Em julho do ano passado, na véspera do início da campanha eleitoral, Dilma esteve na mesma comunidade do Paranoá (DF) e se comprometeu, pela primeira vez, a contratar 3 milhões de residências no segundo mandato, caso fosse reeleita. A promessa vem sendo adiada várias vezes ao longo de 2015. A dois meses do fim do ano, o governo conseguiu driblar o Congresso para começar as contratações da fase 3 sem o envio de uma Medida Provisória (MP) sobre o tema.
A solução foi recorrer ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), cujo conselho curador aprovou investimentos de R$ 60,7 bilhões no MCMV em 2016 Se antes o fundo, formado com dinheiro da poupança forçada dos trabalhadores, era usado apenas para dar descontos e juros subsidiados nos financiamentos, agora passa a construir moradias para as famílias mais pobres a fundo perdido.
Em nota, o Ministério das Cidades afirmou que a meta de 3 milhões de contratações de unidades habitacionais continua, mesmo dependendo de questões orçamentárias. “O que pode variar é com relação ao prazo, mas o governo federal trabalha para ser até 2018”, completou.
Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic), José Carlos Martins, além das restrições orçamentárias, a economia brasileira em recessão também dificultará bater a meta até 2018 porque atrapalha as contratações nas faixas 2 e 3. “As famílias não vão querer pegar um empréstimo de longo prazo sendo que podem perder o emprego”, afirmou. “Mesmo nos áureos tempos, seria difícil bater em três anos a meta de 3 milhões”, completou.