Esporte bretão

O poder da grana… também no futebol, por João Sucata

O futebol é cada vez mais capitalista. Donos de grandes fortunas se divertem comprando times pelo mundo. E fazem ótimos elencos, pois quem pode compra os melhores jogadores do mercado. Na área política ainda há quem não se venda, não muitos, mas no futebol, parece que menos ainda, não há mais idealismo, amor incondicional a camisa, coerência e reconhecimento do jogador para o time que o revelou.

Felizmente essa tendência de comprar times ainda é fraca no Brasil. Exceto uns poucos pequenos, os grandes se mantém clubes mesmo. No entanto, é preciso muito cuidado com o endividamento, pois esse é o caminho mais rápido de cair em poder de um dono, virar propriedade privada. Aliás, precisa gostar muito da camisa para torcer por um time que é apenas um patrimônio de um milionário.

A disputa dos afortunados acabou inflando o preço dos bons jogadores. Na Europa, onde o capitalismo e mais avançado, exceto times organizados e com muita torcida, o Barcelona é o melhor exemplo, tem escapado desse destino. Quanto aos jogadores, querem apenas ganhar, o mais possível.  Técnicos idem: Pepe Guardiola deixa o Bayern de Munique para ganhar muitos milhões no Manchester City. A torcida sequer estranha ou reclama, quando o jogador segue seu destino de uma quase mercadoria. Vejamos algumas transferências recentes

JOGADOR                             DE                                                PARA                                 R$   VALOR

Kevin De Bruyne(BEL)       Wolfsburg(ALE)                      Manchester City(ING)           320

Angel Di Maria(Arg)          Manchester United(ING)    PSG(FRA)                                  272

Raheem Sterling (ING)      Liverpool(ING)                       Manchester City(FRA)            268

Anthony Martial(FRAN)   Monaco(FRA)                         Manchester City(FRA)            21..

Cristian Benteke(BEL)       Aston Villa( ING)                   Liverpool(ING)                          19..

Não é difícil imaginar que o passe de um Messi ou Cristiano Ronaldo, nesse ritmo, pode chegar a um bilhão de reais, o que é um despropósito. O valor que o Barça pagou por Neymar, que parecia loucura, já virou ótimo investimento: se o de Bruyne vale R$ 320 milhões, o brasileiro vale mais de meio bilhão.

João Sucata

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