontramos essa situação que logo se vai tomar uma decisão, que não haja distinção entre os cristãos. E como Jesus mandou batizar e não circuncidar, o batismo se tornou o sinal visível da efusão do Espírito Santo naNova Aliança de Jesus, sobre aqueles convertidos. E também se torna o Sacramento de Iniciação para a vida Cristã. Substituindo a circuncisão. Pois o grande problema relatado nos Atos dos Apóstolos era o fato do relacionamento entre os cristãos de origem judia e os cristãos de outra cultura, (não circuncidados). A grande questão era: todos teriam que ser iguais, seguindo os mesmos costumes e tradição religiosa? Ou, sendo respeitado poderia haver diversidade de acordo com a cultura de cada grupo? Bem,… se escolhessem a primeira opção haveria então a exclusão social e religiosa entre os cristãos.
Vamos fazer uma leitura de At10, 1-22.34-43 perceber que:
1. As condições para qualquer pessoa ser “agradável ao Senhor!”
Os profetas estavam certos no que ensinavam: não é a circuncisão o mais importante e sim a sinceridade de coração. Neste texto que lemos, o centurião Cornélio era um homem de coração puro e temente ao Senhor.
2. A importância de ser testemunha do que Jesus fez.
A missão do cristão é dar testemunho do que Jesus Cristo fez, Deus o ungiu com o Espírito Santo, com seu poder curou os enfermos, ressuscitou os mortos, expulsou os demônios, libertou os oprimidos.
3. A Presença do Espírito Santo na ação de Jesus.
Jesus o enviado do Pai, possuía o poder do Espírito Santo. Por isso toda ação é Jesus é também ação do Espírito Santo.
4. A apresentação de Jesus Glorificado por Deus.
Não teria nenhum sentido para nós crer em Jesus se ele não estivesse glorificado. Isto é se ele não fosse Deus. Se Jesus não tivesse ressuscitado, vã seria nossa fé, nos diz São Paulo.
Vamos pensar…. Não foi fácil para Pedro chegar à conclusão que Deus não faz distinção entre as pessoas, mas que em qualquer nação, que o teme e pratica a justiça lhe é agradável. Pedro também era um judeu conservador por assim dizer, acostumado a observar a Lei de Moisés, para os judeus e, consequentemente para Pedro e outros, quem não era circuncidado era impuro.
Também Pedro era educado a separar os “puros” ou circuncidados, dos “impuros” ou não circuncidados.
Foi preciso que Deus lhe abrisse os olhos com aquela visão, mostrando para para que ele não resistisse em ter com Cornélio e o batizar pois de agora em diante o que unia as pessoas não era a circuncisão mas o Espírito Santo.
É o Espírito Santo que nos santifica e nos torna puros diante de Deus, e o seu sinal é o batismo. Deus é para todos, todos que querem servir a Deus. O profeta Jeremias já havia advertido sobre isso. (Jr 4,4); portanto Deus quer a união da humanidade na prática do bem. Pessoas e nações ainda precisam reconhecer que fazemos parte de uma única família, somos todos filhos do mesmo Deus.
Nós muitas vezes classificamos as pessoas com rótulos que não levam às verdadeiras intenções do coração. Nós somos preconceituosos. Não seria melhor deixar que o Espírito Santo nos ajude a valorizar cada um por aquilo que realmente é, sem preconceitos?
Este episódio descrito no livro dos Atos vem nos ensinar que:
A Boa Nova de Jesus é a notícia da paz., aberta a todos, Ele viveu e morreu por nós. Seu amor salvador é dirigido a todos que o aceitem como seu Senhor e Salvador. Quem quiser ser seu discípulo deve ampliar o campo de seu amor. Devemos ser abertos a todos que acreditam no Cristo. Não é porque somos cristãos católicos que não podemos estabelecer um diálogo com cristãos que não fazem parte da igreja e tratá-los com indiferença.
Tendo declarado que Deus acolhe todas as pessoas que o respeitam e praticam a Justiça, venham de onde vierem não podem ser discriminadas. Pedro volta à pregação, o anúncio do bem que Jesus realizou, da salvação que ele nos trouxe e da aprovação de Deus em tudo que ele viveu, atestado pela ressurreição.
Toda pregação apostólica está centralizada nisso. É a espinha dorsal do QUERIGMA. Nenhuma devoção, espiritualidade ou preferência particular pode ocupar esse lugar central em nosso anúncio. A adesão a esta verdade central nos identifica como discípulos de Cristo.
Pensemos… ao evangelizar estamos de fato anunciando o mais importante, ou nos perdemos nos pormenores?
Fica mais fácil construir a unidade na diversidade, se soubemos distinguir o que é essencial e o que é fundamental: Jesus na sua missão salvadora e a esperança que nos vem da ressurreição são pontos essenciais onde diferentes igrejas estão de acordo. Seria possível anunciar juntos esse núcleo da fé?
