Com a tragédia que atingiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro e chocou o Brasil na noite desse domingo (2), a atenção acerca da segurança, estado e conservação dos institutos espalhados pelo país precisou dobrar. O Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN) corre riscos de incêndio pelos mesmos fatores, segundo Ormuz Simonetti, presidente do Instituto.
Não é só a fachada do prédio que apresenta marcas do século passado, mas as instalações elétricas também, de acordo com o presidente. A administração da instituição espera mais recursos desde o ano passado, quando foram solicitados R$ 300 mil para manutenções, principalmente para destinar a parte de fiação elétrica e, até agora, apenas 33% desse valor foi liberado.
Com os R$ 100 mil recebidos em abril deste ano, o IHGRN tomou medidas paliativas para tentar amenizar os riscos de um possível curto-circuito, segundo Ormuz Simonetti. A direção do instituto ainda desabafou sobre a falta de valorização da história e memória por parte das entidades governamentais. ”A cultura é muito desprezada”, declarou Simonetti.
Pedro Simões, coordenador geral do IHG, destacou que a fiação elétrica do prédio é tão antiga que ainda é monofásica. No entanto, esse não é o único problema que precisa de reparo urgente. Uma área do prédio que fica ao lado da biblioteca está quase tomado pelo cupim, e assim, o inseto pode chegar ao acervo bibliográfico a qualquer momento, segundo Pedro. Além disso, há uma forte umidade no ambiente.
O coordenador disse ainda que, em junho do ano passado, a construção passou por uma reforma, mas como o IHG é responsabilidade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), todas as decisões de alteração na estrutura é dever do órgão.
Já no Rio de Janeiro, as causas do incêndio ainda são desconhecidas e serão investigadas. O fogo começou por volta das 19h e só foi controlado oito horas depois.
O acervo do Instituto Histórico e Geográfico do RN
O acervo é composto de esculturas, adereços, artefatos, telas, retratos, fotografias, documentos e livros amealhados ao longo de nossa história, fruto de doações à instituição, que se distribuíam em salas e estantes designadas.
Algumas peças são destaque como a Coluna Capitolina, trazida a bordo do navio Lanzeroto Mlocello e inaugurada em 8 de janeiro de 1931 na esplanada cais do Porto, no bairro da Ribeira, em Natal; o busto do Padre João Maria; foto de Alberto Maranhão e outras peças.
Com informações do Portal OP9.