De noite, quando Nicodemos foi ter uma conversa com Jesus, ele ouviu algo espantoso de Cristo: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.” (João 3.5-7) Nicodemos era mestre em Israel, homem de bem, religioso e portanto altamente considerado na sociedade judaica. Mas será que ele havia interpretado mal as palavras de Jesus?
A expressão “nascer de novo” entre os judeus era muito comum naqueles dias. Quando uma pessoa que não era judeu desejava se tornar um seguidor do judaísmo passava pelo ritual do batismo, e a partir daí era conhecido como “prosélito”. Mas o que Cristo estava dizendo a Nicodemos não tinha nada a ver com proselitismo. Ele falava de uma mudança espiritual, interna, operada exclusivamente pelo Espírito Santo de Deus em nós. Nicodemos precisava entender que o ato de “nascer de novo” ia muito além de um mero ritual. Significava morrer para o pecado, morrer para o eu eo o mundo. Este mesmo ensino o apóstolo Paulo repassou aos romanos: “Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 6.11)
Todos nós nascemos sob o efeito do pecado. Esse assunto é largamente explicado nas escrituras, e especialmente no livro de Romanos. É lá que encontramos o texto clássico: “porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.” (Romanos 3.23)
Não somente Nicodemos, mas os demais judeus precisavam compreender o perigo da escravidão espiritual. Em João 8.32 Cristo afirmou: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Mas os judeus não se viam escravos! Vejamos o restante da conversa: “Responderam-lhe: Somos descendência de Abraão, e nunca servimos a ninguém; como dizes tu: sereis livres? Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado. Ora o servo não fica para sempre em casa; o Filho fica para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. Bem sei que sois descendência de Abraão; contudo, procurais matar-me, porque a minha palavra não entra em vós.” (João 8.33-36)
Se os judeus não aceitaram a mensagem de arrependimento, ela foi aceita entre os romanos e assim muitos foram libertos. Paulo lhes escreveu nestes termos: “Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues.” (Romanos 6.17) Paulo leva os romanos ainda à uma profunda reflexão: “E que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte. Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 6.21-23)
Este é o evangelho de Cristo. O dom gratuito de Deus – a vida eterna. Esta mensagem tem sido pregada até hoje ao redor do mundo. Ela traz a libertação completa da infidelidade, da mentira, do homossexualismo, do roubo, das drogas, do adultério, da prostituição, do alcoolismo etc. Mas a grande questão é: já estamos libertos? Você já está liberto por Cristo? Considere o texto de Gálatas 5.1: “estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão.” A entrega de nossa vida a Cristo significa nada mais que uma permissão para que Ele viva em nós e através de nós. Em Gálatas 2.20 Paulo relata esta sublime experiência: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.”
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