As primeiras comunidades viveram uma situação interessante: Jesus sendo judeu (praticamente sincero da religião que sua família lhe transmitiu), foi acolhido pelos chamados “pagãos”. Ele se torna ponto de encontro de culturas diferentes. Quem era judeu como ele, poderia achar-se meio “dono” de uma tradição onde os outros teriam que se encaixar. Mas não foi assim que o cristianismo cresceu; ele acolheu gente de tradição judaica e gente de outros povos, num sinal do amor salvador universal de Deus.
Neste ponto entra uma personalidade importante: Saulo de Tarso, esse“personagem” entra somente nos relatos dos Atos dos Apóstolos. Vamos conhecer quem foi Saulo:
Saulo era natural de Tarso, era um judeu que foi criado e educado, aprendendo as leis de seu país e doutor nas leis judaicas do Templo. De grande cultura, obteve cidadania romana, falava muito bem o grego e o hebraico. Seu mestre foi o sacerdote Gamaliel que o fez um grande homem, convicto e fervoroso.
Gamaliel era um sacerdote muito sábio e prudente que não tomava decisões injustas. At5, 34.
É esse Saulo que foi escolhido para comandar um grupo de soldados que iria em encontro dos Cristãos a pedido dos fariseus. Os cristãos confessos não eram numerosos em grupos, mas por causa dos grandes prodígios dos Apóstolos e da maneira simples e de fé sólida em Cristo como eles viviam, despertaram o interesse dos fariseus em querer prendê-los e torturá-los para que negassem a fé em Jesus. Eles se reuniam para a fração do pão (a Eucaristia), muitas vezes nas catacumbas ou em casas de amigos.
E Saulo, então é posto como um perseguidor implacável dos cristãos. Os cristãos tinham pavor de Saulo. Embora vivesse na mesma época que Jesus, Saulo não o conheceu pessoalmente. Tudo que aprendeu sobre Jesus aprendeu dos Apóstolos, inclusive de Pedro.
Vamos fazer uma leitura: Abra sua Bíblia.
Ats4, 32-35 – Havia justiça entre os primeiros cristãos.
Ats5, 1-10 – Na comunidade cristã não havia lugar para injustiças.
Ats5, 12-16 – Os cristãos começavam a fazer a diferença, a Igreja começa a crescer e causar incômodo aos fariseus.
Ats6, 1-; 7, 1-53 – Começa a distribuição dos ministérios, os diáconos cuidarão da assistência aos necessitados. A palavra de Deus pregada pelas boas obras. O diáconos pregavam a palavra de Deus, nasce a catequese. Prega-se a Querigma.
Ats8, 1-3 Saulo aprova a morte de Estêvão e persegue os cristãos. Mas a partir daí uma coisa o incomodou, a morte de Estêvão provocou-lhe uma inquietação interior, pois, aquele jovem ainda que martirizado não negou sua fé em Jesus, pelo contrário, diante da morte certo de que Jesus estava com ele, entregou sua vida com dizendo como Cristo na Cruz: “Senhor Jesus, em tuas mãos entrego meu espírito!”
Ats9, 1- 42; – Jesus chama Saulo para o Ministério de Apóstolo, Saulo se converte e adota o nome de Paulo. Jesus sabia que Paulo uma vez convertido seria aquele capaz de levar até o fim sua missão. E a coragem de Paulo após a conversão foi tamanha, que ele compara o que aprendeu antes de conhecer o Evangelho de “esterco”. E Paulo diz com convicção que: “o viver para ele é Cristo e o morrer com Cristo é lucro”. Ou seja, para Paulo nada era mais importante, nada era mais nobre do que estar do lado de Jesus e anunciar o Evangelho aos povos. Foi o que ele fez a vida toda incansavelmente.
Agora que lemos na Bíblia como é que surgiu a figura de Paulo, imaginemos a assistência de Jesus escolhendo Paulo para ser Apóstolo, foi um pulo e tanto. Não foi fácil para os demais discípulos acreditarem que Paulo havia se convertido. Como pode aquele que perseguia cheio de ódio para com os cristãos, agora dizer que estava convertido em Jesus? Mas porque Paulo?
- Paulo era convicto, sincero e honesto no que fazia. Sua conversão foi radical, sem demais questionamentos. Para Paulo Cristo era tudo. O que ele viveu e aprendeu lá atrás nada era maior que Cristo.
- Jesus sabia que a conversão de Paulo seria pra valer, porque, era um homem sincero de coração e não voltava em suas decisões. Além disso, Jesus sabia que tipo de homem era Paulo capaz de fazer a Igreja se estuturar, pois era uma homem inteligente, sábio, coerente em suas ações e temente a Deus. E foi o que ele fez fundou diversas comuniaddes cristãs contribuindo para a expansão do cristianismo no mundo. Paulo defendia que a Igreja é para todos e por isso devia ser estendida a todos Judeus ou não.
