Efésios 1.12 – Os Judeus como Glória do Senhor – Exposição em Efésios – Sermão pregado


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Efésios 1.12 – Os Judeus como Glória do Senhor
Exposição em Efésios – 
Sermão pregado dia 20.05.2012
“Com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro esperamos em Cristo” (Ef 1.12).

 

Após termos visualizado os ditos de Paulo acerca de que todas as coisas acontecem “segundo o conselho da sua vontade” (v. 11), ele passa agora a ensinar àqueles irmãos sobre que, não obstante a rebeldia e ingratidão do povo judeu, mesmo assim o Senhor tinha um plano especial para com aquele povo, de modo que pela Sua grande e excelsa misericórdia, aprouve-Lhe expor e magnificar Seu nome primeiramente dentro dos arraiais israelitas.
É importante atentarmos para o fato de Paulo enfatizar a questão judaica e de como ela era importante para ele. O apóstolo é firme ao dizer que eles, os judeus, foram o alvo primeiro da salvação e que aguardavam em Cristo Jesus. Isso lembra-nos do diálogo que Jesus teve com a mulher samaritana, onde após ser indagado sobre qual o lugar certo para adorar, ouve do próprio Senhor: “Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus” (Jo 4.22). Em outras palavras, o Messias estava lhe dizendo que embora ela conjecturasse que de fato adorava verdadeiramente ao Eterno, na verdade adorava algo que não conhecia e, portanto, não adorava de maneira verdadeira. Jesus deixou bastante explícito para tal mulher que era-lhe impossível adorar algo que não se conhecia; aliás, que era uma insensatez o que ela estava tentando realizar, pois como adoraria a quem não era cônscia? Em consoante, Paulo afirma aos romanos: “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue?” (Rm 10.14). Era, então, necessário que os samaritanos primeiro ouvissem acerca do Cristo, para somente depois passarem a cultuá-Lo.
Ainda que já tenhamos notado em alguns momentos sobre o sermos criados para o louvor da Sua glória, importa-nos analisar ainda por um pouco a forma de como os crentes judeus foram feitos e usados para o louvor da glória do Senhor.
Em primeiro lugar, os judeus haviam sido predestinados para o louvor da glória do Senhor, pois uma vez que tinha sido do agrado de Deus o levantar-se no seu meio, a glória do Artífice estaria também entre aquele povo. Em segundo lugar, embora rejeitassem inúmeras vezes a Sua Lei e muitos não tivessem aceito o Messias, aprouve ao Senhor, por causa da dureza de seus corações (e também de Seu decreto divino para isso), expandir o evangelho a todas as nações (como já vimos anteriormente). Em terceiro lugar, a obstinação do coração do povo judeu, em vez de trazer ignomínia sobre o Senhor e envergonhá-Lo, na verdade fez com que Ele fosse glorificado, pois quando um povo rejeita a obra salvífica do Senhor, demonstra-se que ele não estava com o coração pré-disposto a confiar no Senhor, o que inevitavelmente rende glórias ao Senhor por Sua eterna, santa sabedoria e ordenança divina. É isso que o próprio Cristo afirmou: “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más” (Jo 3.18-19).
Cristo foi também glorificado em meio aos judeus durante as batalhas que venciam. Um exemplo magnífico é a destruição do exército egípcio pelas águas do mar vermelho. Notemos que não houve qualquer benfeitoria humana para que o exército afundasse nas profundas águas; os homens não cooperaram com o Senhor para tal feito – tudo, absolutamente tudo se deu por causa da gloriosa obra do Senhor. “Então cantou Moisés e os filhos de Israel este cântico ao SENHOR, e falaram, dizendo: Cantarei ao SENHOR, porque gloriosamente triunfou; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro” (Êx 15.1). A destruição dos povos, perante a nação israelita, glorificava ao Senhor, pois isso fortalecia-os na fé e rendia louvores ao Senhor dos Exércitos pelos Seus grandes feitos.
Porém, mesmo em meio a toda manifestação de Cristo entre os judeus, eles não O tiveram em grande estima. Vejamos quão perversos foram, pois “vós negastes o Santo e o Justo, e pedistes que se vos desse um homem homicida” (At 3.14. Contudo, isso também glorificou ao Senhor, pois era parte do plano divino – “A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos de injustos” (At 2.23). Portanto, todas as coisas que ocorreram com o povo judeu, de um modo ou de outro glorificaram ao Senhor, pois, nas palavras do salmista, “Verdadeiramente bom é Deus para com Israel, para com os limpos de coração” (Sl 73.1).
Agora, vejamos a segunda metade do versículo: “nós os que primeiro esperamos em Cristo”. Entendamos a partir de Romanos 3 como isso se desdobra.
“Qual é pois, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão? Muita, em toda a maneira, porque, primeiramente, as palavras de Deus lhe foram confiadas. Pois quê? Se alguns foram incrédulos, a sua incredulidade aniquilará a fidelidade de Deus? De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso” (Rm 3.1-4).
Ser o porta-voz de um grande Rei é sempre um nobre chamado; ser convocado e receber as dádivas primeiro do que todos os outros, é certamente confortante e traz grande alegria ao coração aflito. Isso foi o que aconteceu com os judeus: foram os primeiros a ouvir a mensagem da salvação, os primeiros a ansiarem pela vida eterna com o Senhor, os primeiros a colherem os frutos da bênção celestial, o povo do qual veio o Messias e Salvador de todos os crentes. Se hoje somos abençoados e atingidos pela graça de Deus (assim como foi a igreja de Éfeso), isso se deu por causa do Senhor que determinou nascer entre o povo judeu e, posteriormente, expandir Sua palavra por todas as nações.
