ALTO DO RODRIGUES RN-Brevíssimo Dicionário Astronômico da Política Brasileira, por Fábio de Oliveira Ribeiro
Brevíssimo Dicionário Astronômico da Política Brasileira
por Fábio de Oliveira Ribeiro
O aprofundamento da crise política e econômica nas últimas horas está se tornando insuportável. Isolado, Michel Temer não disse que não renunciar. Impaciente, a CNBB voltou a ocupar um papel de destaque no cenário político. Desesperada, a Rede Globo teme perder o controle da transição de poder. Emporcalhado, o Judiciário não está em condições de solucionar o problema que criou ao deixar de prender Eduardo Cunha antes dele começar a derrubar Dilma Rousseff. Tranquilas, as Forças Armadas rejeitam qualquer solução violenta. Desempregado e desesperado, o povo brasileiro começa a passar fome e procura um líder (qualquer um, até o Bolsonaro ou o Doria Jr.).
As modalidades convencionais de análise (que consideram a guerra uma continuação da política) tendem a agravar o problema. Por isso resolvi levantar os olhos para o céu e procurar na astronomia uma nova maneira de ver os subterrâneos da política brasileira.
Anã Branca: Após atingir o limite de pressão de sua matéria degenerada José Serra não pode mais suportá-la e está ficando denso e já começou a esfriar.
Anã Vermelha: A temperatura na superfície de Geraldo Alckmin é relativamente baixa e gerada num ritmo muito lento, nos momentos de crise ele desaparece e ninguém quer saber a opinião dele.
Anã Negra: Durante o julgamento do Mensalão, Joaquim Barbosa brilhou na imprensa como se fosse uma anã branca e chegou a ser cogitado para a presidência. Após sair do STF ele perdeu o brilho e já não é mais capaz de emitir significativamente luz e calor no Twitter.
Gigante Azul: Durante seu primeiro mandato Dilma Rousseff emitiu uma quantidade imensa de energia invisível para os olhos da população e acabou se transformando numa super-nova extremamente brilhante durante o e depois do Impedimento.
Supernova: D. Pedro I brilhou intensamente por um curto período de tempo. Ele consolidou a independência do Brasil com uma energia incomparável e desapareceu rapidamente do cenário político complicado que criou.
Gigante Vermelha: Lula cresceu até chegar à presidência e continuou crescendo após deixá-la. Apesar da intensa perseguição que tem sofrido, ainda não parou de crescer na preferência popular. Em algum momento futuro a expansão dele atingirá seu limite máximo e entrará em colapso.
Estrela Vampira: Aécio Neves roubou capital político do avô para começar a carreira política, roubou massa podre de FHC para crescer dentro PSDB e depois tentou roubar massa eleitoral de Lula para chegar à presidência. Gravado roubando dinheiro e ameaçando roubar vidas, ele foi impedido de continuar vampirizando poder no Senado.
Buraco Negro: Enquanto sugava para a escuridão todo poder e dinheiro que se aproximavam dele, Michel Temer não podia ser visto por ninguém. Todos sabiam que ele existia, pois ele distorcia a luz das estrelas que se colocavam entre seu vórtice e os observadores da política brasileira. Com o tempo ele conseguiu chegar ao centro da galáxia parlamentar e agora centenas de deputados e senadores não conseguem escapar de sua fatal atração gravitacional.
Cometas: Bolsonaro e Doria Jr. são pequenos corpos celestes com uma órbita imensa. Em geral eles não deveriam ser vistos, pois a massa eleitoral deles é diminuta. Todavia, em razão da crise eles foram aproximados do povo e já começaram a deixar um rastro luminoso bonito no céu à medida que as eleições presidenciais se aproximam. O país será destruído se um deles cair no Palácio do Planalto.
Nuvem de Poeira Interestelar: O povo brasileiro existe e tem uma massa imensa, mas seu poder é extremamente difuso e disperso. Sozinha cada partícula de poeira cósmica e eleitoral não é capaz de brilhar. Contudo, a gravidade do cenário político e econômico sempre provoca colisões e fusões que ficarão cada vez maiores, mais densos e mais quentes até formar imensos corpos celestes. Todas as estrelas que nasceram, cresceram, brilharam e morreram no cenário nacional devem seu poder gravitacional ao povo.
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