- Paulo levaria o Evangelho para outros povos.
- Ajudaria a Pedro na tarefa de expandir a Igreja para fora de Jerusalém como era o desejo de Jesus.
- Já que Mathias (que ocupou o lugar de Judas Iscariotes); Paulo uniria a Pedro (por isso, ele não foi substituto de Judas Scariotes e sim, Mathias, mas ele e Pedro são foram um só na fé à frente da Igreja), e ocuparia de fazer a organização da Igreja. O grupo dos 12 estava completo e reforçado.
- Era um homem formado, culto nas leis civis e religiosas, que lia e escrevia muito bem, sabia das leis do Templo, era culto, inteligente capaz de dar assistência espiritual às Comunidades cristãs em todas circunstâncias e assim o fez muito bem. E é graças a Paulo que hoje, nós povos de outras nações, somos cristãos.
Mas é justamente depois de um encontro com Barnabé, que foi apresentado a Pedro e Paulo foi aceito com muito carinho na Comunidade cristã, depois de toda confusão em torno dele. Mas Paulo teve um papel fundamental: levar o Evangelho aos pagãos, também chamados de gentios. E assim o fez até o final dos seus dias. É a partir de Paulo que a surge firmemente as Igrejas, isto é, comunidades de fé consolidadas, firmadas.
Qual era a Estratégia de Paulo? – era formar grupos de cristãos, as comunidades em vários lugares em que passava, essa comunidade passava a praticar e a viver a palavra de Deus, bem como tinha o compromisso de evangelizar também e assim aumentar o número de fiéis. Enquanto isso Paulo considerava-se como um atleta de maratona que corria para se chegar a meta, isto é, levar a palavra de Deus aos quantos fosse possível sem parar, até a morte. E assim o fez, conservou a fé da Igreja até a morte.
Vamos Ler lá em Efésios 2, 14-18 o que Paulo escreve:
Paulo fala do anúncio da paz aos que estavam longe e aos que estavam perto. Aos judeus próximos da tradição na qual nasceu Jesus, e aos povos estrangeiros de todas as cidades em que o cristianismo ia florescendo. A mensagem de Jesus se espalhou como ele queria. Hoje somos chamados a anunciar, (e fazer acontecer) a paz aos que estão perto, na nossa casa, dentro da nossa Comunidade. E também aos que estão longe, pode ser geograficamente falando ou ainda pessoas que por uma razão e outra, afastaram-se de nós e da Comunidade Igreja em que vivemos, ou ainda gente de quem o nosso coração está distante.
Paulo descreve a misericórdia de Deus agindo sempre no meio de seu povo, e esta salvação veio nos resgatar da morte do pecado em Jesus Cristo. Tudo isso é, pela graça de Deus e por ela é que fomos salvos. A salvação é dom de Deus, pela sua bondade e amor, nós não a merecemos mas Deus nos dá, ela passa por Jesus. E o mais importante, somos criados em Jesus Cristo. Quer dizer, somos inseridos em um novo nascimento, o batismo. E somente através de nossas boas ações é que essa graça poderá acontecer. Ações que não devem servir para nosso orgulho mas para a glória de Deus. Paulo também mostra que Jesus veio para todos nós, judeus, e também para “os gentios” ou “incircuncisos”. Pois Jesus Cristo veio nos congregar em uma só comunidade, a comunidade dos filhos(as) de Deus. Não há mais separação.
Paulo é aquele é comunica a paz e a misericórdia de Deus em Cristo. Cristo é nossa paz. Pela Cruz de Cristo somos um só povo. Logo deve haver a paz entre os povos pois é o Espírito Santo é nos congrega e nos une pelo batismo.
Vamos ler: Rm8, 18-25:
O cristão é basicamente um sinal de esperança. Paulo fala das maravilhas da vida que Deus quer dar a todos. Uma vida tão completa, tão boa que não dá para comparar com a nossa experiência terrena. Com Deus, tudo acaba bem, muito melhor do que podemos imaginar. Não há como descrever a vida junto de Deus. As palavras e imagens que usamos para falar do céu, da vida eterna, não apenas frágeis tentativas de dizer que vai ser muito bom. É prudente desconfiar de quem pensa que sabe como são as coisas do além.
Pensando… muitas perguntas práticas que alguns gostam de fazer sobre a vida após a morte não têm mesmo um resposta exata, em detalhes. Só sabemos o que Jesus revelou: que a morte não é o fim mas algo muito bom que nos espera. Embora esteja empolgado com as maravilhas da vida futura em Deus, Paulo não desvaloriza as realidades deste mundo. Ele nos apresenta a criação inteira como parceira nessa espera do melhor. Ele quer a natureza libertada do mal, para participar conosco da maravilhosa liberdade dos filhos de Deus. Se Paulo vivesse hoje, talvez incluísse nessa espera também as criações humanas, a tecnologia, a ciência. As obras humanas precisam igualmente ser purificadas de todo injusto, para poderem fazer parte do grande hino de louvor em que toda a natureza é chamada a proclamar a glória de Deus.
