O desenvolvimento econômico deve receber ares de prioridade na gestão do futuro governador Robinson Faria (PSD), a tomar posse no dia 1º de janeiro de 2015. Somente assim, o Estado do Rio Grande do Norte se desenvolverá. E mais: o governo eleito poderá ter um aliado importante no processo de elaboração de políticas de desenvolvimento econômico: a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), sobretudo o corpo de especialistas do Departamento de Economia, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA).
A tese é do economista e professor da UFRN Wellington Duarte. Em entrevista nesta sexta ao Jornal da Cidade, da FM 94, Duarte defendeu uma imersão do governo no meio acadêmico como maneira de dotar a gestão pública estadual de expertise. “O Rio Grande do Norte só se desenvolve a partir de um governo que tenha como premissa o desenvolvimento econômico. Como fazer isso? Os governos eles têm sido muitos lenientes em relação ao maior instituto de cérebros que você tem no RN, a universidade. Não se aproveita isso”, aponta.
Na avaliação do professor, a UFRN é dotada de equipes dos mais variados valores. “E eu não tenho conhecimento que tenha nenhuma restrição, ou impedimento ou falta de convicção na universidade em ajudar o Estado”, afirmou, destacando o caso específico do Departamento de Economia, do qual ele é vice-chefe. “Você tem mais de 20 professores lá, especialistas em várias áreas à disposição”, ressaltou, defendendo que o governo estadual deve ousar e pensar o Estado como querendo crescer. “O Robinson está dizendo nos outdoors que ele quer ser diferente”.
INVESTIMENTOS
Para crescer, o RN necessita de investimentos. Os recursos do empréstimo de R$ 850 milhões a ser tomado ao Banco do Brasil são citados pelo economista como algo positivo, desde que investidos em melhorias efetivas para o Estado. “Obras geram empregos, renda e o aumento da cadeia. A retomada de obras públicas é fundamental para se desenvolver essa cadeia, inclusive o caso do aeroporto, que é muito grave ali. O consórcio está enfrentando grandes dificuldades e o governo do Estado lava as mãos?!”, questiona.
Nessa discussão, saber para onde e como crescer são perguntas centrais. “Não gosto muito dessa ideia de reunião, de comissão. Acho que já nos reunimos muito, já se fez muita coisa. Acho que o governo tem que partir de uma coisa científica, meta. Qual a meta de crescimento do RN para 2015? Aonde nós vamos crescer? Você tem que pegar as pessoas que fazem planejamento e tentar estabelecer essa meta e trabalhar por ela. E não fazer as metas do plano plurianual, as intenções, e nunca se cumpre”.
Para o professor, passou da hora de o Rio Grande do Norte ser superficial. É preciso ir além, aprofundar. “Não podemos mais viver dessa forma. Nós vamos crescer, mas não sabemos para onde. Se você tem um governo que tem essas premissas (citadas acima), você vai saber tomar decisões corretas”, declarou.
Na visão do professor, o governo que se finaliza, da pediatra Rosalba Ciarlini (DEM), deixa o Estado em “condições catastróficas”, “na UTI”. “Se você acompanhar os fóruns econômicos que vêm sendo feitos no final desse ano, qual é o grande sinal que os empresários esperam de uma maneira geral? É que o Estado atue: obras de infraestrutura, melhorias na gestão fiscal, inclusive uma revisão no PROADI. Então, tudo passa pelo Estado e é preciso que o Estado faça bem o que deve ser feito para induzir o próprio desenvolvimento”, finalizou.