Decisão do DEM contra reeleição não tem valor jurídico, diz governadora Rosalba
Por Jotta àiva – De Brasília
A governadora Rosalba Ciarlini (DEM) não reconhece as últimas decisões de uma pequena parte do Democratas que tenta inviabilizar o seu nome à reeleição. Em Brasília (DF), nesta quarta-feira, 4, ela disse que, do ponto de vista jurídico, a decisão do último dia 2, divulgada aos quatro ventos, não tem legalidade e ela continua no jogo. “Os dados não estão jogados, a questão não está definida”, enfatizou.
Rosalba lembrou que o partido tem 120 delegados que podem dar um novo rumo a essa questão na convenção do próximo dia 15. No último dia 2, ela teve a reprovação de apenas 45 nomes, dos 55 que opinaram sobre o tema.
A governadora não aceita ainda o argumento da proporcional, uma vez que, para ela, a proporcional é um assunto que se trata depois da majoritária. “Espero que o partido resolva essa questão da legenda para a candidatura majoritária, para podermos montar o arco de alianças necessárias”, explicou.
Na queda-de-braço dentro do DEM, a governadora não apenas demonstra maturidade, como mais jogo de cintura para organizar o projeto do partido. Tem sido isso, inclusive, que vem fazendo lideranças, como o ex-deputado federal Ney Lopes e o deputado estadual Getúlio Rego, apresentar desagravo à tentativa do senador José Agripino de desmontar a legenda.
Rosalba, que se mantém liderança inconteste desde a década de 1980, sabe que o jogo não termina antes do último apito do juiz. Além de ter provocado um racha no DEM, a posição do presidente estadual demonstra ser extemporânea. Nos bastidores políticos, não se escuta outra coisa senão a desconfiança de que o tal “chapão” de Henrique tem prazo de validade.
Rosalba é apontada pelos líderes como liderança isolada, mas a realidade tem mostrado outra coisa. É por isso que ela afirma que lutará até o fim, não apenas pelo direito constitucional de ir à reeleição, mas de tentar salvar um partido que corre o risco de implodir devido decisões, como as que vêm acontecendo atualmente.
A FALSA INELEGIBILIDADE
Dizer que Rosalba está inelegível é um argumento que tem colado, embora não seja verdade. Existe um processo nesse sentido, mas é preciso levar em consideração o princípio da inocência. Ou seja: a governadora só se tornaria inelegível caso seja julgada e condenada no TSE, o que não foi.
Ela acabou de ser inocentada no mesmo bolo de processos, quando a Justiça entendeu que não cabe impor inelegibilidade ou perda de mandato no caso do uso do avião durante a eleição municipal de 2012. No entender da assessoria de Rosalba, esse é um precedente fundamental nessa discussão tão distorcida.