Você acha que se prepara bem para o céu, quem foge dos compromissos desta vida?
IMPORTANTE! – no Concílio Vaticano II, nossa Igreja declarou que as boas realizações humanas serão purificadas e salvas conosco: …”todos esses bons frutos da natureza e nosso trabalho, nós os encontraremos novamente, limpos contudo de toda impureza, iluminados e transfigurados, quando Cristo entregar ao Pai o reino eterno universal”…
Uma pergunta: temos uma espiritualidade que nos ajuda a perceber os recados de Deus na natureza? E nas conquistas da tecnologia, criação humana?
Medintado com você
Para quem somos portadores desta paz? Sabemos construí-la na nossa casa e em nossa Paróquia? Buscamos nos comunicar com os que estão “longe”, ou ficamos restritos ao mesmo grupinho de sempre? As pessoas precisa nos procurar para serem notadas, ou sabemos ir ao encontro delas?
Todos temos acesso ao mesmo Pai e ao mesmo Espírito – diz a carta aos Efésios. A ação do Espírito é sempre destacada no livro dos Atos; ele é a alma da evangelização. E trata-se do mesmo Espírito para todos, embora sejam diferentes os dons em cada um, tradições e culturas. A comunidade dos discípulos e discípulas de Jesus Cristo é chamada a ser sinal dessa unidade, para que se torne evidente que há o mesmo Espírito animando a todos.
Frequentemente em nossa vida comunitária, deveríamos lembrar que a unidade e a paz que fomos capazes, (ou não) de viver, para os de fora, conta como confirmação ou negação do nosso anúncio do Reino.
Por isso devemos ser abertos ao ecumenismo, e é isso que o Santo Padre João Paulo II e agora recentemente nosso Papa Bento XVI mais insiste, abertura ecumênica, isto é os cristãos devem se unir em favor do Evangelho.
Vamos ler:
Atos 14, 15-18 ; Romanos 8, 18-25 e Colosensses 1, 15-20.
Conversando sobre a vida – As crianças costumam fazer suas perguntas sobre Deus olhando para a natureza. Diante das coisas que não saíram de mãos humanas, elas perguntam: Quem fez? – e aprendem a maravilhar com esse poder do criador. Espera-se que mais tarde, possam também aprender a louvar a Deus diante da tecnologia, do panorama urbano, afinal, tudo que o homem constrói também faz parte do grande mistério da criação. Mas, sem dúvida, a natureza não transformada costuma ser o primeiro espaço de louvor.
Abrindo os Atos dos Apóstolos – Paulo e Barnabé estavam pregando em Licaônia. Um coxo de nascença, que os ouvia pregar foi curado. A multidão admirada com os feitos dos Apóstolos começaram a aclamá-los como deuses. Os dois protestaram e começaram a convidar o povo à conversão do verdadeiro Deus. Como era camponeses, Paulo e Barnabé usou a natureza para explicar a presença criadora do Senhor, numa linguagem bem próxima às suas realidades.
Vamos ler: At 14, 15-18.
Jesus também se utilizava da Natureza para explicar o amor do Pai, não só com exemplos nas suas parábolas, mas se utilizou de de vários elementos dela. Por exemplo: a parábola do “grão de mostarda”, a “parábola do joio e do trigo”. Jesus acalmou a tempestade.
O objetivo é mostrar que o poder e a presença Espírito Santo, desde a obra da criação do mundo, na ação e na vida de Jesus agora e sempre é o mesmo na ação e na vida da Igreja. Deus sempre se faz presente.
Hoje como naqueles tempos alguns milagres nos impressionam. Mas na verdade quando isso acontece não é mérito deste ou daquele, pois o homem não tem poder algum, mas é obra de Deus. É o Espírito Santo se manifestando. E um só é o objetivo, nos conduzir para uma mudança de vida e uma intimidade com Deus a ponto de obtermos a salvação.
É IMPORTANTE VOCÊ SABER
Paulo e Barnabé não aceitaram ficar com a fama de milagreiros, ou de deuses. Sabiam que eram apenas instrumentos à serviço de Deus. Não se vangloriaram.
No trabalho, na família, na escola, no governo, etc. as coisas poderiam ser bem melhor realizadas e não haveria tanta exclusão se as pessoas entendessem, assim como os Apóstolos entenderam, que somos apenas instrumentos da ação de Deus no mundo. É Deus que faz a obra. mesmo se tratando de algo sobrenatural.
Mas na maioria das vezes, buscamos o próprio prestígio e não agradar a Deus, não somos realmente humildes.
Outro fato interessante: devemos falar de Deus às pessoas, usando uma linguagem de acordo com a cultura de cada um. Deus não age na arrogância e na prepotência, mas na simplicidade.
