ALTO DO RODRIGUES RN-Prioridade será renegociar contratos
Renegociar a dívida com as empresas terceirizadas é a principal meta dos primeiros dois meses da nova gestão na saúde estadual. O médico José Ricardo Lagreca, atual diretor do Hospital Universitário Onofre Lopes, assume o comando da Secretária de Estado de Saúde Pública na próxima sexta-feira (2), e já definiu: o foco é rever parte do débito e retomar a plenitude do serviço nas unidades de saúde. Atualmente, os terceirizados mantém apenas 30% do quadro nas unidades. A paralisação é causada por um débito de cerca de R$ 10 milhões por parte da Sesap, segundo estimativa da secretaria feita no início de dezembro. “A renegociação da dívida será imediata, a partir do dia 2 de janeiro vamos chamar o pessoal”, aponta o futuro secretário de saúde.
De acordo com Lagreca, o quadro de funcionários de empresas terceirizadas atuam em diversas funções: são ASGs, maqueiros, seguranças, motoristas. São empresas como Garra Segurança, Safe e JMT que aguardam repasses da saúde. Segundo relatório entregue à equipe de transição e publicado pela Sesap, somente com a Garra há um saldo devedor de R$ 1,2 milhão.
No montante dos gastos da secretaria, eles representam 14% do orçamento da pasta, que em 2014 foi de R$ 1,5 bilhão. Já os estatutários – 14.400 servidores – representam 63% da folha de pagamento, que atinge o montante de R$ 64 milhões mensais.
Reuniões estão sendo realizadas entre o secretário Luiz Roberto Fonseca, que encerra hoje sua gestão à frente da secretaria, e Ricardo Lagreca. Um tomo composto por 12 relatórios também foi entregue à equipe de transição com informações sobre a pasta. Entretanto, o ainda diretor do HUOL ressalta a importância dos encontros.
“Já tivemos algumas reuniões com o secretário Luiz Roberto Fonseca para nos situarmos do quadro que está a saúde, ele está nos passando quais são as coisas mais emergenciais. São situações que podem levar a instabilidade dos hospitais, principalmente os da Região Metropolitana de Natal. Agora são questões mais imediatas, como os terceirizados. Nós vamos convocar essas firmas, ouvir do lado delas a história e vamos negociar para que isso seja resolvido de imediato”, apontou o secretário. Lagreca prefere não citar números, mas deixa claro que pretende renegociar parte da dívida.
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“O que precisa ser resolvido agora é o débito 2014, dezembro, por exemplo, e o maior vamos ver como será feita a negociação. Importante agora não é o valor, mas como será feita essa negociação”, acrescenta.
As dívidas da Sesap, porém, não se limitam aos terceirizados. Estimativa feita pela secretaria até o início de dezembro davam conta de R$ 84 milhões em débitos levando em conta repasses a municípios, cooperativas médicas, prestadores de serviços e fornecedoras de medicamentos. Somente com a indústria farmacêutica o débito era de R$ 29 milhões. Entretanto, o futuro secretário, Ricardo Lagreca, afirma que a situação está, por enquanto, sob controle.
“Há algumas coisas que faltam, mas a Unicat está com 60% do abastecimento resolvido. Para outras coisas que estão faltando pode haver troca entre os hospitais”, avalia.
Entretanto, a renegociação não deve ser a única meta do secretário. Isso porque o próprio governador eleito, Robinson Faria, já deixou claro que cada secretário deve apresentar ações nos primeiros dois meses da gestão.
“Dois meses é um tempo bom para conhecermos, saber como estão os hospitais de uma maneira geral. Já vamos viajar para o interior para saber como estão os hospitais, unir essas visitas aos relatórios que já existem para a gente tomar uma posição. Em seguida, fazer um planejamento do que queremos para a saúde nesse tempo, traçando as metas para serem cumpridas. Você não faz meta em cima de superfície, somente em cima de profundidade”, acrescenta Ricardo Lagreca.
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