13/07/2014 10h49 – Atualizado em 13/07/2014 11h41
Comentaristas analisam a geração perdida: Kaká, Robinho, Adriano e R10
Juninho Pernambucano, Júnior, Caio Ribeiro e Roger Flores explicam a desvalorização dos quatro craques e os motivos da ausência na Copa do Mundo
Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Adriano e Robinho são jogadores consagrados e com história na seleção brasileira. Veteranos entre 30 e 34 anos, os quatro foram deixados de lado na hora da lista final para a Copa e não puderam colaborar com sua experiência. O Esporte Espetacular conversou com os comentaristas da TV Globo, os ex-jogadores Juninho Pernambucano, Junior, Caio Ribeiro e Roger Flores, para entender por que esses jogadores ficaram tão longe do brilho do passado e perderam valor de mercado. (clique no vídeo e confira a reportagem completa)
– Eles são da mesma geração, mas são casos diferentes. O Kaká e o Ronaldinho… é a competição que existe na vida, o tempo passa, os novos jogadores surgem. Entre os dois, eu teria levado um, e teria sido o Kaká – afirma Juninho Pernambucano.
Kaká foi comprado pelo Real Madrid em 2009 por incríveis R$ 195 milhões. No ano passado, de volta ao Milan, estava avaliado em R$ 30 milhões. Agora, acaba de deixar o clube italiano para jogar no Orlando City pelo valor de R$ 20 milhões, e acabou emprestado ao São Paulo nos seis meses iniciais de contrato com os americanos da MLS.
– O Adriano talvez seja o caso mais grave de todos, porque ele abandonou a carreira precocemente. Ele seria o nosso camisa 9. Gosto muito do Fred, mas o Adriano em forma seria a grande esperança de gol para essa Copa do Mundo. Seriam jogadores que poderiam, além de acrescentar muito pela experiência e pela qualidade que têm, tirar um pouquinho da pressão do Neymar, Oscar e Hulk – explica Caio Ribeiro.
De 2012 até este ano, Adriano disputou apenas oito jogos, quatro pelo Corinthians e quatro pelo Atlético Paranaense, marcando apenas um gol em cada clube. Quando jogava pelo Internazionale em 2008, o Imperador chegou a valer mais de R$ 66 milhões. Mas foi se desvalorizando até ser avaliado em menos de R$ 1 milhão na fracassada passagem pelo Furacão neste ano.
– Opções por noitadas, por bebidas, isso praticamente fez com que abandonasse o futebol. Até hoje a gente não sabe se o Adriano continua jogando ou não. Se esses quatro jogadores continuassem rendendo o máximo, sem dúvida nenhuma somariam demais pra seleção brasileira. Você dividiria a pressão e a responsabilidade e conseguiria dar pra jogadores mais jovens uma liberdade maior – afirma Roger.
Uma geração talentosa que se foi antes da hora. Robinho chegou ao Real Madrid em 2005 valendo R$ 72 milhões em 2008. No Manchester City, custava quase 130 milhões. Dois anos depois, já valia menos da metade. Agora, está avaliado em 19 milhões. Ronaldinho Gaúcho já valeu quase R$ 100 milhões em 2003. Em 2008, o Milan pagou R$ 75 milhões para tirá-lo do Barcelona. Apenas três anos depois, já no Flamengo, valia R$ 9 milhões. Agora, no Atlético-MG e já com 34 anos, está avaliado em menos de R$ 5 milhões.
Jogadores campeões do mundo como R10 e Kaká poderiam servir como esteio na hora da pressão. Assim imagina Junior, ex-jogador da Seleção nas Copas de 1982 e 1986.
– Pela cabeça, pela mentalidade, é um jogador que não ia pressionar o treinador de forma nenhuma para jogar, e fora de campo, pela experiência, por já ter sido campeão do mundo, poderia dar uma força muito grande – explica o comentarista.