Deus não nos trará soluções mágicas para desempenharmos nosso papel, ele nos dará inspiração e inteligência para fazer acontecer seu projeto. Deus não interfere na ação humana, apenas nos mostra o caminho do certo e do errado para que possamos conduzir nossas ações. Ações estas, que devem ser de justiça e paz. O homem só será completamente realizado se Deus for sua meta principal.
Quantos não são agradecidos a Deus nem pelo café da manhã, ou por ter tido a graça de viver mais um dia?
Quantos em nome de um capitalismo destruidor, estragam a sua própria casa que é o meio ambiente, a natureza. E depois culpam a Deus pelos imensos desastres, como enchentes, alagamentos, tsunami, …?
E se esquecem que não cuidar da natureza também é falta de caridade e amor a Deus.
É preciso cultivar a obra de Deus. Usando sim os recursos do planeta, não para destruir mas para preservar.
Será que ne minha vida e na sua falta um ser religioso que promove um economia “ecológica”?
Não basta admirar o que é bonito mas preservar e cuidar, educar nossos filhos à consciência de que Deus nos deu esse mundo, se acabarmos com ele acabaremos com nossa própria casa que será de nossos descendentes. Lembremos que a salvação se estende não apenas aos homens mas também à toda criatura. Portanto o cristão que não cuida das coisas criadas por Deus para o seu bem, não está de acordo com o plano de salvação dado por Deus.
Na carta aos Romanos Paulo inclui a criação na espera da realização de um mundo novo. Regenerado que está na promessa salvadora de Deus.
Uma das muitas propostas vividas no livro dos Atos é a esperança de uma nova promessa.E qual é essa promessa?
Essa promessa é dada pelo próprio Cristo, a Parusia. Isto é, Jesus virá outra vez.“Haverão novos Céus e uma nova Terra”; quem a renovará é o Espírito Santo. Por isso que toda ação do Espírito Santo neste mundo sobre os homens e sobre todas as criaturas é para que isto aconteça.
A parusia é prometida por já na ascensão. Foram os anjos quem anunciaram o nascimento do Messias, e foram os anjos que anunciaram a segunda vinda gloriosa de Jesus. A partir da parusia todos serão julgados conforme nossas obras.Cristo então reinará com todos seus eleitos, cumprindo o que ele disse: “o meu reino não é deste mundo” … “um dia vereis o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu”…
Mas o que a mensagem de Atos nos revela é que o reino de Deus começa desde já, Jesus conta com nossa iniciativa de promover tudo para que todos sejam aceitos neste Reino.
Lucas descreve um detalhe muito importante: os primeiros cristãos tinham tudo em comum. Isto é, partilhavam o que tinham de modo que ninguém passasse necessidade. (At4, 32-35); Os primeiros cristãos plantaram e resgataram o espírito de Justiça e Fraternidade que não havia entre os fariseus. Cuidavam da assistência social e se organizaram para isso. De modo que punham seus bens e o que recebiam a serviço dos necessitados.Os que tinham mais repartiam com os que tinham menos.
Havia nas comunidades uma divisão de tarefas. Cada qual cuidava de uma coisa. Uns cuidavam dos doentes, outros das necessidades dos mais carentes, outros dos desamparados como as viúvas e os órfãos e outros da pregação da Palavra de modo a não sobrecarregar os Apóstolos.
Em nossa comunidade, em nossa família partilhamos o que temos. Cuidamos de dar assistência aos que precisam principalmente os mais carentes de nossa Comunidade? Nossos bens estão à disposição, ou deixamos nosso egoísmo tomar frente dos nossos propósitos de solidariedade?
Temos que tomar o cuidado para que na nossa Comunidade as tarefas possam ser divididas, não acumular funções nos grupos, nem sobrecarregar uma só pessoa. Há gente que se puder quer fazer de tudo e não dá conta do recado. Isso também é egoísmo de nossa parte. E as vezes criticamos as pessoas pelo seu trabalho e não nos damos conta de que sobrecarregados estamos fazendo pior do que todos.
A palavra de Deus foi anunciada primeiramente aos judeus. É o anúncio para os de dentro, gente da mesma cultura.
Parte da tradição religiosa que o povo já tem. Anuncia Jesus como cumprimento das expectativas e profecias judaicas. Anuncio aos que estão perto de nós. Nossos amigos e familiares.
Depois anunciada aos de fora isto é os não judeus, povos de outras culturas e nações como nós, de início chamados de “gentios”. Isto é aos que estão longe.
Parte do reconhecimento de Deus que a salvação é destinada à todos. A palavra de Deus é oferecida a todos sem exclusão, de raça e cor.
Anuncia o essencial sobre o Cristo e aceita a diversidade cultural. Ou seja o Evangelho deve agir junto com as culturas.
