O país volta às urnas neste domingo com o exemplo de 2014 ainda vivo na lembrança. Na eleição para presidente, Dilma Rousseff dizia que tudo ia bem e chamava de pessimistas os que alertavam para os problemas na economia. A tentativa de iludir não se sustentou por muito tempo. Desde outubro de 2014, o número de desempregados saltou 86%, para 12 milhões de pessoas. São 5,5 milhões de trabalhadores a mais procurando um emprego sem encontrar.

A preocupação era real. O país entrou em recessão quando os artificialismos na economia, como o controle de preços administrados, foram desmontados depois da eleição. Do trimestre terminado em outubro de 2014 ao período até agosto de 2016, a taxa de desemprego saltou de 6,6% para 11,8%. Mais de 2,5 milhões de empregos foram extintos, na estimativa do IBGE. A massa de rendimentos da economia encolheu 4,5%.

O mercado de trabalho costuma se recuperar no segundo semestre, mas neste ano não há garantia de que isso vá ocorrer. Em 2015, por exemplo, isso não aconteceu. A crise é aguda, e o desemprego é a pior evidência dela.

O brasileiro não gostou de saber depois que estava sendo iludido durante a campanha. Essa experiência deve ser tomada como um ensinamento. A situação fiscal da maioria das prefeituras é ruim. O eleitor precisa ter isso em mente na hora de escolher seus candidatos. As promessas de campanha terão que caber em um orçamento mais enxuto em alguns casos.

Repare no gráfico a escalada do desemprego desde o trimestre terminado em outubro de 2014.

Miriam Leitão, O Globo

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