No entanto, para que nenhum judeu se orgulhasse e tivesse altivez de espírito, o apóstolo proclama: “Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado; Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só” (Rm 3.9-12). Aqui, perguntamo-nos, então: quais as vantagens que o apóstolo proclama em ter-se nascido judeu? A resposta encontra-se não em algum pressuposto bonificador ou nalguma vantagem extra em relação ao povo gentil, pois ele continua e finaliza dizendo aos romanos: “É porventura Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente, Visto que Deus é um só, que justifica pela fé a circuncisão, e por meio da fé a incircuncisão” (Rm 3.29-30).
No próximo versículo o apóstolo irá tratar sobre a fé salvífica dada e selada nos corações dos crentes gentílicos, mas, por ora, apontemos breve questões acerca de como o povo judeu esperou em Cristo.
Aguardavam o Salvador de suas vidas. “E naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos, e ele nos salvará; este é o SENHOR, a quem aguardávamos; na sua salvação gozaremos e nos alegraremos” (Is 25.9).
O intuito do profeta não era dizer-lhes que eles ainda não eram salvos por Jesus Cristo, pois conforme bem sabemos, os crentes judeus do Antigo Testamento eram salvos exatamente da mesma maneira que nós, apenas que sua perspectiva era futura; a nossa, passada. O povo israelita sabia que o Senhor enviaria o Salvador para, de uma vez por todas, fazer a expiação por todos os pecados de todos os Seus filhos. Jonas registrou esse correto entendimento: “Do SENHOR vem a salvação” (Jn 2.9).
Esperaram somente em Cristo a salvação. “O SENHOR é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em quem confio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio” (Sl 18.2).
Mesmo diante de toda tribulação, dificuldade, sofrimentos e mortes, por terem a promessa do Messias que haveria de vir, os israelitas podiam confiar no Senhor. Muitos são os que se enganam nesse ponto, pois pensam que a promessa para tal povo era tão somente a terra – física – prometida, enquanto para nós a terra prometida é a Jerusalém celestial. Lembremos ainda outra vez das palavras de Jesus: “São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos” (Lc 24.44). Não era possível ao Senhor apenas entregar-lhes um boa terra e boas farturas, pois se assim fosse, a sua recompensa não estaria nos céus (Ef 1.3), mas sim na terra – conforme também escreve o autor de Hebreus, “Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura” (Hb 13.14).
Apesar da morte ter sido decretada aos seu primeiros pais (Adão e Eva), eles reconheciam que ela não os podia deter, pois estavam em Cristo. “O nosso Deus é o Deus da salvação; e a DEUS, o Senhor, pertencem os livramentos da morte” (Sl 68.20).
Paulo também expressou seu entendimento quando disse: “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?” (1Co 15.55). Pela maravilhosa graça que também era necessária e muito evidente nos relatos veterotestamentários, o povo judeu sabia que apesar de seus pares virem a falecer e muitas mortes haverem de sofrer, a morte não os podia derrotar, pois uma vez que tinham o ensinamento de que eram peregrinos pela terra, devendo ansiar pelo Messias e por Sua volta zelar, podiam viver sem o temor da morte. Paulo, sendo judeu, expressou, novamente, isso mui claramente: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fp 1.21). Ou seja, o judeu crente nas promessas do Senhor, reconhecia e esperava pacientemente a vinda do Ungido e tão grande libertador.
Havia pacto entre o Senhor e seu povo. “E eu vos tomarei por meu povo, e serei vosso Deus; e sabereis que eu sou o SENHOR vosso Deus, que vos tiro de debaixo das cargas dos egípcios” (Êx 6.7). No advento de Cristo, dada a maciça proclamação do evangelho por todos os lugares, talvez alguns judeus pudessem estar pensando que O Senhor os havia abandonado, que já não lhes cuidava com antes, por isso o apóstolo escreve-lhes e diz: “Digo, pois: Porventura rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum; porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu… (Rm 11.1-2). Mas também em face da grande revolta que a vinda de Jesus gerou, muitos estavam descrentes, como que imaginando que não sobraria sequer um judeu no povo de Israel. Para esses, Paulo também lhes consola e diz: “Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça”(Rm 11.5).
Paulo ampliará, no versículo seguinte como isso se estendeu até o povo gentio, mas, até aqui, reconheçamos quão agraciados foram aqueles homens judeus, a ponto de, por sobre toda a terra, durante milhares de anos, somente eles serem agraciados com visita divina dos céus e com a firme esperança que não os podia demover da rocha que é Cristo.
“Só ele é a minha rocha e a minha salvação; é a minha defesa; não serei abalado” (Sl 62.6).
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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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