A palavra de Deus deve chegar aos mais simples, aos excluídos da sociedade. Jesus é essa PALAVRA que liberta e salva. O Evangelho é para os pobres, os simples de coração e os trabalhadores. Para nossos amigos e inimigos, os de casa e os de fora; gente de toda classe social, mas primeiramente dos humildes e sofredores. Jesus vem como libertador e salvador. Pois a salvação é universal e se estende a toda obra de Deus. Não interessa a quem de fato mas aos quantos a aceitarem. Nossos gestos concretos devem ser coerentes com esta verdade que aprendemos de Jesus. “Evangelizar é preciso!” nos diz o Pe. Reginaldo Manzotti. Não perca seu tempo com coisas inúteis, evangelize, Deus lhe dará o cêntuplo. Não precisa de muitas palavras, um simples gesto de amor faz a diferença.
Desta forma é preciso que a Palavra chegue a todos, assim como disse são Paulo, o Evangelho deve ser insistentemente proclamado para que a salvação chegue a todos os povos.
Lembremos pois da coragem dos primeiros missionários que chegaram na América Latina e nos trouxeram o evangelho e a fé da Igreja. Quantos plantaram aqui a semente, o “proto Evangelho”. Hoje somos convidados à partir desta reflexão a sermos mais coerentes e ardorosos no anúncio da Boa Nova de Jesus. Confiando no que Jesus outrora disse aos Apóstolos: “Não tenham medo eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos!”
Depois da Ascensão, (é bom lembrar) que Jesus confirma a Pedro o dever de apascentar seu rebanho, isto é, o povo que formaria a Igreja, nova família de Deus por Jesus, ou seja, todos nós batizados. Entrega a Pedro esta mesma missão que é sua e que Ele tinha recebido de Deus Pai. Vemos que a Igreja se organizara tendo a frente pessoas que colaborararam nos serviços pastorais: os diáconos e outros que, juntamente com os Apóstolos, cuidavam de dar assistência aos pobres e pregar a palavra de Deus.
A missão que o Senhor confiou aos Apóstolos durará até sua segunda vinda, isto é a PARUSIA.
A fim de que tal missão fosse cumprida, segundo a vontade de Jesus Cristo, os Apóstolos trataram de estabelecer a Igreja. Tendo também, para o cumprimento da missão que lhes foi entregue pelo Senhor Jesus a obrigação de colaborarem entre si e com o sucessor de são Pedro, (chamado de Papa=Pai) em quem está estabelecido o princípio e o fundamento perpétuo e visível da unidade da fé e comunhão eclesial. Por sua vez, os sucessores dos Apóstolos , os bispos é princípio e fundamento da unidade nas respectivas Igrejas particulares, (dioceses).
IMPORTANTE – o bispo é sucessor dos Apóstolos, para isso têm que ter autoridade do Santo Padre para exercer esse ministério. Não se pode adquirir esse título para si mesmo como vemos acontecer nas seitas ultimamente. O bispo deve ser sagrado pelo Papa, legítimo representante de Jesus na Terra. Mantendo íntegro o poder da Instituição divina, o bispo escolhe seu representante legal, os presbíteros ou padres, aos quais cuidam de uma comunidade, também chamada de Igreja Paroquial. O bispo tem na sua Igreja particular, a consciência de fazer de um corpo indiviso levou os bispos ao longo da História da Igreja, a valerem-se, no desempenho da sua missão, de instrumentos, órgãos ou meios de comunicação que manifestassem a comunhão e a solicitude por todas as Igrejas, e dão continuidade precisamente à vida do colégio dos Apóstolos: a colaboração pastoral, as consultas, a ajuda mútua.
Desde os primeiros séculos esta realidade de comunhão encontrou uma expressão particularmente qualificada e característica na celebração dos concílios. Eram ecumênicos e também particulares, tanto plenários como provinciais que foram frequentemente celebrados pela Igreja desde o século II.
Este costume da celebração dos concílios particulares continuou ao longo da história de toda Idade Média. Depois do Concílio de Trento (1545-1563), porém, tal celebração regular foi-se tornando sempre mais rara. Todavia o Código de Direito Canônico, de 1917, com a intenção de dar novamente vigor à veneranda Instituição, apresentam também disposição para celebração dos concílios particulares. O cânon 281, do citado Código, referia-se ao concílio em plenário,estabelecendo que pudesse celebrar com autorização do SumoPontíficem, ou seja, do Papa, que designava um delegado para convocá-lo e presidi-lo.
No mesmo código previa-se a celebração dos concílios provinciais e de conferências ou assembléias dos bispos de uma província, para tratar dos problemas das dioceses e preparar o concílio provincial. E no novo Código de Direito Canônico, de 1983, contém igualmente ampla regulamentação sobre os concílios particulares, sejam plenários ou provinciais.
