O jornal destaca que, apesar de ter variado dentro da margem de erro, a presidente Dilma apresenta recuo gradual nos últimos levantamentos, enquanto os adversários estão em ascensão. Dessa forma, segundo a pesquisa Datafolha, a petista teria hoje 37% das intenções de voto contra 38% da soma dos outros candidatos, o que aponta para uma situação de empate técnico e diminui a possibilidade de Dilma vencer no primeiro turno a eleição de 5 de outubro.
A pesquisa indica ainda que Dilma venceria o segundo turno nas eleições contra qualquer dos dois principais adversários. No cenário em que a presidente enfrentaria Aécio Neves, ela registrou 47% das intenções de voto contra 36% do tucano. Um mês antes, Dilma aparecia vencendo no mesmo cenário com 50% das intenções de voto contra 31% de Aécio e, em fevereiro, a vantagem era de 54% contra 27%.
Já no cenário contra Eduardo Campos (PSB), Dilma tem 49% da preferência dos eleitores contra 32% do pessebista. Na última pesquisa, Dilma vencia Campos com 51% da preferência dos eleitores, enquanto ele teria 27%. Em fevereiro, ela tinha 55% contra 23% dele.
A pesquisa Datafolha foi feita entre os dias 7 e 8 de maio com 2.844 pessoas em 174 municípios. O levantamento foi registrado junto ao Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR-00104/2014.
Apesar da possibilidade de segundo turno, assessores da presidenta Dilma consideram os números positivos para a campanha da petista. Segundo análises do comando político, a queda nas intenções de votos está estabilizada. Além disso, outro dado que deixou aliviado o Planalto foi a constatação de que a presidenta ganha em todas as regiões do País e que venceria qualquer um dos adversários num eventual segundo turno.
Diante deste quadro, a estratégia do Planalto é continuar colocando a presidente em exposição, ampliando as reuniões com os diversos segmentos – que vão da imprensa aos empresários – sob a argumentação de que Dilma fala “com convicção”, sabe defender seus pontos de vista, tem disposição e se sai muito bem quando estabelece o enfrentamento político.
Em relação à situação econômica, em geral, o governo entendeu que o fato de 41% dos entrevistados dizerem que acham que o quadro permanecerá como está, não é, necessariamente, uma expectativa ruim. O contraponto é que 43% entendem que a situação econômica vai melhorar. A rejeição, outro fator sempre preocupante, também foi considerado o esperado. “Já estava na conta”, comentou um interlocutor, ao lembrar que, em tese, quem é mais conhecido entre os três pré-candidatos, que é o caso da presidente Dilma, naturalmente é também o mais rejeitado.