Assú RN; Em busca de popularidade, Dilma investirá no Nordeste
Dilma em uma das últimas visitas ao Nordeste, em Camaçari (BA), região onde voltará – Roberto Stuckert Filho/PR/19-6-2015
Para tentar recuperar popularidade, a presidente Dilma Rousseff pretende concentrar sua agenda no Nordeste, região onde foi a mais votada nas últimas eleições. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também planeja percorrer a região, separadamente. Em outra frente, Lula tem se reunido com movimentos sociais para articular mobilização pró-Dilma e contra eventual pedido de impeachment.
O roteiro traçado para Dilma prevê a visita a cinco estados até o fim de agosto: Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia e Maranhão. O objetivo é reconquistar esse eleitorado que, desde o início do governo Lula, é fiel ao PT. E que vem demonstrando insatisfação com a gestão Dilma. O tema foi discutido pela presidente em almoço com Lula, semana passada, no Palácio da Alvorada. Lula propôs, segundo participantes da reunião, que Dilma viaje pelo país, assim como seus ministros, para inaugurar obras, lançar programas e divulgar uma “agenda positiva”.
Ministros petistas apostam em Lula para organizar uma reação das ruas. No encontro de semana passada, o ex-presidente também aconselhou Dilma a se reaproximar dos movimentos sociais. Na semana anterior ao almoço no Palácio da Alvorada, Lula já se reunira com o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos.
— Estão menosprezando a capacidade do Lula de mobilizar. Ele está conversando com os movimentos sociais — disse um ministro petista.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, reforçou esse discurso contra eventual discussão sobre um impedimento da presidente:
— Se tentarem ,vão encontrar um militante da CUT em cada esquina enfrentando essa direita.
Lula quer que o governo reaja. Ele tem se mostrado incomodado por nem sempre ser ouvido por Dilma. Participantes do almoço no Alvorada disseram que Lula estava “muito irritado”. Reclamou que o governo não consegue virar a página da agenda negativa, como o ajuste fiscal.
Segundo participantes do encontro, enquanto Lula reclamava, a presidente Dilma ficava calada, rabiscando um pedaço de papel.
Os demais presentes também ficaram quietos, temendo opinar e, assim, parecer que apoiavam Lula, contra Dilma. Participaram do almoço Mercadante, Edinho Silva (Comunicação Social), Jaques Wagner (Defesa), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral) e o presidente nacional do PT, Rui Falcão.
O Globo
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