No século passado, em consonância com a tradição dos concílios particulares, nasceram em diversos países, por razões históricas, culturais e sociológicas e por objetivos pastorais específicos as Conferências dos Bispos, (como a CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e a Conferência dos Bispos Latino Americanos). Tendo a finalidade de enfrentar várias questões eclesiais de interesse comum e encontar as soluções mais oportunas para as mesmas. Ao contrário dos concílios, essas conferências tiveram um caráter estável e premanente.
O Concílio Vaticano II, no Decreto “Christus Dominus”, trata expressivamente das Conferências dos Bispos, pondo em relevo o fato de estarem já constituídas em muitas nações e estabelecendo normas particulares para as mesmas. O Concílio reconheceu a oportunidade e a fecundidade de tais organismos, considerando muito convivente que, em todo mundo os bispos da mesma nação, reuniam-se em assembleias periodicamente, para que, da comunicação de pareceres e experiências e trocas de opiniões, resulte uma santa colaboração de esforços para o bem comum de toda Igreja.
“Não podemos, caríssimos, de modo algum, duvidar que toda a observância cristã procede de instruções divinas e de que tudo o que a Igreja recebeu como costume de devoção provém da tradição apostólica e do ensinamento do Espírito Santo”.
Eu não poderia iniciar esta matéria sem o auxílio da voz sábia da Igreja, de São Leão Magno, Papa e Doutor da Igreja.
É pela graça de Deus que temos a Igreja Católica, desde Pedro até os dias de hoje, guardiões da fé e administradores dos sacramentos. Se não fosse pelos Apóstolos e a sua sucessão, hoje, caro leitor, você não receberia a Sagrada Eucaristia e os demais sacramentos.
Nossa amada Igreja foi constituída do Coração de Jesus na Cruz e assentada na fé dos Apóstolos. Veja o que fala Paulo sobre a Igreja:
“Edificados sobre o fundamento dos Apóstolos e profetas, tendo por pedra angular o próprio Jesus Cristo”. (Ef 2, 20)
É uma Igreja sem igual saber que estamos na casa do Pai, sob sua proteção e amor. Simplesmente não há como deixar esta casa!
Cristo escolheu os Apóstolos (Lc 6, 12-16) e o chefe da Igreja (Mt 16, 18-19), entregando à Simão Pedro a autoridade e a confiança na sua administração.
“E eu te declaro: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; e as portas do inferno nunca prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: Tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus”.
Cristo dá uma novo nome a Simão. Isso se chama “onomástico”, ou seja, um nome que traduz a missão do religioso. Neste caso, Cristo demonstra a missão do nosso primeiro Papa: “Eu te declaro: Tu és Pedro”, ou seja, você é a pedra, a rocha, a coluna sobre a qual edificarei a minha Igreja. Meu coração se enche de alegria ao escrever esta matéria, pois Pedro cumpriu sua missão como ninguém. A Igreja permanece inabalável por mais de dois mil anos, pelas mãos de Pedro e de seus sucessores.
Foi Cristo quem deu a autoridade de confirmação da Igreja a Pedro (Lc 22, 32): “Mas eu rogarei por ti, para que a tua confiança não desfaleça e tu por sua vez, confirma os teus irmãos.”
E isso aconteceu pela primeira vez com o diácono Estêvão (Atos, 6). E, desde então, o chefe da Igreja confirma seus novos bispos. Desde o tempo de Pedro e dos outros Apóstolos, não houve interrupção. Pedro ordenou seus bispos e padres (ou presbíteros), que continuaram Ordenando novos bispos e padres, até os dias de hoje , numa linha contínua de amor, confiança e sobretudo, estável.
“Eu te declaro: Tu és Pedro, (=rocha, pedra), e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja.” (Mt. 16, 18)
Esta frase de Nosso Senhor Jesus Cristo enfatiza a criação de sua Igreja e, literalmente, (não só da Igreja espiritual que somos nós), mas, da Igreja prédio, edifício, construída de argamassa, pedra, areia, etc.
Naquela época, o regime Romano condenava à morte, pela crucificação, alguns presos, tanto que foram crucificados dois ladrões ao lado de Cristo. São pedro foi martirizado em Roma, recebendo por condenação, a crucificação, tendo como último pedido, que fosse crucificado de cabeça para baixo, por não se achar digno de morrer como Jesus Cristo.
Foram realizadas algumas escavações arqueológicas em Roma, sendo localizado um túmulo sob a Basílica Vaticana, com inscrições a carvão (graffiti), com honrosas a São Pedro. Vejam, amados leitores (deste amigos deste blog), a Igreja de Cristo, fora de fato, edificada sobre a Rocha (Pedro).
Roma foi o Império mais poderoso durante décadas. Em 330 d.C. , o filho de Santa Helena, o Imperador Romano Constantino, se converteu ao cristianismo e proibiu a perseguição aos cristãos através do “Edito de Milão”. Não bastasse isso, o Imperador Constantino transferiu a capital do Império para Bizâncio (hoje Istambul, na Turquia). Roma ficou sendo administrada por um conselho ligado ao Imperador. Entretanto, a cada dia que passava, o Império ia perdendo o interesse por Roma, no Ocidente. e em 391 d.C o Imperador Teodósio reconheceu a Igreja Católica Apostólica Romana como religião oficial do Império Romano e os cultos pagãos foram proibidos.
