Os líderes religiosos judaicos não entendem o amor de Cristo pelos pecadores. Precisamos ler essa parábola partindo do seu contexto histórico. A intenção de Cristo não é apenas a de dizer que Deus ama os homens, mas que Deus ama os homens pecadores.
Só entenderemos o cristianismo e a própria missão de Cristo se compreendermos essa parábola. Vejamos, portanto, a primeira verdade que ela tenciona ensinar: a natureza do pecado humano.
Desperdiça toda herança, fica na miséria. Pobre e infeliz resolve pedir ajuda a um fazendeiro. Pensou encontrar ali abrigo, comida e misericórdia, mas, não foi o que aconteceu. Sentiu fome, frio e solidão, dia após dia. “E ninguém lhe dava nada” (v.16)
“E tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!”(v.17)Ele percebeu que o pai era bondoso, generoso até mesmo com os trabalhadores (com quem não tinha parentesco), não seria com ele, filho? Percebeu que os bens materiais não foram capazes de fazê-lo feliz. Entendeu que ninguém o compreenderia tão bem quanto seu Pai.
Para a maior parte dos cristãos, que por diversas vezes ouviram referências a essa parábola em sermões dominicais, a estória significa pouco mais do que a infinita generosidade do Pai, que recebe de braços abertos o filho pródigo que saiu de sua Casa para entregar-se à devassidão, dissipando sua herança. É mais uma lembrança de que o erro não compensa, mas que, em última análise, se tivermos a desgraça de cair no pecado (e quem não caiu incontáveis vezes?) podemos, por meio da verdadeira contrição, ser perdoados e recebidos de novo pelo Pai.
Essa interpretação singela tem seus méritos e satisfaz a grande massa dos fiéis. Mas existe muito mais riqueza por trás dessa parábola, que é um verdadeiro exemplo de quantos ensinamentos podem estar velados na linguagem do simbolismo.
Quantas pessoas estão passando por problema semelhante? O pai da parábola representa Deus. Muitos, por não conhecê-lo, julgam-no distante, impiedoso e egoísta. Incapaz de compreender sentimentos, de amar os injustos pecadores. Optam por viver afastado, recebendo apenas “a parte que lhe cabe na herança” (a vida com suas mazelas).
Procuram ajuda nos “fazendeiros” do mundo, que só têm olhos para seus “porcos”,ou seja, suas vidas sujas, imundas como um chiqueiro. “fazendeiros” que nada têm a oferecer, porque desconhecem o Pai.
“Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e veste-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés” (versos 21 e 22)
As vestes representam um novo espírito, o anel, uma nova aliança, desta feita, eterna. As sandálias representam um novo caminho. O filho agora estava bem abrigado nos braços do Pai.
• O Filho mais velho
Mesmo tenho muitos bens, faz questão do cabrito matado para festa do irmão: “Nunca me deste um cabrito (V.29). Era egoísta. Esse filho representa os fariseus. A casa do pai representa o templo, a igreja. Está no templo, não significa necessariamente, conhecer a Deus.
Esse filho também precisa de arrependimento, salvação, encontro íntimo e real com seu pai (Deus). Esse filho ainda não conhece o verdadeiro amor, pois, nunca buscou-o.
• A mãe do filho pródigo
Vejo que na Parábola da Ovelha, o Pastor é Jesus. Na Dracma Perdida, a mãe é a Igreja, a Candeia, O Espírito Santo. No Filho Pródigo- o Pai É Deus. Então: Aqui está o papel da Trindade na salvação do homem.
Jesus É o bom Pastor que deu sua vida pelas ovelhas, seu sacrifício na cruz, redime o homem de todo pecado, conduzindo-o a salvação. A Igreja é representante de Deus, necessita ter o fogo do Espírito Santo, a candeia acesa para ir em busca dos perdidos. Deus está sempre esperando os filhos retornarem para casa, Ele sempre os recebe com alegria e amor. Houve festa no céu na parábola da Ovelha, festa na casa da mulher, na parábola da dracma, festa na casa do filho pródigo.
Então: Sendo a igreja a mãe, a mesma que buscou a dracma, ela está presente na parábola do filho pródigo. Ela é a casa do filho pródigo.
Uma casa que manteve a candeia acesa por todo o tempo em que o filho esteve distante. àquele pai, deve ter orado pela volta do filho, derramado lágrimas em suas petições a Deus. É assim que agem os cristãos cheios do Espírito Santo.
O filho mais velho estava sempre em casa (Igreja) só que sua candeia estava apagada. Ele não se alegrou com a volta do irmão, não orava por isso, sequer procurava saber como estava. Ele é o retrato da Igreja inoperante, morta, sem amor pelos perdidos, ou mesmo pelos que já se encontram salvos.
• Veja agora as seis lições extraídas da parábola do filho pródigo:
1. Pare para considerar hoje a sua origem.
2. Pare para considerar hoje o que você recebeu.
3. Pare para considerar hoje o caráter do autor de tudo o que você tem e é.
4. Pare para considerar hoje o que você tem feito da sua liberdade.
5. Pare para considerar hoje se você vive para a glória daquele que o criou.
6. Pare para considerar hoje o quanto você tem desperdiçado da herança que recebeu.
Que Deus fale profundamente ao seu coração. Amém.