O médico infectologista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte(UFRN) Kleber Luz confirma que não há indícios de um surto de meningite em Natal. O boato sobre a possibilidade se espalhou depois da morte de um aluno da Universidade no sábado (24), vítima de meningococcemia, que é a forma mais grave de infecção pela Neisseria meningitides (meningococo).
Segundo o infectologista, um caso como o do estudante André Donaldson Mendes está dentro das expectativas de ocorrência e não se trata de um surto da doença. O jovem era aluno do curso do Bacharelado de Ciências e Tecnologia (BCT) da Escola de Ciências e Tecnologia (ECT) da UFRN.
Kleber Luz esclareceu que é necessário um contato muito próximo e prolongado para a transmissão da doença, como compartilhar ambientes fechados (dormitórios), por várias horas seguidas. Outra forma de transmissão é o compartilhamento de copos e talheres, assim como contatos interpessoais íntimos (beijo).
De acordo com o médico, a recomendação da utilização de medicamentos para evitar o surgimento da doença (quimioprofilaxia) deve ser restrita aos familiares e possíveis parceiros sexuais. O infectologista orienta que não é recomendável o procedimento profilático às pessoas que trabalham em um mesmo ambiente e/ou estudam em uma mesma sala de aula.
Ele alerta que o uso de medicamentos profiláticos em tais grupos ao invés de proteger pode interferir na flora bacteriana normal e favorecer a chegada de um germe agressivo.
O médico Kleber Luz esclarece que por ser exclusivo de seres humanos esse tipo de germe é incapaz de sobreviver em superfícies inanimadas, como carteiras, cadeiras, bebedouros, aparelhos de ar condicionado, livros, mochilas, trinco de portas. “Não precisa adotar medidas de desinfecção em ambientes físicos frequentados por pessoas portadoras da bactéria meningococo”, afirma.