A palavra Papa (ou “Pai de Todos”), foi dada ao bispo de Roma sucessor de Pedro na reestruturação da Igreja. Antes os bispos eram chamados de Patriarcas quando a Igreja ainda tinha sua sede em Constantinopla (hoje Istambul, na Turquia); por razões internas as duas igrejas se “separaram” não espiritualmente mas, em razões doutrinárias, como o uso das imagens por exemplo. A Igreja de Roma aprovava o uso das imagens e a Ortodoxa não as aprovava. Houve uma divisão de idéias que ficou conhecido como “Cisma do Oriente”.
E a Igreja Católica de Constantinopla foi chamada de Igreja Católica Ortodoxa Grega. Mas as duas fazem parte da Igreja Unirvesal e portanto é a mesma Igreja Católica tanto Romana (no Ocidente) quanto Ortodoxa (no Oriente). O papa, assim como os Patriarcas são sucessores dos Apóstolos. Diferente do que aconteceu na Reforma protestante no séc. XVI. As “Igrejas” Católica e Ortodoxa não se separaram, elas apenas tiveram um pequeno afastamento que depois foi superado com a visita dos Papas sobretudo João Paulo II e Francisco, atualmente, reunindo-as em um só corpo a IGREJA CATÓLICA oriental e ocidental, como de fato elas são uma só em Cristo. As tradições e a liturgia do Oriente e do Ocidente foram conservadas e a mesma fé. O que não conteceu com os protestantes após a reforma de 1517 que se separaram da verdadeira Igreja. Não conservaram a união com o Corpo de Cristo rejeitando a Doutrina Católica e a Tradição da Igreja trocando-a pelo fundamentalismo religioso onde a Bíblia única sua fonte de fé. Revoltaram-se contra o papa e contra as leis e a doutrina da Igreja. (Texto de Elmando Toledo)
Continuando a reflexão de Ir. Leonardo …
A figura do bispo de Roma crescia cada vez mais, tendo feitos inimagináveis, como o do Santo Padre, o Papa Leão Magno, que convenceu o bárbaro Átila (o Huno) a desviar seu caminho e deixar Roma intacta de sua pilhagem (destruição da cidade, roubo de mercadoria e alimentos, e escravização da população).
Com feitos como esse, Roma deixou de ser devastada diversas vezes. Era comum à época dos nobres doarem bens em nome do crescimento da Igreja, ainda em vida ou após à morte como espólio, aumentando, desta forma os bens da Igreja.
Com isso a pessoa do Santo Padre crescia como pai espiritual, carregando consigo a sina de ser Tutor Público dos bens de Roma, passando o legado de uma Papa a outro.
Com o passar do tempo, vários governantes da Itália e do Mundo tentaram retomar a sede de romana. Porém, esta disputa terminou em 11/02/1929, com o Tratado de Latrão, reconhecendo a absoluta soberania do Papa como chefe da Cidade do Vaticano, o menor Estado do Mundo, que recebeu o Direito Diplomático entre os demais Estados, ou seja, o Vaticano tornou-se um País.
Com isso encerramos uma boa parte da História de nossa Igreja. Agora podemos dizer de verdade: “Sou Católico Apostólico Romano”.
Texto de: Ir. Leonardo Duarte Bastos, obl. OSB.
nto Padre, o Papa Leão Magno, que convenceu o bárbaro Átila (o Huno) a desviar seu caminho e deixar Roma intacta de sua pilhagem (destruição da cidade, roubo de mercadoria e alimentos, e escravização da população).
Com feitos como esse, Roma deixou de ser devastada diversas vezes. Era comum à época dos nobres doarem bens em nome do crescimento da Igreja, ainda em vida ou após à morte como espólio, aumentando, desta forma os bens da Igreja.
Com isso a pessoa do Santo Padre crescia como pai espiritual, carregando consigo a sina de ser Tutor Público dos bens de Roma, passando o legado de uma Papa a outro.
Com o passar do tempo, vários governantes da Itália e do Mundo tentaram retomar a sede de romana. Porém, esta disputa terminou em 11/02/1929, com o Tratado de Latrão, reconhecendo a absoluta soberania do Papa como chefe da Cidade do Vaticano, o menor Estado do Mundo, que recebeu o Direito Diplomático entre os demais Estados, ou seja, o Vaticano tornou-se um País.
Com isso encerramos uma boa parte da História de nossa Igreja. Agora podemos dizer de verdade: “Sou Católico Apostólico Romano”.
Texto de: Ir. Leonardo Duarte Bastos, obl. OSB.