O movimento atinge, ainda, 58 plataformas e unidades de serviços em alto mar, no país. A Petrobras estima uma perda de produção superior a 700 mil barris de óleo, desde o início da mobilização.
Representantes da Petrobras se reuniram ontem pela manhã com a FUP e à tarde com a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), entidade dissidente que reúne cinco sindicatos. Não houve consenso nas reuniões. Segundo os sindicalistas, a companhia ouviu as demandas apresentadas pela categoria sem ter posição oficial. A Petrobras indicou que novo encontro pode ocorrer esta semana.
“A Petrobras apresentou, com cem dias de atraso, uma proposta vaga, com a criação de grupos de trabalho que não têm objetivo claro. No momento em que todas as petroleiras passam por dificuldades, não pedimos 1% de reajuste salarial, queremos discutir a situação da companhia”, afirmou José Maria Rangel, coordenador da FUP. A entidade é contrária à venda de ativos da estatal e ao corte de 37% nos investimentos anunciados pela Petrobras.
Produção
De acordo com o balanço divulgado pela FUP, a produção foi reduzida em 400 mil barris de petróleo por dia somente na Bacia de Campos. A FUP fala em impactos também na Bahia, no Rio Grande do Norte, no Ceará e no Espírito Santo.
Entre as refinarias, estão sem troca de turno desde o início do movimento 11 unidades, entre elas as duas principais, a Replan (Paulínia, SP) e a Reduc (Duque de Caxias, RJ), onde a estimativa é de uma redução de até 30 mil barris de óleo refinados por dia. Os sindicalistas realizam piquetes nos acessos às refinarias, dificultando a entrega de matéria prima e a produção de combustíveis, como gasolina e diesel.
A Petrobras descarta risco de desabastecimento até o momento. Segundo fontes, a empresa tem entre 15 e 30 dias de estoques, a depender do produto. A preocupação da diretoria da empresa é com o impacto de uma greve prolongada de caminhoneiros, iniciada ontem, que pode dificultar a distribuição dos produtos. O protesto é contra a alta de impostos e a elevação nos preços de combustíveis.
Os FUP reivindicam a revisão do plano de venda de ativos da estatal e a retomada dos investimentos. A Federação não pede reajustes salariais ou benefícios trabalhistas.