Durante discurso aos governadores de todo o país, a presidente Dilma Rousseff reconheceu que o Brasil passa por “dificuldades”, como a alta da inflação e a desvalorização da moeda, e pediu ajuda aos chefes nos Estados para “enfrentar os problemas juntos”. Em tom de desabafo, a presidente afirmou que sabe “suportar pressão e até injustiça”, em um claro recado aos setores da oposição que defendem seu impeachment. “Eu não nego as dificuldades, mas afirmo que todos nós, e o governo federal em particular, temos como enfrentar essas dificuldades e em um prazo bem mais curto do que alguns pensam. […] É importante estabelecer parcerias e enfrentar os problemas juntos”, declarou Dilma nesta quinta-feira (30).
Sob críticas de que governa de maneira centralizadora, a presidente disse que tem “ouvidos e coração” abertos para receber críticas e sugestões. “Eu, pessoalmente, sei suportar pressão e até injustiça e isso é algo que qualquer governante tem que se capacitar e saber que faz parte da sua atuação. Tenho ouvido aberto, enquanto razão, e o coração, enquanto sentimento, para saber que o Brasil que cresceu e não se acomoda é o Brasil que nós queremos, que sempre quer mais”, declarou.
Em uma fala de pouco mais de trinta minutos, Dilma elencou problemas econômicos que o Brasil enfrenta, segundo ela, desde agosto de 2014, como “o colapso no preço das commodities, a grande desvalorização da moeda, com impacto nos preços e na inflação”. Mas afirmou que “isso não é desculpa para ninguém”.
O objetivo da presidente era dividir com os governadores a responsabilidade de evitar a aprovação de projetos no Congresso que impliquem em mais gastos para a União e, consequentemente, para os Estados. Dilma disse ainda que o governo federal “tem que arcar com a responsabilidade e assumir suas condições” mas, ao mesmo tempo, “algumas medidas afetam os Estados e, portanto, os governadores têm que ter clareza” da situação.
Postado por Altonoticias