Inadimplência de contratos de servidão da Petrobras foi o tema da audiência pública realizada, nessa sexta-feira (20), na Câmara Municipal de Alto do Rodrigues. Na ocasião do debate, proprietários de terrenos reclamaram dos prejuízos causados com a alteração na metodologia de cálculo para pagamento de indenizações.
O diretor da Associação dos Produtores Rurais em Terras de Produção de Petróleo do Vale do Açu e Litoral – APROPETVALE, Junior Liberalino, disse que os proprietários querem somente que a Petrobras cumpra o que está no contrato vigente. “A Petrobras fez essa mudança na metodologia de cálculo sem discutir com a gente, e muitas pessoas estão enfrentando dificuldades financeiras, com risco até de perder as terras para o banco”, disse.
Com a nova metodologia adotada pela Petrobras, a partir de 2019 proprietários de terrenos somam prejuízos de 70% a 90%. A Petrobras retirou o trabalho in loco e a análise em campo passou a ser feita por drone. Além disso, os cálculos são feitos em período de estiagem quando a produção agrícola fica comprometida. “Vamos fazer uma mobilização para que a Petrobras não dê um calote nos proprietários de terrenos, e se for preciso vamos fazer um protesto para impedir o acesso de funcionários nas propriedades”, destacou o vereador Zé Pedro.
A Petrobras perdeu o interesse de explorar os poços maduros de petróleo no RN. Em Janeiro deste ano, a empresa 3R Petroleum comprou a maioria das concessões, e começará a operação no primeiro trimestre de 2023.
A Petrobras foi convidada pela Assembleia Legislativa do RN para participar da audiência, mas não enviou representante. Pela empresa 3R Petroleum compareceu Werceny Cardoso. A audiência pública foi proposta pelo deputado George Soares, e estiveram presentes o prefeito de Alto do Rodrigues Nixon Baracho, prefeito de Assu Gustavo Soares, vereadores de Alto do Rodrigues e os donos de terrenos que mantém suas terras exploradas pela Petrobras.